Tuesday, December 20, 2005

o Sínico regressa às origens

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Até 31 de Dezembro.
Os votos de Um Feliz Natal e de um Bom Ano Novo, que é como quem diz:
聖誕快樂! (sheng dan kuai le)
新年快樂! (xin nian kuai le)

Monday, December 19, 2005

Cimeira da OMC VI

Copo meio vazio...

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Celso Amorim, ministro brasileiro dos negócios estrangeiros, foi uma das grandes estrelas da cimeira. Foi o pota-voz e o líder do G20.
No último dia, numa frase, resumia o valor do documento e das negociações de Hong Kong
"modesto , mas não insignificante".


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Mucha Policía Poca Diversíon!
À uma da tarde havia um mar de polícias que cercava umas dezenas de sul coreanos. Na madrugada de Sábado para Domingo 900 manifestantes, na maioria da Liga de Agricultores da Coreia do Sul, foram detidos, quando estavam sentados na estrada, obstruindo a circulação automóvel. Várias ONGs acusaram a polícia de Hong Kong de abusos de poder e de não terem tratado dignamente os sul coreanos.
Certo é que apesar do espectáculo televisivo com os empurrões, bastonadas, gás-pimenta, canhões de água e dos 70 feridos, se compararmos estas manifestações com Seatle ou Génova, bem que podemos dizer que os sul-coreanos são meninos do coro comprado com os radicais europeus e norte americanos que têm por hábito partir vidros de lojas e queimar carros (uma pequena minoria faz isto, eu sei). Os sul-coreanos não destruiram nada, apenas se atiraram à polícia. Honra lhes seja feita!


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Este é um clássico. Ou será que foi só para a fotografia?

Ligações sobre a Cimeira da OMC:

All-night session saved WTO talks, IHT

It's a deal, The Standard.

6th WTO Ministerial Conference concludes with tangible progress, Xinhua

A Declaração Ministerial de Hong Kong

Sunday, December 18, 2005

Saturday, December 17, 2005

Cimeira da OMC em Hong Kong IV

Não ata nem desata:

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Peter Onde é que eu me vim meter Mandelson.

"WTO shows that democracy can be a messy thing", Donald Greenlees no International Herald Tribune.

"Les pays du Sud mobilisés à 110 %", Pierre Haski no Liberation.

"Talks go on all night to avert failure", The Standart.

Amanhã lá estarei de novo...

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Leituras Natalícias II

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Trata-se de um lvro denso e um pouco desactualizado. Mesmo assim, é muito útil para quem pretende começar a entrar no complexo edifício da organização político-institucional do estado chinês.

Friday, December 16, 2005

Leituras Natalícias I

1. Timothy Garton Ash é visto, justamente, como um dos britânicos que olham com maior lucidez para a União Europeia e a sua relação com os EUA e o resto do mundo. "Free World" é uma obra desempoeirada que lança um olhar muito inetressante sobre as relações transatlânticas.
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No final do livro Ash escreve:

"There are many divisive walls in today's world. There's the wall being built between Israelis and Palestinians, which in places looks uncannily like the Berlin Wall. Therre are the high walls of trade proteccionism around both Europe and the United States. Bur behind them are the biggest walls of all: the mind-walls. If we raise our voices, these walls will come down. We are many, and we have not spoken yet. It's up to us."

Um outro olhar sobre Adam Smith

"In the global trade debate, Adam Smith is usually heralded as perhaps history’s greatest proponent of capitalism. Against that backdrop, U.S. Congressman Sherrod Brown, author of "Myths of Free Trade," has a surprising finding. He argues that, contrary to the teachings of Smith's 20th- and 21st-century apostles, the Scottish philosopher more often than not sided with workers."

Cimeira da OMC III

A China na expectativa

"Beijing in special treatment call for developing nations"

China a spectator at WTO talks

Thursday, December 15, 2005

Uma heresia

"Forcing a developing economy to open itself up to imported products that would compete with those produced by certain of its industries, industries that were dangerously vulnerable to competition from much stronger counterpart industries in other countries, can have disastrous consequences - socially and economically. Jobs have systematically been destroyed - poor farmers in developing countries simply could not compete with the highly subsidized goods from America and Europe - before the countries' industral and agricultural sectors were able to grow strong and create new jobs."

Joseph Stiglitz, "Globalization and its Discontents", Penguin Books, 2002, p. 17.

Wednesday, December 14, 2005

Cimeira da OMC II

Manifestação nas ruas de Hong Kong
13 de Dezembro de 2005.

São 11 da manhã. Saio do Centro de Acreditação na Central Library de Hong Kong e atravesso a estrada rumo ao famoso Victoria Park. Ao longe já ouço megafones e vislumbro bandeiras vermelhas. É a Liga dos Agricultores Sul-Coreanos. Irados, gritam e cantam em uníssono, de forma disciplinada. “WTO is killing the farmers” e “Dow Down WTO” são as únicas palavras que percebo no discurso do líder do grupo d centenas de camponeses que se opõe à liberalização do comércio mundial.
Se na Europa os maiores protagonistas das manifestações anti-globalização costumam ser os grupos que se dizem de extrema esquerda e anarquistas – geralmente os mais violentos -, em Hong Kong são os agricultores sul coreanos que apresentam um tom mais aguerrido. Marcham, cantam e garantem que a “OMC está a matar os agricultores sul coreanos”. Tae-sook Lee, líder do movimento acusa a OMC de querer “impor o arroz e outros alimentos na Coreia do Sul, o que dizimar a agricultura no país”.
Em representação do ódio que sentem pela organização internacional que em 1995 substituiu o General Agreement on Tarifs and Trade (GATT), os manifestantes sul-coreanos incendiaram uma caixão que transportavam com a inscrição “WTO R.I.P.”. Pouco depois, já a algumas centenas de metros do Centro de Convenções onde decorre a cimeira, lançaram ovos e garrafas de plástico às forças policiais, presentes em grande número no local. Na resposta, as autoridades carregaram sobre alguns manifestantes, lançando gás-mostarda, impedindo assim que a manifestação avançasse para uma zona mais próxima do local onde decorria a reunião ministerial.
Perante isto, um grupo de cinquenta representantes dos agricultores sul coreanos saltou para a água tentando assim chegar por outros meios ao Centro de Convenções, numa tentativa inglória. No entanto, a voz anti-globalização chegou a ser ouvida dentro do plenário da reunião ministerial da OMC, na sessão de abertura, quando o director-geral, Pascal Lamy discursava. Algumas organizações Não Governamentais (ONG), que foram convidadas para participar em fóruns realizados à margem da cimeira, levantaram cartazes que enviavam a mesma mensagem dos sul coreanos: “A OMC mata os agricultores”.
No Victoria Park, na zona de Causeway Bay, centenas de pessoas iam juntando-se em pequenos grupos defensores das mais variadas causas: da agricultura ao ambiente, passando pelos direitos das mulheres, das minorias étnicas, dos imigrantes ou dos trabalhadores em geral. A uni-los está o repúdio pela OMC, pela globalização, o neoliberalismo.
Mas afinal contra o que é que se manifestam todos estes movimentos? "Acima de tudo contra esta maneira de decidir sobre a vida de milhões de pessoas, sem ter em conta a vida de quem trabalha a terra e que passa por tantas dificuldades”, responde Vinod Shetty, advogado da Confederação Indiana de Agricultores. "Os indianos não estão preparados para a liberalização, não teremos hipóteses de competir com a Europa e os Estados Unidos", garante.
Ao lado, com o som de fundo das canções de combate dos sul-coreanos, o presidente da Associação de Consumidores Filipinos, atirava contra o nivelamento por baixo da qualidade dos alimentos num cenário de abertura dos mercados, enquanto trocava impressões com um outro grupo nipónico que veio a Hong Kong defender a agricultura familiar.
Num registo mais clássico, Elmer Labog, da associação sindical filipina “May First Labor Mouvement" erguia o punho contra o imperialismo e cantava bem alto a "Internacional" em tagalog, naturalmente. "Não podemos aceitar este modelo de desenvolvimento, baseado na exploração de recursos naturais, ignorando os direitos e as vidas de quem trabalha", disse.
Na manifestação pontificavam os movimentos oriundos da Ásia Oriental e Sudeste Asiático, mas também vieram activistas da Europa.
Alexi Pasadakis viajou da Alemanha para divulgar a mensagem da ATTAC e para levantar a voz “contra uma globalização que só beneficia as grandes multinacionais”. O objectivo desta organização é, pelo menos, adiar e arrastar o andamento das negociações, “algo que está acontecer porque nos últimos meses nada de substancial aconteceu”. “Um outro mundo é possível”, clamam várias organizações que se opõe à globalização ou que se assumem por uma outra globalização, “mais justa”. Mas se o que se defende é o fim da OMC, onde devem ser discutidos os assuntos relacionados com o comércio mundial?. Alexis Pasadakis julga que as Nações Unidas seriam uma sede mais indicada para debater o comércio, “mas as trocas comerciais só têm sentido se estiverem ligadas a uma política virada para o desenvolvimento e que esteja ao serviço dos povos”, adianta. Para isso seria necessário também “que as Nações Unidas fossem bem diferentes.”
Dos cerca de 4500 manifestantes a esmagadora maioria veio de fora, em especial da Ásia Oriental. Da antiga colónia britânica apenas sobressaía a “Hong Kong Alliance Against WTO” e Leung Kuok Heung, mais conhecido por “Long Hair” – activista de um grupo esquerdista pró-democracia e deputado eleito directamente para o Conselho Legislativo – que acabou por se envolver em pequenos confrontos com a polícia. A fraca afluência de grupos de Hong Kong à manifestação pode ser explicada pelas palavras de Donald Tsang, chefe do governo local, na sessão de abertura da conferência ministerial da OMC:
“Eu quero enfatizar a importância da OMC para Hong Kong. Como uma pequena economia orientada para o exterior sem recursos naturais, além de um magnífico porto de aguas profundas, Hong Kong tem confiado no comercio livre e numa população trabalhadora e empreendedora para transformar aquilo que foi uma pequena vila piscatória num grande centro internacional financeiro”.

Cimeira da OMC em Hong Kong

Cá Fora...

