A propósito da visita do veterano repórter de guerra Peter Arnett à Universidade de Shantou:
"For Chinese journalists, self-censorship ensures the news is good", John Weaver, AFP.
Wednesday, May 09, 2007
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À beira-China plantado. Um blogue de José Carlos Matias. jcmatias80@gmail.com.
2 comments:
JCM,sou visitante assidua do teu blogue embora nunca tenha deixado comentario.Acho interessante a maneira como fazes uma abordagem ao mesmo tempo jornalistica e academica dos assuntos. O titulo do artigo que sugeres pra leitura me chamou atencao porque, primeiro, trata-se de um assunto que nao podemos esperar que seja abordado na imprensa nem nas celebracoes do dia da imprensa; segundo, faz-me pensar muito no que estou a pasar agora: sou estudante mocambicana na Fudan Universuty em Shanghai, desde Setembro de 2005 para um programa de 2 anos: Mestrado em Chinese Politics and Diplomacy, um programa de Politica Internacional. Estou neste momento a lutar pra terminar e defender a tese (China's Soft power engagement in Africa: Contending views and Significance for Sino-African Relations). Um tema interessante que achei que nao me daria tanto trabalho dado o debate actual a volta da reemergencia da China. Enganei-me. Apresentei 75 paginas ao meu tutor e estava muito satisfeita. Ele devolveu-me a tese totalmente desfigurada, ignorou todas as regras em termos de forma e condenou quase todas ideias a "not relevant" com o pouco ingles que ele pode perceber e falar. O argumento e' que eu nao estava a apresentar uma imagem favoravel a China (senti lagrimas na ponta dos olhos), que devia refazer a tese dando mais detalhes a politica da China(o que significava copiar todos os 6 ou 8 principios do Africa Policy para a minha tese. Decidi entao comecar a ser mais pro-China(porque preciso defender logo) mas a segunda avaliacao nao veio nada melhor: Ele proprio apagou 20% da tese (de novo, not relevant) e inseriu no texto que "alguns africanos sao muito radicais em resposta a China" quando eu descrevia e analisava o mau comportamento de companhias chinesas em termos de desrespeito a leis laborais e a atencao excessiva que dao ao sector de recursos naturais em detrimento de outras areas que tambem necessitam de investimentos em Africa. A historia continua e vou defender no proximo mes uma tese com a qual nao concordo em pleno.
Nao sei como e' com os estudantes chineses mas a minha turma(composta so de estrangeiros) esta a ter momentos dificeis com os supervisores, temos que escrever pra agradar o sistema, nao a academia, ha muito que as nossas teses deixaram de ser academicas, sao algo como endoctrinacao(?)pela China. Talvez um dia possas fazer uma reflexao sobre o ensino superior da China, tomando em conta as dificuldades tidas por estudantes estrangeiros em programas que nao sejam de lingua chinesa.
Regards
Estimada Sónia,
Muito obrigado pelo teu contributo. O que escreves aqui é bastante elucidativo. Irei ler mais e informar-me sobre o tema para futuras abordagens. Boa sorte para a tua carreira académica.
Felizmente aqui em Macau (no segundo sistema) as coisas são bem diferentes. Digo isto pelo que ouço e também por experiência própria enquanto estudante de um mestrado na Região Administrativa Especial de Macau.
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