À beira-China plantado.
Um blogue de José Carlos Matias.
jcmatias80@gmail.com.
Monday, July 20, 2009
Damned Dam! Protracted internet warfare...
No início deste mês, a 1 de Julho, precisamente, supostamente entraria em vigor, na China continental, a exigência de os novos computadores terem instalado o software “Green Dam – Youth Escort”, um sistema de filtro de conteúdos indesejáveis. Todavia, inesperadamente, foi anunciado pelo governo, horas antes da meia-noite, que a exigência de instalação tinha sido adiada. O abandono sine die, por enquanto, da ofensiva das autoridades foi saudado por muitos cibernautas (netizens) chineses (com o artista Ai Wei Wei, um dos responsáveis pelo design do Estádio Ninho de Pássaro, à cabeça) que nas semanas anteriores tinha criticado ferozmente a iniciativa classificando-a como mais uma investida contra a já limitada liberdade de acesso à internet. As autoridades diziam que tinha apenas como objectivo impedir o acesso a conteúdos pornográficos e muito violentos, mas com o pacote viriam também mais bloqueios a conteúdos “inconvenientes” para o governo central.Por que razão as autoridades fizeram marcha atrás (ou leninisticamente deram um passo atrás para dar dois à frente)? Sun Wukong, no Asia Times, considera que os protestos dos netizens teriam criado uma pressão forte sobre o governo que considerou que seria arriscado avançar nesse sentido nesta altura. Sun enquadra o fiasco do Green Dam num contexto mais alargado de um Partido Comunista Chinês que, não obstante o afinco e sofisticação com que procura erguer em cada lar uma Great Firewall, começa ter dificuldades em lidar com ondas de protesto de grande dimensão na internet:
Já Willy Lam, no China Brief da Jamestown Foundation, salienta outros factores. Por exemplo, várias construtoras de computadores pessoais – asiáticas e americanas - insurgiram-se contra a instalação do software, alegando que dado que o Green dam também tem funções de spyware, isso violaria os direitos de propriedade intelectual. Por outro lado, técnicos do Ministério da Indústria e Informação Tecnológica terão detectado problemas no software. Em todo o caso, Lam observa que “the warfare between Net-empowered activists and the authorities seems destined to remain both ferocious and protracted”. Num ano de aniversários sensíveis (os 20 anos de Tiananmen, os 50 anos da revolta no Tibete e os 60 da criação da República Popular da China), a necessidade de controlar os movimentos “em rede” na rede de cariz autónomo é elevada a “prime directive”.As revoltas em Teerão e a forma como os jovens utilizaram a internet para mobilizar e dar dimensão aos protestos certamente que levou a que seja reforçado o policiamento e o controlo da internet. O papel das redes de microblogging, como o Twitter, foi alvo de atenção redobrada na China. Este mês, quando dos acontecimentos de Urumqi, o clone chinês do Twitter, o Fanfou.com, começou a ter uma função de rede de disseminação de informação paralela, que incomodou as autoridades ao ponto de ser encerrado a 7 de Julho.Num artigo, publicado hoje, no South China Morning Post é explicado que Wang Xing, fundador do Fanfou tem duas opções: ou censura ou é censurado definitivamente:
"Either the website censors sensitive feeds or the website will be censored - this uncomfortable but necessary decision has to be made," he wrote. That was one of Mr Wang's final posts before censors shut down his microblogging website on July 7 following a surge of news and comments on the violence in Xinjiang . It remains closed.
No comments:
Post a Comment