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Os Agricultores Sul Coreanos

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Sindicalismo Filipino

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A inevitável ATTAC

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O incansável "Long Hair" atingido por gás-pimenta.

Monday, December 12, 2005

Sunday, December 11, 2005

Vale pela Intenção

O primeiro-ministro português, José Sócrates, afirmou hoje, no encerramento do Encontro Empresarial Portugal-China, em Lisboa, que Portugal pode servir à China como "porta para África".
Sócrates, que visitará a China "nos primeiros meses do próximo ano", falava sobre o que Portugal pode oferecer à China para justificar o acordo diplomático, assinado na sexta-feira com o seu homólogo chinês, Wen Jiabao, que elevou as relações entre os dois países ao nível da "parceria estratégica global".
"Portugal pode oferecer muita coisa à China, além da hospitalidade e do clima. Primeiro, afirmar-se como parceiro da China em África", afirmou o primeiro-ministro português.
"A China dispõe de capital, nós conhecemos o terreno, a língua, as tradições. Portugal pode ser uma porta para África e para algumas zonas da América Latina", disse Sócrates perante uma sala cheia de empresários. (Lusa)

Ou será que estamos perante uma verdadeira mudança de atitude da diplomacia de Lisboa face às relações com a China, nomeadamente no plano económico?

Quanto às relações com a África Lusófona, convém lembrar que em 2003 foi criado o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa - uma iniciativa chinesa - e que em Angola e em Moçambique os chineses já têm os pés firmes há bastante tempo, em especial nos últimos três anos.
Mesmo assim, desta visita de Wen Jiabao a Portugal ficam as palavras e objectivos que veremos se serão cumpridos:

  • Wen estabelece como meta a duplicação das trocas comerciais nos próximos três anos. É possível.

  • Sócrates garantiu que a China está no topo das prioridades da política externa portuguesa. Palavras de ocasião? Temo que sim. Perdoem-me mais uma vez o cepticismo.

Democracia Popular Musculada (com adenda)

Os acontecimentos de Dongzhou:
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Dongzhou: les photos, no blog de Pierre Haski, correspondente em Pequim do Libération.

"En Chine, la guerre des terres gagne du terrain", Pierre Haski no Libération.

"Chinese protesters report a massacre", Howard French no New York Times.

Entretanto:
O responsável das forças paramilitares que terça-f eira tinha dado ordem de abrir fogo sobre uma manifestação de aldeões no sul da China, matando três pessoas, foi detido pelas autoridades, anuncia hoje o diário oficial Guanzhou Daily.
Num artigo em que relata a versão oficial dos acontecimentos, o jornal ind icou que as forças paramilitares tinham sido chamadas terça-feira à noite a cont rolar uma manifestação, classificada como "incidente grave e ilegal".
Essa manifestação, refere o jornal oficial, reuniu mais de 500 pessoas na aldeia de Dongzhou.
Contudo, acrescentou o jornal, o chefe das forças paramilitares no local t omou uma má decisão, provocando mortos e feridos. (Lusa)

Saturday, December 10, 2005

Outros Sínicos

Além do já mencionado Shanghai Express, em espanhol, descobri, com um ano de atraso, o excelente blog do correspondente em Pequim do Libération, o jornalista Pierre Haski. São visões interessantes a partir do primeiro sistema que enriquecem quem, como eu, vive no segundo e que procura espreitar para lá das Portas do Cerco.

Hong Kong visto de Xangai

O Shanghai Express, um blogue muito interessante sobre a realidade chinesa em língua espanhola, alerta que, para entender as palavras de Lee Kuan Yew acerca da situação política em Hong Kong, é necessário ter em conta que o "Pai Fundador" de Singapura sempre propalou que a democracia de tipo ocidental é incompatível com o designa serem os "valores asiáticos".



O Sínico reproduce, en apoyo de su escepticismo, las declaraciones que hizo el Mentor Minister (no sé cómo traducir este término, algo así como Ministro Emérito) y ex Primer Ministro de Singapur, Lee Kuan Yew, en marzo de este año, después de su visita a Hong Kong. En esas declaraciones Lee Kuan, dirigiéndose a los periodistas con los que se había reunido en rueda de prensa, afirmó:
“(..)you have a master in China, you have subsidiary masters in Hong Kong, and what Hong Kong was led to believe it wanted in the last few years of Chris Patten and Tiananmen, is what the leaders in Beijing cannot give. Beijing has no intention of allowing Hong Kong to be a pace-setter or trojan-horse, to try and change the system in China. Anything you do here in Hong Kong which does not disturb or can be an example what China should do, that they are prepared to allow.”
Ahora bien, para juzgar estas declaraciones hay que tener en cuenta que Lee Kuan, que evidentemente es un hombre bien informado y de notable inteligencia, siempre ha mirado con disfavor la democracia de tipo occidental por considerarla incompatible con los que denomina “Valores de Asia”.


Concordo que é necessário enquadrar as declarações de Lee. E admito que estou algo céptico quanto à evolução do sistema de Hong Kong rumo a uma democracia plena. Não porque não julgue que a sociedade da antiga colónia britânica não esteja preparada para isso, mas por causa das implicações de um avanço para o sufrágio directo e universal para os timings definidos por Pequim. Quero dizer que a questão não será se, mas quando. E sobre isso parece-me que 2007 ou mesmo 2012 será muito cedo para Pequim. Agora tudo vai depender de como o movimento pró-democracia vai agir, em especial no que concerne à sua táctica. Na China só se deve usar o megafone de vez em quando. E desta vez, no dia 4 de Dezembro, foi bem usado. A pressão está do lado de Pequim para estabelecer um calendário. Ainda esta semana, uma notícia, mais tarde desementida, publicada pelo South China Moring Post indicaca o ano 2017 como o início da era democrática na República Popular da China, começando numa Região Administrativa Especial.

Friday, December 09, 2005

Um olhar sobre Macau

Jogo/A nova vida do território Las Vegas em Macau
Pierre Haski, Libération

Um incêndio no estaleiro de um casino em construção, que foi apresentado oficialmente como um acidente, faz recear que estejam de volta as rivalidades entre grupos mafiosos. A

