Thursday, February 10, 2005

O embargo 2

Aumenta a pressão norte-americana para que a União Europeia não levante o embargo à venda armas à China. Condoleeza Rice é clara. Durão Barroso procura tranquilizar Washington sem deixar de agradar a Pequim.
É um equilíbrio difícil mas possível que ilustra o sentido de realpolitik dos europeus, que ultimamente consideram que não vale a pena, como disse Jorge Sampaio na recente visita à China, "entrar à canelada", no que diz respeito aos direitos humanos no "Império do Meio". O árbitro de Washington é que não gosta lá muito da brincadeira e ameaça mostrar o cartão amarelo, certamente por Bruxelas ser apanhada várias vezes em situação de "fora de jogo", ou pelo menos a tentar espacar ao jogo do Tio Sam. Apesar disto, os dois, Rice e Barroso, garantem que há sintonia nas relações transatlânticas. Eu diria que as águas do Atlântico andam mais calmas, mas a não se pode falar em bonança. Há, digamos que, uma percepção quer na Casa Barnca, quer no "Charlemagne" que o confronto entre a Velha Europa e a América bushiana não surtiu efeitos e só prejudicou os interesses dos dois lados. "It time for diplomacy" clamou Condoleeza Rice, mas tendo em conta as tentações unilateralistas que persistem em Washington, a prudência é a melhor conselheira nas análises que possam ser feitas quanto ao estado da aliança euro-americana. E num mundo cada vez mais tripolar, pelo menos do ponto de vista económico, há que ter em conta sempre o "factor China".

Hans Binnendijk no International Herald Tribune escreve sobre o assunto.

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