Tuesday, October 31, 2006

China multilateral

Esta semana a China acolhe duas cimeiras de chefes de estado que ilustram bem a dinâmica e o alcance da estratégia chinesa para as relações internacionais.


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1. Ontem começou em Nanning a conferência China-ASEAN, um encontro que reúne Pequim e os dez países da Associação das Nações do Sudeste Asiático. Em cima da mesa está o plano de criação de uma zona de comércio livre, parcial em 2010, e total, em 2015. A propósito das ligações cada vez mais estreitas da China com os vizinhos asiáticos, vale a pena (re) ler “China Engages Asia”, de David Shambaugh.


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2.Na sexta-feira, começa a conferência de chefes de estado e de governo do Fórum China-África. Outra janela multilateral de Pequim. As relações sino-africanas estão cada vez mais na agenda diplomática internacional e na da investigação académica.

3. Em traços gerais, estes são os principais instrumentos de diálogo e cooperação, de âmbitito multilateral e regional, da China, criados nos últimos dez anos:

--Organização de Cooperação de Xangai: China, Russia mais antigas repúblicas soviéticas da Ásia Central

--China-ASEAN: A China e os países do sudeste asiático

--Fórum China-África

--Fórum de Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa

--ASEM: Asia Europe Meeting – fórum/encontro inter-regional que junta a União Europeia, os países da ASEAN mais a China, Japão e Coreia do Sul – juntamente com a Índia, Paquistão e Mongólia, países que foram convidados a juntar-se ao ASEM na cimeira deste ano.

Questões de algibeira:

1- Que tipo de estratégia está na base destas novas redes?
2- Para quando um fórum China-Mercosur ou Andean?
3 - Que tipo de ligação institucional poderá haver com o Médio-Oriente?
4 - Em que aspectos estes laços são complementares ou concorrenciais com os interesses norte-americanos em África, ASEAN e América Latina?

Na China

Do outro lado das Portas do Cerco, o olhar da jornalista Maria João Belchior, num blogue único, valioso.
Chamo a atenção, especialmente, para a notável reportagem que foi publicada na edição de dia 22 de Outubro da revista "Pública" sobre a Coreia do Norte.
Quem também lá esteve foi a jornalista Rita Colaço que elaborou uma reportagem impressionante para a RDP-Antena 1.
Parabéns às duas!

Monday, October 30, 2006

Parabéns

Ao Andarilho, Exilado, que exala há um ano consciência e consistência.

Saturday, October 28, 2006

China-UE-Pequim-Bruxelas

A União Europeia publicou um novo paper sobre as relações com a China.
Vale a pena dar uma espreitadela. Num destes dias vamos olhar para isto com mais atenção...

Thursday, October 26, 2006

Já está!!!

"Angola superou a África do Sul e tornou-se o maior parceiro comercial da China, disse hoje o vice-ministro chinês do Comércio, adiantando que o comércio sino-angolano ultrapassará os 7,9 mil milhões de euros até ao final do ano.
Segundo Wei Jianguo, nos primeiros nove meses de 2006, Angola foi o maior parceiro comercial chinês em África, com um comércio bilateral superior a 7,39 mil milhões de euros, seguindo-se a África do Sul, com um comércio bilateral superior a 5,40 mil milhões de euros" Lusa

Saturday, October 21, 2006

China-África-EUA

Interessante a análise de António Neto da Silva sobre as relações sino-africanas (via Bloguítica). Especialmente quando escreve que
"com essa concorrência garantem [os EUA] o apoio da China no combate ao terrorismo. É que, naquele combate, a China é um aliado fundamental. Mas esta aliança tácita só se manterá se a China não puder controlar, sozinha, as fontes de abastecimento de petróleo. Se um tal controlo lhe fosse permitido, a China desinteressar-se-ia da cooperação na guerra contra o terrorismo. E os EUA ver-se-iam a braços com a necessidade de se abastecerem, quase exclusivamente, dentro do espaço geográfico do conflito e de ter que enfrentar o terrorismo sem o apoio de um aliado imprescindível ao sucesso dessa luta".

Vale a pena (re) ler "A rising China counters US clout in Africa», Abraham McLaughlin no C.S.M.

Quanto à potencialidade normativa da China no plano internacional, tenho sérias dúvidas. Mesmo quando leio o que disse há dias um chefe de governo de um país africano lusófono:
"Por seu turno, o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, também entrevistado pela Xinhua, disse que África devia aprender com a experiência chinesa e o seu modelo de desenvolvimento a fim de evitar ser marginalizado do processo de globalização".

O modelo de desenvovimento chinês é muito específico. Não me parece que seja exportável - só mesmo com muitas adpatações. Não me parece também que possa surgir como um modelo alternativo à ordem demo-liberal. Dito isto, há que reconhecer que, na prática, os cinco princípios da coexistência pacífica entram que nem faca em manteiga em África. A não ingerência é digerida com especial sabor por muitos lideres africanos.


Wednesday, October 18, 2006

Sobre as imagens no Tibete

Subscrevo o que diz o Rodolfo Ascenco, no Ponto Final:

"O governo chinês, que procura credibilizar-se aos olhos de todos – a começar pelos do próprio povo – não pode, simplesmente, ignorar as imagens de televisão que mostram civis a serem abatidos por militares no Tibete. Muito menos pode, face ao que se vê nas imagens, dizer que tentaram persuadir as pessoas a não passarem a fronteira ilegalmentePela reacção chinesa, as imagens são reais – e assim a desculpa esfarrapada. A censura à passagem da reportagem nos canais de televisão por satélite reforça essa convicção. Não comentar perante a imprensa internacional, como ontem sucedeu na conferência de imprensa do ministério dos Negócios Estrangeiros, é enterrar a cabeça na areia, como faz a avestruz.

Ler mais aqui.

Saturday, October 14, 2006

Afundado

Nos Jogos da Lusofonia, não posso deixar de reparar que

1. A Rússsia e a China opõem-se a "sanções extremas contra a Coreia do Norte".

2. A "Nova Esquerda" na China está com uma dinâmica que vale a pena acompanhar.

3. A Wikipedia está com acesso quase total na China. Excepto em chinês.

Friday, October 06, 2006

Não foi por acaso

que o general que liderou o golpe militar na Tailândia é muçulmano e que uma das razões invocadas para derrubar Thanksin Shinawatra foi a questão da unidade e integridade territorial:

Thailand's new military rulers say they have agreed to talks with Islamic rebels in the south, in a significant policy change from the ousted regime.

BBC

Tuesday, October 03, 2006

Ban Ki Moon: O Senhor que se segue

Fala de si como um homem dos consensos e que procura a harmonia na comunidade internacional. Mas afinal que tipo de Secretário-Geral da ONU vai ser este?

Excertos do discurso que proferiu no dia 21 de Setembro perante a Assembleia-Geral da ONU:

"The key lesson to be drawn from the Korean experience over the past decades is that education is key to development, and woman and girls are the most effective agents for change and social progress"

"The undiminished human suffering in Palestine remains another source of deep concern. We urge the early revival of the stalled peace process. The violence and loss of innocent lives in Iraq concern us enormously as well. We trust that Iraq will become a stable and prosperous democracy under the leadership of its new government"

O discurso pode ser lido aqui.

Monday, October 02, 2006