o cima das escadas, um Zeus monumental em mármore espera os visitantes. A seu lado, está de guarda um centurião em carne e osso, capacete metálico na mão. Os turistas chineses fazem fila para tirar uma foto com este digno representante da Antiguidade. Mas de onde vem o centurião? «I don"t speak english", responde-nos, com um forte sotaque russo, este gigante que uma placa indica chamar-se Viktor. Um pouco mais longe, bailarinas quase nuas, louras e russas também elas, dançam ao ritmo de uma canção do francês Yannick Noah, enquanto um anúncio luminoso informa que se trata de um "show brasileiro". Bem-vindos ao Greek Mythology, um dos mais recentes casinos de Macau, esse confetti do império português devolvido à China em 1999 e que está agora a atravessar uma verdadeira revolução cultural, a do jogo e do divertimento. Este estabelecimento é uma importação directa de Las Vegas, um produto híbrido e globalizado destinado a alimentar a fome do jogo, aparentemente inesgotável, dos novos ricos - e de outros que não o são assim tanto - da Ásia e sobretudo da China. Macau, o inferno do jogo. A lenda imortalizada pelo filme de Jean Delannoy em 1942 foi-se esvanecendo nos anos 80 e 90 neste extremo de um império colonial em fim de cena. O monopólio do jogo concedido há décadas a Stanley Ho, autêntico magnata chinês, contentava-se em ronronar, à imagem do Lisboa, o seu navio almirante, velho palácio sem viço ( que abrigava, mesmo assim, um restaurante de Joel Robuchon!), uma espécie de duplo de um casino, em quebra de atracção e com o ambiente de um filme a preto e branco. Apenas alguns ajustes de contas mafiosos davam ainda algum "frisson" ao cenário fora de moda desta China latina. As autoridades chinesas da nova "região administrativa especial" perceberam rapidamente o partido que podiam tirar do seu estatuto de autonomia, no seio de uma China comunista em crescimento económico acelerado e com uma nova classe abastada composta por muitos milhões de indivíduos. E o que fizeram primeiro foi pôr fim ao monopólio concedido há 40 anos a Stanley Ho. Atribuíram duas licenças aos seus concorrentes: dois grupos de Las Vegas que deram cartas na transformação do paraíso do jogo do Nevada numa metrópole de lazeres para todos os gostos. Esta irrupção dos americanos no jogo chinês electrizou Macau e transformou este minúsculo território de cerca de 475 mil habitantes, estrategicamente situado face a Hong Kong e à rica província de Guangdong, numa terra de conquista na qual os casinos nascem mais rápido do que cogumelos, rivalizando no kitsch. E é apenas o princípio: dentro de cinco anos, quando o território contar com uma trintena destes estabelecimentos, Macau estará irreconhecível. Não existem razões para que todos estes projectos não vejam a luz do dia. Como prova o Sands. Este casino, que custou 200 milhões de euros, é a prefiguração do modelo Las Vegas, com um pouco mais de classe do que o Greek Mythology e contrastando gritantemente com o Lisboa envelhecido. Quando abriu as portas, no ano passado, houve quase que um motim em Macau. Um ano depois, o investidor americano Sheldon Anderson já se reembolsou do investimento feito e vai duplicar o número de mesas de jogo. Anunciou que o Sands de Macau é já mais rentável que o Venetian, o seu casino de referência em Las Vegas. Estava lançada a corrida ao gigantismo. Steve Wynn, um outro magnata do jogo de Las Vegas, lançou uma campanha com vista ao recrutamento de quatro mil empregados para o seu Wynn Macao, um complexo com hotel e casino que abrirá as portas em 2006, representando um investimento de 600 milhões de euros, três vezes mais do que o Sands! Mais longe, o MGM Paradise será ainda maior, mas não tanto como o futuro Venetian de Macau - três mil camas, 1500 suites, um casino, 1,7 mil milhões de euros de investimento. Atingidos no seu reduto, Stanley Ho e a família resolveram fazer face ao desafio. Ao lado do Lisboa, que, no centro da cidade, continua a ser o melhor situado, está a nascer o Grande Lisboa. A fazer fé na maqueta reproduzida no local, assemelhar-se-á a uma gigantesca espiga de milho luminosa e superará tudo o que ainda se possa fazer de kitsch. Stanley Ho escolheu o arquitecto francês Paul Andreu, a custo recuperado do acidente catastrófico sofrido pelo seu terminal do aeroporto Roissy-Charles de Gaulle, para imaginar Oceanus, um projecto em forma de paquete de 670 milhões de euros, com um hotel de seis estrelas, escritórios, complexo de lazer. E não é tudo: por 800 milhões de euros, os chineses aliaram-se a Kerry Packer, o homem mais rico da Austrália, para criar a City of Dreams na zona ganha ao mar de Cotai, onde se concentram os projectos mais grandiosos. "Stanley Ho é um jogador de Go, ele cerca os seus inimigos. Dispôs os seus peões de tal modo que qualquer visitante de Macau começa por ele e acaba nele", comenta um observador. É verdade que o magnata dispõe de alguns trunfos: é proprietário da companhia de ferries que transporta os turistas vindos de Hong Kong (com partidas de 15 em 15 minutos) ou da China continental; é o primeiro empregador de Macau; a sua quarta mulher acabou de ser eleita para a assembleia legislativa consultiva do território. Para além dos numerosos amigos que conta em Pequim para proteger o seus vastos interesses. Objectivo desta batalha: a clientela chinesa do outro lado do delta do rio das Pérolas, que até agora tem comparecido ao encontro. O número de visitantes duplicou em três anos. Este ano foi de 20 milhões (segundo as previsões serão 35 milhões em 2010), 80 por cento dos quais oriundos de Hong Kong e do continente, onde as salas de jogo são ilegais. Nas salas cheias de fumo do Lisboa ou do Greek Mythology, reconhecem-se à vista os clientes oriundos da China continental pela sua roupa simples e a expressão de espanto face à decoração em volta. Fazem-se fotografar no exterior das salas, em frente a cada escultura grega ou egípcia. Mas em volta da mesas de bacará, de black jack ou de roleta, o cenário esfuma-se para dar lugar à paixão chinesa pelo jogo. Estes clientes são prezados, mas não são eles o verdadeiro alvo. É preciso subir as escadas do Lisboa para descobrir as salas VIP, ouro, jade, dragões e acesso interdito aos não VIP e aos curiosos. A identidade dos clientes tem que ser resguardada, até porque se sabe que uma parte do dinheiro que ali circula é oriundo da corrupção, dos subornos pagos na China. Nestas salas, as somas em trânsito mudam de escala e é nelas que os casinos fazem 70 por cento das suas verbas. É esta a clientela que disputam ferozmente. Os dirigentes dos casinos são particularmente solícitos com os angariadores de grandes clientes para as salas VIP. Quando o Sands, que por enquanto apenas tem quatro ou cinco por cento do mercado das "personalidades" de Macau, anunciou que ia aumentar ligeiramente a percentagem dada aos angariadores , Stanley Ho eriçou-se: alguém toque no mercado dos VIP e será a guerra, declarou o septuagenário. Um incêndio no estaleiro de um casino em construção, que foi apresentado oficialmente como um acidente, faz recear que estejam de volta as rivalidades entre grupos mafiosos. Os habitantes de Macau observam com um misto de fascínio e de frieza esta transformação em curso do seu território. Habituados à cultura do jogo, apreciam a chegada de investidores que criam empregos e melhoram as infra-estruturas de que eles necessitavam. Mas existe o reverso da medalha: os preços do imobiliário estão a disparar, ameaçando desterrar os mais pobres para o outro lado da fronteira chinesa, em Zhuhai. "Vão transformar Macau num Mónaco, um enclave para ricos", insurge-se uma jornalista de um diário local. Um grupo de universitários está, pelo seu lado, a ultimar um estudo sobre os efeitos perversos dos casinos, em particular sobre a educação dos jovens cujos pais trabalham ali e que são obrigados a assegurar o turno da noite semana sim, semana não. Estes jovens desejam interromper os seus estudos o mais depressa possível para também eles se empregarem naqueles estabelecimentos. Outros inquietam-se pelo impacto deste maná que se abateu sobre o minúsculo território, cuja gestão é assegurada sem a menor transparência por uma equipa escolhida em Pequim - 70 por cento dos receitas do governo de Macau provêm de impostos sobre o jogo, uma soma que aumenta constantemente. Questões dos habitantes; "Como é que este dinheiro é gasto? Quem é que controla as ordens da Bolsa? Quem é que sabe para onde vai o dinheiro da Fundação Macau, encarregada de desenvolver a acção cultural com uma percentagem das receitas dos casinos?". Por agora, os dois Macaus coabitam: no litoral, nos estaleiros dos casinos, trabalham noite e dia, os investidores americanos deixam-se estar discretos pelo seus complexos de villas, e os turistas precipitam-se sobre as mesas de jogo. Quando mergulhamos na cidade, encontramos as ruelas estreitas com ares mediterrânicos, mais próximas de Nápoles ou de Palermo do que de Cantão ou Hongkong; e os seus pequenos portos de pesca com ambientes dignos de um Corto Maltese. Mas o primeiro vai de vento em popa e virá o dia em que ganhará ao segundo. Macau, uma cidade com cinco séculos de história, terá então mudado de época.

Publicado na edição online do Público, 4 de Dez de 2005

Tuesday, December 06, 2005

Para Moçambique e em Força!!!

A Geocapital Holdings assina sexta- feira em Macau com o Gabinete do Plano de Desenvolvimento da Região do Zambeze um acordo de cooperação relativo a infra-estruturas e captação de investimento asiático para aquela zona moçambicana.
Fonte ligada ao processo explicou à agência Lusa que o acordo, que será assinado por Stanley Ho e Ferro Ribeiro, em representação da Geocapital, e por Sérgio Vieira, coordenador do gabinete de Desenvolvimento da região do Zambeze, visa "estreitar relações com entidades técnicas e financeiras tendentes a explorar oportunidades e negócio naquela região" que ocupa uma área de 225.000 quilómetros quadrados, disse a fonte. Lusa

Hoje descobri

A Academia Sínica

Monday, December 05, 2005

Manifestação em Hong Kong III

Ainda a propósito da marcha pela democracia de ontem nas ruas Hong Kong e do processo de reformas políticas na antiga colónia britânica, recordo as palavras ditas, em Março de 2005, por Lee Kuan Yew, "pai fundador" de Singapura:

"I said then if Hong Kong offered opportunities of growth, prosperity, business, I will stay but if it didn't, I would leave. Would you consider politics? I said 'no', it's a thankless job, you have a master in China, you have subsidiary masters in Hong Kong, and what Hong Kong was led to believe it wanted in the last few years of Chris Patten and Tiananmen, is what the leaders in Beijing cannot give. Beijing has no intention of allowing Hong Kong to be a pace-setter or trojan-horse, to try and change the system in China. Anything you do here in Hong Kong which does not disturb or can be an example what China should do, that they are prepared to allow."(...)

Manifestação em Hong Kong II

O que aconteceu ontem em Hong Kong demonstra que a vontade de uma parte significativa da sociedade tem a maturidade suficiente para abraçar o sufrágio directo e universal. O mais significativo nesta demonstração é que, pela primeira vez, todo o campo pró-democracia assinou uma só petição, em que os vários movimentos exigem um calendário para a implementação de mecanismos directos eleição do chefe do executivo e do Conselho Legislativo. Simbolicamente, Anson Chan, ex número dois do governo de Chris Patten, o último governador britânico de Hong Kong, esteve presente, dando mais força a uma manifestação pácífica e ordeira, que também por isso ilustra a maturidade de uma sociedade que, mesmo vivendo, ou talvez por isso mesmo, num clima de recuperação económica a olhos vistos, mantém firmes os anseios democráticos.
Apesar deste sinal, será de todo impossível que a exigência seja satifeita. Quem decide, em primeira e última instância é o governo central, a quem não intressa um avanço rápido para a democratização geral do sistema de Hong Kong, nem sequer a o estabelecimento de um calendário, que iria condicionar o processo de democratização com "características chinesas" que os dirigentes de Pequim proclamam. No meio disto tudo Donald Tsang é o elo mais frágil da antítese entre uma parte da sociedade de Hong Kong e os planos do governo central. Conseguirá o chefe do executivo de Hong Kong fazer a síntese? Será que a missão dele é como fazer a quadratura do círculo? Irá Ppequim ouvir estas exigências? Será que Tsang vai ceder significativamente no seu plano tímido de reformas políticas?

Para ler mais sobre este assunto:
Na blogosfera, ler
A afirmação da sociedade civil, no Exílio de Andarilho

Na imprensa internacional:
Tsang gets the message , no The Standard.
Major Hong Kong protest, Christian Science Monitor
Hong Kong's slow reform triggers new mass protest, Times

Sunday, December 04, 2005

Manifestação em Hong Kong

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mais de 100 mil pessoas desfilaram pelas ruas de Hong Kong exigindo o avanço para o sufrágio directo e universal.

Friday, December 02, 2005

Just Asking..

Será que a União Europeia conhece os limites da sua relação com a China?
O que é que significa a elevação de Portugal a parceiro estratégico da China?
Será que Donald Tsang tem medo do sucesso da a manifesação pró-democracia do próximo domingo em Hong Kong?

Friday, November 25, 2005

A mudança que vem de dentro II

Frank Ching*


Por coincidência, a cerimónia de tributo a Hu aconteceu três dias depois da morte , aos 92 anos, de um outro dirigente do partido que foi reformador, Ren Zhongyi, antigo líder do PCC em Guangdong. Depois da sua reforma, Ren tornou-se altamente crítico à relutância do partido em avançar com reformas políticas. Em Abril de 2000, ele escreveu um artigo no jornal oficial do partido de Guangzhou no qual procura dar resposta aos problema colocado pelos quatro princípios cardeais enunciados por Deng, e os quais todos os membros do partido devem ter em atenção.

Os quatro princípios podem ser resumidos num: manter a liderança do partido. Mas Ren escreveu que é impossível manter a liderança do partido sem melhorá-lo. E “melhorar a liderança significa que a situação na qual ninguém pode constringir o partido tem de acabar, disse Ren. “O poder absoluto corrompe absolutamente. O partido precisa de ser supervisionado não apenas pelo partido, as pelas pessoas.”
O artigo foi publicado em duas outras publicações chinesa, sugerindo que há outros em posição de alguma autoridade que querem disseminar essas ideias subversivas. No longo prazo, a mudança na China virá mais provavelmente dos críticos que fazem parte do partido do que de fora, embora seja muito importante que haja críticos externos.
De outro modo, o mundo vai simplesmente que está tudo bem na China quando isso não é verdade.
Um dos críticos de fora doi George W Bush, que na semana passada, disse que Pequim devia seguir o exemplo de Taipé e tornar-se num regime democrático. “Ao mesmo tempo que a China reforma a sua economia”, disse Bush em Kyoto, no Japão, “os seus líderes estão a perceber que uma vez aberta a porta da liberdade, mesmo que apenas um pouco, nunca mais poderá ser fechada. Enquanto aumenta a prosperidade dos chineses, as suas exigência por liberdade política aumentarão igualmente”.
A China não gostou lá muito de ser comparada com Taiwan. Mas enquanto os líderes ficam desagradados com as críticas feitas em público pelos estrangeiros, o facto triste é que estas cosias precisam de ser ditas. Se o senhor Bush não o disser desta maneira, nenhum outro líder no mundo o vai dizer.

Excerto traduzido e adaptado de um artigo de opinião publicado no dia 23-11-2005, no South China Morning Post.

*Frank Ching é escritor e comentador de assuntos políticos em Hong Kong.

Thursday, November 24, 2005

Confirmam-se as piores expectativas

Lusa, Pequim- A poluição invadiu 70% dos rios e lagos chineses, noticia hoje a agência oficial chinesa Nova China, citando informações divulgadas durante uma conferência sobre rios e lagos realizada na província de Jiangxi, no leste do país.
"Os problemas que mais afectam os recursos hídricos chineses são a diminuição dos pântanos, além de problemas de diminuição, disfunção e contaminação dos caudais dos rios", disse no encontro Chen Bangzhu, director de assuntos populacionais, pesquisas e meio ambiente da Conferência Consultiva de Políticas da República Popular da China, citado pela agência.
As causas da poluição, segundo Chen, são o rápido crescimento económico, a expansão populacional e demográfica e a falta de planeamento nos programas de desenvolvimento do país.
O investigador apontou ainda outras causas, como a falta de leis de preservação de recursos hídricos e a inadequada vigilância.
As autoridades de Harbin, capital da província de Heilongjiang, no nordeste do país, cortaram na segunda- feira o abastecimento de água da cidade devido à contaminação química do rio Songhua, que a abastece.
Um lençol de benzol de 80 quilómetros de extensão está a flutuar no rio e a aproximar-se de Harbin, contaminando com o químico cancerígeno as nascentes de água da cidade, que fornecem 90 por cento da água consumida pelos seus oito milhões de habitantes.
A fuga de benzol foi causada pela explosão de uma fábrica de produtos petroquímicos no passado dia 13 de Novembro na cidade de Jilin, que fica na margem do rio Songhua, a cerca de 380 quilómetros a montante de Harbin.
As toxinas no rio, segundo a autoridade ambiental da província, estão a um nível 100 vezes mais alto do que o normal e os níveis de benzol entre 30 e 100 vezes acima do nível normal na água para abastecimento humano Lusa

Entretanto:
A chemical plant of Jilin Petrochemical Company under China National Petroleum Corp. should be held responsible for the pollution of Songhua River, said Zhang Lijun, deputy director of the State Environmental Protection Administration, at a press conference here Thursday.


Deputy general manager of China National Petroleum Corp.(CNPC) Zeng Yukang expressed his sincere sympathy and deep apologies to the residents of northeast China's Heilongjiang province, for the pollution of the Songhua River caused by the blast in a chemical plant under the CNPC Jilin Petrochemical Company.

Infelizmente só depois de tragédias ambientais como esta é que vão ser tomadas as medidas, em reacção, sem se ter tido uma postura de prevenção. Há muito que fazer na China em termos ambientais. O crescimento a qualquer custo, sem freio nem regras traz estes resultados.

A académica Elizabeth Economy, reputada sinóloga, reflecte sobre as questões ambientais na China, na Globalist, no artigo "Can China Go Green?"

Wednesday, November 23, 2005

A mudança que vem de dentro I

A mudança que vem de dentro I

Frank Ching*

“A reabilitação política, na última sexta-feira, do antigo líder do Partido Comunista Chinês (PCC) Hu Yaobang, é encorajadora para a ala progressista do PCC – mesmo que não haja indicações que a direcção do partido vá relaxar as suas políticas caracterizadas pela predominância da linha dura. Foi a morte de Hu, em Abril de 1989, que despoletou as manifestações em massa de estudantes na Praça de Tiananmen.

O facto do antigo secretário-geral do PCC ter sido alvo de um tributo por ocasião do 90º aniversário do seu nascimento pela liderança chinesa não significa que o partido esteja preparado para rever a sua posição acerca do massacre de 4 de Junho. Ao passo que a sua morte foi o catalizador das manifetsações, o antigo líder não teve nada a ver com os eventos.
No longo-prazo, no entanto, a liderança chinesa será obrigada a reavaliar a deceidssão de enviar tanques contra estudantes desarmados - embora isso não deva vir a acontecer durante o consulado de Hu Jnitao na liderança do PCC.

Hu Yaobang foi, indubitavelmente, o mais liberal de todos os dirigentes que o partido produziu. Enquanto secretário-geral ele teve a coragem de pedir desculpas pelas acções do partido no Tibete; propôs mesmo que os chineses passassema usar garfos e facas, em vez de “pauzinhos”, por razões de higiene; pediu a Deng Xiaoping, o seu mentor, para se retirar da cena política – uma atitude que não caiu propriamente nas boas graças do “pequeno timoneiro”; e foi forçado a resignar ao vcargo de líder do Partido, em 1987, por ter recusado reprimir manifestações de estudantes. Hu Yaobang é encarado com admiração por muitos dos devotos do partido, em grande medida, porque ele pessoalmente reabilitou três milhões de membros do partido que tinham sido erradamente perseguidos durante as campanhas políticas como o Movimento Anti-Direitista dos anos 1950 e a Revolução Cultural de 1966-1976.”

((ontinua)

Extracto traduzido e adaptado de um artigo de opnião publicado no dia 23-11-2005, no South China Morning Post.
*Frank Ching é escritor e comentador de assuntos políticos em Hong Kong.

Tuesday, November 22, 2005

Self-Defence Forces turn into Japanese Army

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60 anos depois.
Não estando em causa o direito que os japoneses têm em ser uma nação "normal", 60 anos depois do fim da II Guerra Mundial, suspeito que Pequim vai espernear. Simbolicamente, e de um certo modo, de facto, vai haver algumas alterações na correlação e equilíbrio de forças na zona Ásia-Pacífico. De novo e sempre o security dilema.

Europe and China in Central Asia IV

Oil and Natural Gas in Central Asia

According to the OPEC Annual Statistical Bulletin at the end of 2001, world proven oil reserves stood at 1,074,850 billion barrels, of which 78.7 per cent, was in OPEC Member Countries. The five litoral Caspaian States account for 14.6 percent of the world’s proven oil reserves and 50 percent of the proven gas reserves in the world. This figures by themselves can give an idea of the strategic importantance of the Central Asia and Caspian to the world oil and natural gas market. As the report “Caspian and Oil Gas” from report by the Energy Information Administration of the USA Government states, “As world oil demand continues to grow over the next decade, the region will gain in importance by diversifying sources of oil and gas beyond such traditional suppliers as the Middle East.”
Although, at the moment, the countries of the Caspian Sea region are relatively minor world oil and gas producers, struggling with difficult economic and political transitions, it is expected a huge increase on the production in the near future. The Internationa Energy Agency estimates that the overall production of the Caspian litoral states (inclusing Uzbequistan) will augment from 1593 thousands barrels per day in 2002 to a maximum high of 4894 in 2010. Concerning the natural gas production, it will almost double from 4.49 Trillion Cubic Feet to 8.7 in 2010.
All these data make the region widelly attractive to the major indusrialized powers and to the Transnational Oil Companies (TNOC), in a complex game involving both states and private actors. Indeed the priate cators are active in the region, whrerein some of the lagest TNOCs have already get it foothold in the region: BP is involved in Azerbeijan (oil and natural gas) and in Kazakhstan (oil), Agip is part of two projects in Kazakhstan and Chevron Texaco is doing business a well in Kazakhstan.
Another important issue is the pipeline politics in Central Asia. Sander Hansen (2003, 3) analyses the question in the light of two interconnecetd problems. On the one hand, the struggle for control over the resources in Central Asia. Here we have a thorny matter because f the uncertain legal status of the Caspian Sea, since there are no international legar borders dividing the Caspian Sea among the litoral States. If until 1989-91 the problem could be solved between the Soviet Union and Iran, after the collapse of USSR, the sovereignity over the Caspian Sea remains a potential source for conflict[2]. In May 2003, Russia, Azerbaijan, and Kazakhstan, in a trilateral agreement, divided the northern 64% of the Caspian Sea into three ueven parts: 27 percent for Kazakhstan, 19 percent for Russia and 18 percent for Azerbaijan. Turkmenistan and Iran refused to sign the agreement. The problem as we can forsee will remain. On the other hand, the issue of pipeline politics councerns the exploitation and export of the resourses: “the countries that possess hydrocarbon deposits do not have the technology and financial capability to start the exploitation without outside help”(Hansen, 2003). Threfore, the Central Asian states are de facto dependent from the TNOCs, which are interested in doing business in the region due to the proven reserves and potential of eploration, but, at the same time, fear the unstable social and political environment. It is also noteworthy to highlight that the export of oil and natural gas from Central Asia is a costly bysuness as the it is a landlocked region. That is why the oil and gas pipelines routes are obeject of attention and intersection of different agents: local authorities, foreign powers (China, European Union, USA, Russia, India) and private actores such as the TNOCs).

[1] Kazakhstan decided in the beginning of 2003 to create a full-fedged navy in the Caspian Sea, following a tendency to increase the militarisation in the area. The government announced that the decision is aiming to protect western investments and fight smuggling activities.

Recapitulando:

Europe and China in Central Asia

Introduction

Energy Supply Security Policy: the New Challenges

The Geopolitics of Central Asia

Monday, November 21, 2005

live on/live for

"The Chinese are having more to live on, but less to live for"

Yang Rui, apresentador do programa "Dialogue", na CCTV 9, a resumir a entrevista a Sidney Rittenberg, um americano que passou parte da vida na China, num programa emitido na altura em que Bush está de visita à República Popular.

Uma relação complexa

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A visita de Bush à China na imprensa mundial:

Hu outlines mainstream of Sino-US ties, na Xinhua.

China holds line during Bush visit, International Herald Tribune.

What China Wants from Bush Visit, Time

Saturday, November 19, 2005

Soltem o comércio, ou "apanhem a batata quente"

O Líderes da APEC, Cooperação Económica Ásia-Pacífico, pediram à União Europeia
que mostre flexibilidade na questão dos subsídios à agricultura acusando Bruxelas de estar a colocar grandes entraves à abertura do mercado global.

Reunidos em, Busan na Coreia do Sul, os representantes de 21 países da América, Ásia Oriental e Pacífico afirmam que para que a cimeira da Organização Mundial de Comércio (OMC) ,
que vai ser realizada em Hong Kong tenha sucesso, é preciso que os europeus dêem um passo em frente.
O ministros sul coreano dos negócios estrangeiros Ban Ki Moon dise que a bola está do lado da Europa que terá que ter uma atitude mais flexível terminando com os proteccioanismos à agricultura.

É uma "pescadinha de rabo na boca". Os Estados Unidos aproveitam o facto de estarem numa cimeira da APEC para enviar recados à UE, mas não avançam com passos firmes no sentido de diminuirem os subsídios que eles próprios concedem à agricultura nem deixam cair as
barreiras proteccionistas que, volta e meia, vão impondo, não só na agricultura,
como a várias indústrias.
O problema é que, mais uma vez, o espectro do fracasso paira sobre uma cimneira da OMC,
que vai ser realizada em Dezembro em Hong Kong. O próprio director-geral da OMC, o francês Pascal Lamy, já foi avisando que o próximo encontro da WTO será uma etapa e não o
fim de um caminho rumo à liberalização do comércio. No entanto, as pulsões que se
fazem sentir na Europa, em especial em Farnça, não auguram uma tomada de posição forte da UE de reduzir os subsídios à agricultura e de reforma na Política Agrícola Comum (PAC).

Wednesday, November 16, 2005

Hu Yaobang recuperado

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A notícia é avançada pelo China Daily. O governo central vai assinalar a passagem dos 90 anos sobre o nascimento de Hu Yaobang, ex secretário-geral do Partido Comunista Chinês, caído e desgraça em 1987 - ano em que foi afastado da liderança do PCC- por ter tido desvios "burgueses". Dias depois da sua morte, em Abril de 1989, centenas, depois milhares, de estudantes começaram a concentrar-se na Praça de Tiananmen. Será que a recuperação de Hu Yaobang, caracterizado agora pela imprensa oficial chinesa como "late charismatic leader", é um sinal que pode abrir caminho para um dia os manifestantes de Tiananmen deixem de ser rotulados de "contra-revolucionários"? Ou será apenas um wishful thought? É que a Zhao Zhiyang não deram a mão - continuou em prisão domiciliária até à sua morte, no início deste ano.
A propósito, vale a pena reler isto.

Tuesday, November 15, 2005

A História Desconhecida de Mao

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A propósito dos livros de Jung Chang, Helena de Sousa Freitas da Agência Lusa escreve sobre a mais recente obra da autora de Cisnes Selvagens, escrita em conjunto com Jon Halliday:

"Uma nova biografia de Mao Zedong, cuja tradução portuguesa será lançada em Dezembro, assegura que o líder chinês "foi responsável por mais de 70 milhões de mortes em tempo de paz", superando qualquer outro dirigente do século XX.
O livro, "Mao - A História Desconhecida", foi escrito por Jung Chang, celebrizada com o best-seller "Cisnes Selvagens", e o historiador Jon Halliday, que virão a Lisboa para o lançamento da edição portuguesa, dia 06 de Dezembro.
Os dois autores, marido e mulher, afirmaram, aquando da publicação da biografia de Mao em inglês, que o objectivo dos mais de dez anos da sua investigação era desconstruir o mito de Mao como o criador benevolente da China moderna.
No entanto, asseguraram ter-se aproximado de Mao Zedong com abertura de espírito e tendo em vista expor factos sem fazer qualquer tipo de julgamento moral.
Mao Zedong, o fundador da República Popular da China, em 1949, morreu em 1976 com 83 anos.
O livro, que a editora Bertrand coloca nas livrarias a 02 de Dezembro, revela que, dos 70 milhões de mortos, 38 milhões morreram de fome, pois Mao exportava o máximo de alimentos para, com o dinheiro obtido, adquirir armamento e fabricar a bomba atómica chinesa.
Os autores encontraram documentos que provam que Mao Zedong lia descansadamente apesar de ter plena consciência de que as suas tropas estavam a morrer e a população chinesa trabalhava, em média, vinte horas por dia.
A biografia revela ainda que Mao mandava transportar peixe vivo ao longo de mil quilómetros, só porque não gostava de comer peixe congelado, e apenas tinha à sua mesa um arroz especial, tendo ainda criado um "harém" de jovens e atraentes mulheres para satisfazer as suas necessidades sexuais.
"Mao - A História Desconhecida" afirma igualmente que a Longa Marcha de pessoas que se deslocaram do sudeste para o Norte da China entre 1934-35 tinha por objectivo a ligação com a Rússia para a obtenção de armas.
Os investigadores garantem ainda que muitos dos detalhes épicos e heróicos dessa marcha de 9.000 quilómetros do Exército Vermelho em fuga aos soldados nacionalistas de Chiang Kai-shek foram criados para enaltecer a glória de Mao.
O volume mostra como Mao chegou ao topo, revela detalhes sobre a formação do Partido Comunista Chinês e refere que o apoio da União Soviética foi constante, algo que o "imperador vermelho" sempre negou.
A obra revela ainda que o líder comunista não fez grande oposição aos japoneses quando estes invadiram a China por saber que assim enfraqueceria o poder dos nacionalistas chineses, com quem estava em conflito.
Outra das importantes revelações do livro de Jung Chang e Jon Halliday refere-se ao papel de Mao na génese e prolongamento da guerra da Coreia entre 1950-53.
Os dois investigadores concluem que Mao não era um marxista convicto, mas um homem obcecado com o poder, que chegou a privar um antigo braço-direito de tratamento médico a um cancro para que este não viesse a sobreviver-lhe.
O líder que mandava prender, torturar e executar publicamente os seus opositores, também aterrorizava as suas tropas, mostrava desdém pelos amigos e familiares e chegou a abandonar os próprios descendentes.
Um casal a vender os filhos para conseguir fundos para o partido, uma mulher obrigada a caminhar na Longa Marcha em pleno trabalho de parto, camponeses famintos que recorriam ao canibalismo são alguns dos episódios relatados no livro.
O volume, com mais de 800 páginas, inclui a lista dos entrevistados, informação sobre a documentação consultada, cerca de 80 páginas de notas e mais de duas dezenas de páginas com referências bibliográficas.
Jung Chang nasceu na província chinesa de Sichuan, sudoeste da China, aos 14 anos integrava a Guarda Vermelha e apregoava slogans maoístas pelas ruas, mas, aos 16, quando os seus pais foram presos, entrou em ruptura com o maoísmo.
A investigadora mudou-se posteriormente para o Reino Unido, onde viria a estudar Linguística na Universidade de York, e tornou-se a primeira chinesa a obter doutoramento por uma universidade britânica.
O seu livro "Cisnes Selvagens", uma saga familiar que acompanha três gerações de mulheres chinesas, vendeu 10 milhões de cópias em todo o mundo e está traduzido para mais de 30 línguas, embora continue proibido na China comunista.
O êxito do livro possibilitou desafogo financeiro à autora, e permitiu que ela e o marido realizassem uma investigação que previam durar cerca de dois anos, mas se prolongou por mais de uma década.
A celebridade conquistada por Jung Chang com o livro também ajudou a "abrir portas", facilitando o contacto com personalidades internacionais como Dalai Lama, Imelda Marcos, Henry Kissinger, Mobutu ou George W Bush.
Familiares e pessoas do círculo mais íntimo de Mao que nunca tinham falado antes (intérpretes, criados, guarda- costas, médicos, namoradas) e pessoas fora da China com quem este teve uma ligação significativa foram outras das fontes.
Além destes testemunhos, registados em centenas de entrevistas, os dois autores pesquisaram em arquivos na China e na Rússia, tendo acedido a antigos documentos secretos da União Soviética.
Os arquivos do antigo governo comunista de Moscovo, arquivos da Albânia e da antiga Alemanha do Leste foram consultados demoradamente por Jon Halliday, ex-investigador agregado ao King+s College, da Universidade de Londres, e um fluente falante de russo.
A biografia "Mao - A História Desconhecida" não será publicada na China, onde Mao continua a ter o seu retrato na Praça Tiananmen, no centro de Pequim, e ainda é venerado como um herói revolucionário na comunicação social e no ensino.
Por esse motivo, Jung Chang e Jon Halliday, que residem actualmente em Londres, consideram que o grande objectivo da biografia é ser lida pelos chineses, uma vez que se trata da sua própria História."

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Monday, November 14, 2005

Selvagens, Cisnes

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Ontem à noite acabei de ler o livro Cisnes Selvagens, de Jung Chang. Nas últimas semanas, esta obra escrita em 1991 foi a minha companhia pela noite dentro. Trata-se de uma livro essencial para quem, como eu, está ávido por compreender a, por vezes, impenetrável China. Que por tão perto que está de mim, se torna frequentemente intangível. Escrito (e traduzido) num registo pessoal, simples e directo, mas ao mesmo tempo cheio de implícitos (con) textuais, Cisnes Selvagens conta a história de três filhas da China: a avó, a mãe e a própria Jung Chang. Através da vida delas, entramos numa viagem de seis décadas da China: do caos da primeira república (A República China) dominada pelos senhores da Guerra, passando pela ocupação japonesa, pela guerra civil entre comunistas e nacionalistas até às várias fases da República Popular da China – Grande Salto em Frente, Revolução Cultural e o período imediatamente posterior à morte de Mao Zedong. Jung Chang consegue neste livro ao mesmo tempo lançar o olhar severamente crítico que tem sobre a China de Mao e revelar o que estava por detrás do fanatismo dos jovens guardas vermelhos e dos rebeldes. É um livro que retrata os sonhos caídos em desgraça, a falência dos amanhãs que cantam e a irracionalidade e brutalidade de um período cujas marcas ainda se fazem sentir na China e hoje. Não sendo uma análise rigorosa ou científica – nem o pretende ser, naturalmente – ler este livro é uma boa maneira de perceber certos comportamentos que nos parecem desprovidos de humanidade quando lemos sobre a história da China no século XX, até ao final dos anos 70. Da mesma autora, juntamente com Jon Halliday, será também importante ler com atenção "Mao: The Unknown Story"

Andarilho

Ele está exilado, perto daqui. E vale a pena visitá-lo.

Sunday, November 13, 2005

Democracia com características chinesas

ou, uma viagem pelos meandros das dinâmicas internas do PCC em busca do equilíbrio e da razão de ser.
0 "livro branco da democracia na China" pode ser lido aqui.

Europa e China na Ásia Central: a questão energética III

2. The Geopolitics of Central Asia

Firt we must clarify what and where is Central Asia. Here we opt by a narrow approach: the former Asian Soviet Republics- Kazakhstan, Uzbekistan, Tajikistan, Turkmenistan and Kyrgyztan . However to understand deeper the core of this paper we shall, as well, take into account the Caspian litoral states, i. e. not only thee of the former Asia Soviet Nations (Kazakhstan and Turkmenistan) but also Russia, Azerbeijan and Iran.
In 1989, the Iron Curtain fell and the bipolar world politics came to and end, giving place to an uncertain world order dominated miltary by the United States of America: unipolar with several multipola rsigns. From the ashes of the implosion the Soviet Union several new states emerged redrawing themap of Europe and Asia. The newly indepedent republics, hitherto under the control of Moscow, started to be coveted by the world powers, which aimed to fill the local power vacuum. Why is the Central Asia so atractive? First, geographically, it is a strategic area of communication and inteaction between six nations: China, Russia, Turkey, India and Iran. Second, it is an unstable and unsecure area wherein islamic fundamentalism and underdevelopment meet in a potential explosive melt. Third, and for our paper the most important issue, it is a source od startegic resources: natural gas, oil and coal. In addition, this region has advanced nuclear technology able to create nuclear stations and potentially nuclear weapons. Moreover, it has been feared that this zone can be a stockpile for proliferation of nuclear weapons or enriched uranium or plutonium. Outlining the major problems in the area, we face

Friday, November 11, 2005

Dez mil

é o número de page views deste blogue. A todos os que vão passando por cá, o mais sincero agradecimento. Em breve, retomarei um ritmo de publicação mais regular.

Saturday, November 05, 2005

Europa e China na Ásia Central: a questão energética II

Part I
1.Energy Supply Security policy: the new challenges



The definition of energy supply security is not easy to draw, because it depends on “what the threats are, on who is threatened and on the cost of reducing the threats” (Mitchell 2000), which can be internal or international. Hence, the concept has changed over the last six decades. While, in the early 1940s the allocation of the energy supply was done according to the military priorities - due to the World War II the supply security was almost exclusively physical and the prices were fixed -, bypassing the years of the Bretton Woods Agreement (1945-1970), there have been huge transformations ocurred in the world energy supply market since the early 1970s, in the light of a global business revolution (Howeling and Amineh 2003a, 360).
First, the role of the government in the economy has been changing deeply and the energy sector is not an exception. There has been a shift from the concept of energy supply as a key and strategic area that should be kept in the hands of state because it should be accesible to all the citizens (the social democrat ideology after the War) to a new regulatory framework wherein the competition among private companies is encouraged in order to provide the consumer a wider range for choice. This movement towards a liberalization and deregulation of the market is occuring not only in the OECD countries, but also in developing nations, such as Brazil, China or India. In Europe the call of the European Single Act for the completion of the Single European Market, which was extended to the energy market in 1998-1999, shrank the national energy security scope of action. Second, there has been a transformation on the oil industry. The oil shocks of 1973 and 1979 had temporarily reduced the weight of oil in the energy market. Western economies began to develop in a faster pace alternatives to the oil depedendence. One of the oil’s competitors is the natural gas. But analysts doubt about the feasibility of natural gas, although the extensive and worldwide reserves, to replace the oil hegemony. Third, the competition in the oil business is increasing within and ouside the Organization of the Organization of the Petroleum Exporting Countries (OPEC)[2]. Technological developent has permitted the growth of exploration, through techniques as the deep water production, in areas like the North Sea or the Gulf of Mexico. Fourth, the control of enery sources, specially Oil has becoming increasingy a geostrategic asset. As Amineh and Howeling (2003c: 396) note, “oil and gas are not just commodities traded in international markets. Control over territory and its resorces are startegic assets”.[3] This is valid mainly for the importing states that are endeavoring to achieve energy security, i.e. “the availability of energy at all times in avrious forms, in sufficient quantity and at afordable prices”(Hansen 2003) . And these countries are exremelly vulnerable to the risks of sudden disruptions because it will have a tremendous impact iomn the economy and society: higher unemployment rates or lower standarts of living. And these disruption can occur because of political reasons (the 1973 Arab Oil embargo to the United States because of its position on Israel), internal politics in a major exporter (the Iranian Revolution), a regional war (Iran-Iraq war) or an overwhelming increase in the demand from a huge market before which the refinaries and the exporters do not have the means to respond properly (Chinese oil demand). To avoid and bypass these dangers “ an energy importing state may choose to diversify its energy supllies to secure its energy security or it may try to improve extisting energy supply relations.” (Hansen 2003, 13)

[2] The OPEC Members are Iran, Iraq, Saudi Arabia, United Arab Emirates, Kwait, Qatar, Indonesia, Venezuela, Nigeria, Indonesia, Libya and Algeria.
[3] The War in Iraq (2003), the USA invasion, illustrates how important is the territorial control of a source of energy like Oil. In that case, the control over a country with 112,500 million of barrels of proven crude oil reserves.

References:

Amineh, Mehdi Parvizi, Howeling, Henk (2003a) “The Geopolitics of Power Projection in US Foreign Policy: From Colonization to Globalization”, Perspectives on Global Development and Technology, 15 September 2003, vol. 2, no. 3-4, pp. 339-389(51) Brill Academic Publishers.

Amineh, Mehdi Parvizi, Howeling, Henk (2003b) “The US and the EU in CEA. Relations with Regional Powers”, Perspectives on Global Development and Technology, 15 September 2003, vol 2, nº 3-4, pp. 521-547(27), Brill Academic Publishers.

Amineh, Mehdi Parvizi, Howeling, Henk (2003c) “Caspian Energy: Oil and Gas Resources and the Global Market”, Perspectives on Global Development and Technology, 15 September 2003, vol 2, iss. 3-4, pp. 391-406(16) , Brill Academic Publishers.


Hansen, Sander (2003), Pipeline Politics: the struggle for the control of the Eurasian Energy Resorces. Retrieved on June, 2004, from the Netherlands Institute of International Relations Clingendael Web Site: http://www.clingendael.nl/ciep/pdf/CIEP_02_2003.pdf

Mitchell, John V (2000) Energy Supply Security: Changes in concepts. Retrieved on June 2004 from the Royal Institute of International Affairs Web Site:

Wednesday, November 02, 2005

Europa e China na Ásia Central I

A partir de hoje vou publicar aqui um ensaio que escrevi, em inglês, no âmbito do mestrado em Estudos Europeus do Instituto de Estudos Europeus de Macau sobre as estretégias da China e da União Europeia para a zona da Ásia Central, no que diz rspeito às políticas de segurança de fornecimento de energia, numa leitura de cariz geopolítico.

Energy Supply Security Policy
European Union and China in Central Asia

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José Carlos Matias
2004

Introduction

The Central Asia and the Caspian region have drawn the attention of the world especially since the end of the Cold War. Indeed, there have been deep political, economic, and social transformations in the landmass of Eurasia. Politically the fall of the Soviet Union brought up the newly independent states of the former Asian republics of the Soviet Union. The new map of Central Asia began to include five new States – Kazakhstan, Uzbekistan, Tajikistan, Turkmenistan and Kyrgyztan – and three nations between the Black Sea and the Caspian Sean- Armenia, Georgia and Azerbaijan. In this paper we will focus on the five Central Asian Republics and on the Caspian States, which includes also Russia, one of the key processes in this area. The Central Asia and Caspian areas have received the attention of the world powers because of several reasons. Here we highlight the importance of the substantial hydrocarbon reserves (mainly Oil and Natural Gas) at the light of the new challenges for the energy supply security strategies of the European Union and China.
First one has to clarify the new challenges of the Pipeline diplomacy and Energy Supply Security policy, analyzing what changed in the last 30 years, since the oil shock in 1973, in the Oil market and regarding the Internation Political Economy of the Energy Security policies, encompassing it in the broader spectrum of the economic globalization.


Then, we will focus on the key issues of geopolitics of Central Asia: the recent history, political, social and economic shifts since the end of the Soviet Union, the security problems, the entry of the United States in the area after September 11 and the power politics strategies of the major powers in the world. The following step is, narrowing the approach, to overview the weight and relevance of the natural gas and oil in the region. In the second part of the paper, we wil enter into the core of our analysis, endeavouring to understand, in general, the geopolitical strategy of China, first, and the European Union, later, towards the Central Asian countries, and in particular, the energy supply security strategy of both world powers before the Central Asia and Caspian Region.

In the case of China, we will regard whether the Shanghai Cooperation Organization is an efficient device of Beijing (and Moscow) to strengthen their interest in the region. European Union is also a interested part in the dialogue with the Central Asian nations, since it will face a huge increase in the oil and gas dependence from imports in the furure. The objective is to clarify what is the EU strategy for Central Asia, first in a broader sense, then, in what concerns the energy supply security towards the oil and gas reserves in Central Asia, especifically in the Caspian Sea. Facing the imperial approach of the United States in Central Asia, specifically after September 11 and the War in Afghanistan and the Sino/Chinese way o resist to the American influence in an area considered by Russia and China in their natural sphere of influence, what is the EU strategy?

Sunday, October 30, 2005

De novo as patacas perdidas

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"Macau tornou-se, na consciência política nacional, um local obscuro e sombrio.Em Portugal não se pode mencionar a palavra “Macau” sem que uma geração de poder não sinta calafrios.", escreve Gonçalo Curado no Sinédio a propósito do caso "Alberto Costa/TDM".
Ou será que esboça essa geração esboça um sorriso?
Sobre outro caso lembro o que escrevi aqui, em Agosto deste ano.

P.S. Eu diria que, de algum modo, quase todos vieram colher frutos na prodigiosa árvore das Patacas. O livro de João Paulo Meneses conta uma história bem ilustrativa e baseada em factos reais.

Friday, October 28, 2005

Vêm aí os IV Jogos da Ásia Oriental - Macau 2005

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A partir de amanhã até dia 6 de Novembro.

A fuga

Este trabalho do Diário de Notícias com base em dados do Banco Mundial vem confirmar aquio que vislumbarva ja há algum tempo a olho nu. Regularmente sei de alguém, um amigo ou conhecido dos tempos da Universidade, que emigrou. Este novo tipo de emigração, do qual faço parte, é bem analisado no editorial assinado por Helena Garrido:
"As razões que levam os portugueses qualificados a deixar o país ou a não regressar a Portugal são ainda um indicador de problemas de desenvolvimento"

Monday, October 24, 2005

Democracia, Socialismo e Pobreza

Vital Moreira indigna-se com o facto do Partido Comunista Chinês falar nos avanços rumo À democracia e socialismo num país como a China. Percebo a sua posição e, de facto, é algo owelliana a retórica "socialista" e democrática de um regime que conjuga a burocracia do "socialismo" de estado com o capitalismo selvagem, no sentido em que os direitos sociais são diminutos, senão mesmo inexistentes. No entanto, dizer que na China mais de150 milhões de pessoas vivem na pobreza, sem salientar que, por um lado 150 milhões é o equivalente a pouco mais de 10 por cento da população chinesa, e que, por outro, desde o início das reformas "capitalistas" de Deng Xiaoping, nos anos 1980, a China foi responsável por 75 por cento da redução da pobreza nos países em desenvolvimento, é uma observação que, no mínimo, peca pela falta de precisão.
A Blasfémia contradiz Vital Moreira, mas também peca por alguma desactualização quanto à natureza política e económica do regime chinês. É que a República Popular já não é apenas um país estatista, planificador e totalitário - trata-se de um regime autoritário, de partido único, que cimenta a sua legitimidade não na ideologia comunista que caíu em desgraça após a tragédia da Revolução Cultural, mas em dois vectores que me parecem pilares do "contrato social" chinês: o desenvolvimento e o crescimento económico de uma China que renasce e um regresso de um certo nacionalismo que vem substituir o vácuo ideológico deixado para trás pelo falhanço do socialismo chinês. Alguns autores tipificam a China como uma regime neo-autoritário desenvolvacionista, em que vai re-emergindo uma social-confucionismo. No entanto, fruto das desigualdades e disparidads socias provocadas inevitavelmente pelo capitalismo, a economia socialista de mercado está a deixar para trás milhões que passam ao lado das vacas gordas da nova era. Esse é um perigo real: a ruptura do contrato que foi alterado várias vezes desde a instauração da República Popular da China, em 1949.
Falar da China é de facto complexo. Ainda por cima usando a grelha de análise que utilizamos quando nos referimos ao "Ocidente". Não se trata de desculpabilizar os crimes cometidos no passado e no presente; trata sim de tentar perceber as dinâmicas centrípetas e centrífugas, amiúde contraditórias, de um país fascinante a vários níveis. Daqui de Macau apenas posso espreitar. E com este blogue procurar abrir uma porta. - como o próprio nome de Macau indica em Chinês: Ao Men (Ou Mun, em cantonense), ou seja a Porta da Baía.

Leituras Dominicais

Este domingo, li a review de um livro sobre o papel do Delta do Rio das Pérolas no crscimento e desenvolvimento económico da China, espreitei este artigo sobre a visita de Donald Tsang aos Estados Unidos e lembrei-me da visão de Nehru sobre o "Asianismo" e as relações China-Índia.

Tuesday, October 18, 2005

Shenzhou VI e a inovação tecnológica

Wang Xiangwei escreveu ontem um artigo de análise muito interessante no jornal "South China Morning Post" que é aqui traduzido e adaptado.

“O regresso da segunda missão tripulada da China vai gerar uma onda de patriotismo nos meios de comunicação social, (à semelhança do que aocnteceu há dois anos com a Shenzhou V, n.t.)
A missão cimenta a entrada da China na elite das nações que já enviaram naves tripuladas ao espaço e reflecte o seu desenvolvimento tecnológico. O líderes vao, indubitavelmente, usar este exemplo para inspirar mais inovação tecnológico, encarado como um dos aspectos mais fracos nos esforços que o país tem feito para acelerar o desenvolvimento económico.

Durante os últimos anos, o presidente Hu Jintao e outros dirigentes têm frequentemente lamentado que o padrão de crescimento económico do continente, alimentado por um baixo custo da força de trabalho e o uso ineficiente da energia, seja insustentável perante os efeitos desastrosos que provoca no meio ambiente.
Hu Jintao está a procurar guiar a economia num sentido mais saudável e por um caminho mais sustentável; nesse sentido tem clamado que a inovação tecnológica é o caminho para reforçar a qualidade do crescimento económico. Isto foi salientado no documento recentemente aprovado no plenário do Comité Central do Partido Comunista Chinês.
Fontes dizem que o governo central vai em breve anunciar o primeiro plano de longo prazo para o desenvolvimento tecnológico e científico para os próximos 15 anos. Tendo o primeiro-ministro Wen Jiabao como supervisor, o plano deverá apontar uma série de objectivos para a inovação tecnológica e científica: desde missões espaciais até à segurança alimentar.
Mais importante, vai colocar um ponto final no debate patente entre políticos e académicos sobre se a China, como um país em desenvolvimento deve confiar maioritariamente nas tecnologias externas e contentar-se m sera “fábrica do mundo”, inundando os mercados internacionais com produtos baratos.
Isto seria um desenvolvimento bem vindo, particularmente numa altura em que as exportações da China, uma das forças motorizes do crescimento económico, estão a enfrentar cada vez mais barreiras alfandegárias e vários proteccionismos por parte dos parceiros comerciais. Mas num país em que as violações dos direitos de propriedade intelectual são “o pão nosso de cada dia”, procurar o desenvolvimento da inovação tecnológico é uma tarefa hercúlea. Para que esta intenção funcione, os dirigentes terão que colocar em cima da mesa as seguintes prioridades.
Em primeiro, devem ser reguladas e postas em prática regras efectivas de protecção da propriedade intelectual. Conflitos e torno da violação dos direitos de propriedade intelectual (DPI) têm sido um dos assuntos que tem causado maior fricção entre a China e os Estados Unidos, com Washington a dizer que as empresas americanas perdem milhões de dólares por ano por causa da pirataria. Apesar do comprometimento ao nível das autoridades chinesas, os esforços da China são vistos como pouco veementes.
Os Contrafactores não só atingem as companhias estrangeiras, como também as domésticas. Sem um empenho total na protecção dos DPI , os cientistas têm poucas razões e motivação para inovar.
Em segundo, o governo deve usar incentivos fiscais para encorajar as companhias a pôr de lado fundos destinados à investigação e desenvolvimento.
Em terceiro, como as companhias privadas mais que as estatais estão mais inclinadas para procurar a inoivalão tecnológica, o governo tem de estimular a criação e o desenvolvimento de “venture capital”, ou capital de risco, que apoie as experiências e investigalões tecnológicas e a sua aplicação.
Até ao momento, Pequim tem encarado os fundos de “venture” com suspeição , colocando-lhes barreiras regulatórias, tornando assim difícil o desenvolvimento dos fundos domésticos e o aparecimento de capitais estrangeiros nesse sentido.
Mais importante, a inovação só pode florescer num ambiente em que os inventores possam pensar e argumentar sem ter medo de serem perseguidos. É impossível imaginar o florescimento da inovação sob a repressão política.
Isto será um teste decisivo para a liderança chinesa, uma vez que a tendência vigente de apertar o controlo ideológico e sobre a liberdade de expressão em nome da manuteção da estabilidade, dificilmente vai ajudar no estímulo a uma cultura da inovação”.

Monday, October 17, 2005

Sãos e salvos

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Os taikonautas voltaram à Terra depois de cinco dias em órbita.
A propósito, esta é uma boa altura para reflectir sobre o programa espacial chinês. Começamos por ler "CHINA'S SPACE PROGRAMME" por B.Raman.

Thursday, October 13, 2005

A Prosperidade Comum

O Partido Comunista Chinês (PCC) aprovou uma estratégia de desenvolvimento que substitui as doutrinas próximas do capitalismo de Deng Xiaoping por uma política mais igualitária, que a imprensa oficial hoje classifica como "mudança revolucionária".
Na sessão plenária que decorreu entre sábado e terça-feira, o comité central do PCC adoptou a teoria da "Prosperidade Comum", acabando com a teoria de "Enriquecer Primeiro", que guiava a estratégia de desenvolvimento da China desde que Deng Xiaoping a propôs, em 1978.
"É um ajustamento histórico nos padrões dos planos quinquenais da China desde que o país alterou a sua estratégia de desenvolvimento nos anos 70", considera a agência noticiosa oficial Nova China, que define as teorias de Deng como "um afastamento dos princípios da igualdade, apesar de terem dado energia ao país".
Os plenários do PCC são considerados a ocasião mais importante do calendário político chinês, e foi no plenário de 1978 que Deng Xiaoping abriu a China ao capitalismo, iniciou as reformas económicas e permitiu a entrada do investimento estrangeiro, numa estratégia guiada pela teoria de "Enriquecer Primeiro" que permitia a algumas regiões e pessoas enriquecer primeiro que outras, sob o "Sistema de Mercado de Características Socialistas". (...)

Tuesday, October 11, 2005

A mecânica das coisas

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O aquecimento global está a causar o declínio ecológico do rio Amarelo pondo em risco o acesso a água de mais de 120 milhões de pessoas, alerta a associação ambientalista Greenpeace China num estudo hoje divulgado.
"Olhando para a região da nascente do Rio Amarelo, observamos os glaciares e o solo gélido a degelar, os lagos e afluentes a diminuir, a deterioração das áreas abertas e a desertificação do solo, ameaças causadas pelo aquecimento global e pelas alterações climáticas", refere o estudo encomendado pela Organização ecologista Greenpeace a uma equipa do Instituto de Pesquisa das Regiões Frias e Áridas da Academia de Ciências da China. (Lusa)


As autoridades chinesas concluíram que a corrupção na província de Guangdong, a mais rica do país, custou mais de 11 mil milhões de dólares americanos (nove mil milhões de euros) em cinco anos, refere hoje a imprensa local.
O valor, equivalente a cerca de três por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal em 2004, foi subtraído entre 2000 e 2004 por mais de 400 funcionários públicos de Guangdong, noticia o jornal oficial chinês em língua inglesa China Daily, que cita os resultados de uma investigação do Tribunal de Contas daquela província adjacente a Macau (...)

Um grupo de monges budistas, sempre encarados como alheios às coisas do mundo, iniciou hoje em Xangai um mestrado em gestão de empresas (MBA), lado a lado com gestores e executivos de topo, refere hoje a imprensa económica local.
Segundo o jornal chinês Economic Daily, os 18 monges, vestidos com túnicas amarelas e cor-de-laranja que simbolizam a renúncia e a vida sem desejos, frequentam aulas de engenharia organizacional, recursos humanos, marketing e gestão financeira. (...)

Sunday, October 09, 2005

A Doninha no Oriente

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Foi um espectáculo!
Esta noite os Da Weasel foram os cabeças de cartaz do "Festival da Lusofonia", em Macau.

Thursday, October 06, 2005

Ameaça, Paz. Desenvolvimento e Status Quo

"Despite widespread fears about China's growing economic clout and political stature, Beijing remains committed to a "peaceful rise": bringing its people out of poverty by embracing economic globalization and improving relations with the rest of the world. As it emerges as a great power, China knows that its continued development depends on world peace -- a peace that its development will in turn reinforce."

Este é o summary de um artigo ineteressante, publica pela "Foreign Affairs", que foge a uma tendência que tem proliferado nalguns círculos académicos e não só, nomeadamente nos Estados Unidos, cujo tom tem sido de "China-Ameaça". Não ignoro as ambições de poder da China, em especial na zona Ásia-Pacífico, nem que existe algo "beyong e behind the curtain" numa linguagem algo realista, no entanto receio que a retórica da "China como the next big threat" agudize o "security dilema" e se torne numa "self-fulfil prophecy".
Acerca da estratégia chinesa para as relações internacionais vale a pena ler com atenção "Is China a status quo power" de Alaistair Iain Johnston.

Wednesday, October 05, 2005

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Liuzhou, China. Fevereiro de 2005.

Sunday, October 02, 2005

Há 56 anos II

"O arsenal de defesa contra a Internet na China foi reforçado esta semana com a publicação de um novo regulamento que amplia a lista de temas tabu no país. Sites e blogues ficam a partir de agora proibidos de noticiar ou referir manifestações de protesto social que têm aumentado substancialmente nos últimos tempos.O texto legal proíbe os sites de informação que "instiguem reuniões, organizações, manifestações ou concentrações ilegais que perturbem a ordem pública". Ficam também sob a alçada das novas regras os sites que publiquem informações consideradas pelas autoridades falsas ou pornografia e conteúdos que "ponham em causa a segurança nacional, revelem segredos de Estado, subvertam o poder político [e] minem a unidade nacional"." in Público (sem link)

"Este tipo de regulamentos pode intimidar e controlar alguns sites, mas a longo prazo [as autoridades] estão a travar uma batalha perdida", declarou à Reuters Xiao Quiang, director do China Internet Project da Universidade da Califórnia (Berkeley, Estados Unidos).

Nem mais!

Há 56 anos

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Era criada a República Popular da China.

Thursday, September 29, 2005

Olhares

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(Dezembro de 2004)
O Templo de Kun Iam, ali mesmo...

Wednesday, September 28, 2005

Ainda as eleições

Em jeito de final de "festa", ficam aqui algumas ligações sobre a "saga" do acto eleitoral em Macau:
"Uma AL de oposição, ou talvez não..." Hoje Macau
"Violência eleitoral nas mãos de um juiz" Ponto Final
"Análise: Balanço pós-eleitoral" Paulo Godinho no Ponto Final

Tuesday, September 27, 2005

Eleições: vencedores e derrotados

Vencedores:

Associação do Novo Macau Democrático: A lista liderada por Ng Kuok Cheong não só ficou em primeiro lugar, como aumentou a votação em termos absolutos em 7 mil votos, em comparação com as eleições de 2001. Manteve os dois deputados e ficou a apenas 500 votosd e eleger o terceiro. A população voltou a dar sinais de vontade em acelerar o processo de reforma democrática. É a vitória do trabalho de campo de uma associação com parcos meios que ganha cada vez maior implantação entre as classes médias e os mais desfavorecidos. Esperemos que nesta legislatura a dupla Ng Kuok Cheong/Au Kam San possa fazer mais e melhor na Assembleia; isto é que tenha um discurso mais consistente e consequente e que, já agora, apresente propostas de lei.

Associação dos Cidadãos Unidos de Macau: Trata-se de uma surpresa e de um sinal preocupante. Surpresa porque poucos previam que pudesse eleger dois deputados; mau sinal, uma vez que estamos perante uma lista que representa os interesses do sector do Jogo, mais especificamente, os negócios da comunidade de Fujian. De resto foi com o apoio em massa da comunidade dessa província chinesa que conseguiu eleger dois deputados. Não se pode por isso esperar nada de bom destes dois deputados na Assembleia. Ainda por cima há fortes suspeitas deste grupo ter procedido à compra de votos. Não é assim de repente que se conseguem 20 mil votos em Macau. Além do mais o líder da lista, Cham Meng Kaa, patrão do casino Golden Dragon, inspira pouca confiança e algum medo. Não é por acaso.


Nova Esperança: Pereira Coutinho é o outro grande vencedor da noite. O presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau foi não só foi o primeiro cabeça de lista português a ser eleito pelo sufrágio directo (depois de Jorge Fão ter sido eleito há quatro anos na lista de David Chow), como alcança uma votação recorde para uma lista ligada á comunidade portuguesa e macaense: quase 10 mil votos. É o fruto de quatro anos de trabalho intenso, de trabalho de campo junto da função pública que tem visto os seus direitos serem atacados nos últimos anos. Agora os trabalhadores da administração já têm uma voz na Assembleia. Sendo uma figura polémica dentro da comunidade portuguesa, Coutinho soube apelar ao voto útil e seduzir muitos eleitores chineses. Resta saber como se vai comportar na Assembleia.

Resistentes:

União para o Desenvolvimento: A lista dos operários liderada pela senhora Kwan Tsui Hang conseguiu resistir à concorrência e segurou com larga margem os dois deputados. Temia-se que com tanta concorrência vinda do sector empresarial, a associação apoiada pelos Operários Pró-Pequim pudesse perder terreno face a aliciamentos que terão sido feitos. É um prémio para quem está junto dos trabalhadores e que tem levantado a voz contra os atropelos constantes à classe. No entanto, sendo alinhada com o governo de Macau e em especial com a China continental, a sua margem de contestação é limitada. Tendo em conta o aumento das disparidades sociais será interessante ver como reage quando a corda esticar.

União Promotora do Progresso: Os "Kai Fong", ou seja as Associações de Moradores, seguraram por uma unha negra os dois deputados. Valeu o carisma de Leong heng Teng e a estima que ele inspira nos sectores tradicionais. Mas há um sinal que não deixa de preocupar os "moradores": o número de eleitores está a aumentar a passos largos e o número de votantes na União Para o Progresso mantém-se quase inalterado. Na Assembleia espera-se uma voz apagada e alinhada, apesar de, por vezes, levantar algumas causas sociais.

União Para o Bem Querer de Macau: Fong Chi keong, o cabeça de lista, é um meio vencedor. Apostou as cartas todas no sufrágio directo (depois de não ter garantido os apoios para a eleição indirecta) e ganhou. O que é um mau sinal, pois a sua prestação como parlamentar vai do medíocre ao deplorável.

Derrotados:

Convergência para o Desenvolvimento de Macau: Ou melhor o seu líder e patrocinador, David Chow. Em 4 anos perdeu mais de metade dos votantes e foi eleito por escassa margem, Para quem tem a influência e o poder económico de David Chow, dá que pensar. E afinal os votos dos macaenses contam, uma vez que sem Jorge Fão na lista, Chow viu-se reduzido a pouco mais de 6 mil votos.

Aliança para o Desenvolvimento de Macau: Era a grande jogada de Stanley Ho. Lançou a sua esposa Angela Leong (a quarta mulher) na corrida e não conseguiu eleger o seu braço direito, Ambrose So. Tendo em conta que Ho é ainda rei e senhor de Macau foi uma humilhação ter menos de metade dos democratas e ver o patrão do casino Golden Dragon chegar aos 20 mil votos. Valia a pena entrar na corrida assim? De qualquer modo a lição foi aprendida. Angela Leong não vai acrescentar nada à Assembleia e quando falar será sempre, obviamente, a voz do dono, ou seja de Stanley Ho.

União dos Trabalhadores dos Jogos de Fortuna e Azar de Macau: É um caso difícil de perceber, à primeira vista. João Bosco Cheang que em 2001 obteve mais de 5 mil votos viu-se reduzido a menos de mil. A lista da STDM tirou-lhe a fatia de leão dos votantes. Com isto, Cheang deverá dizer adeus à política da RAEM.

Por Macau:A não eleição de Sales Marques não é surpresa para ninguém. Mas o resultado pode considerar-se muito fraco: apenas 892 votos. Esta facção, mais elitista diz Pereira Coutinho, da comunidade macaense terá agora que repensar o projecto. Vale a pena ser os irredutíveis gauleses na aldeia chinesa?