Monday, November 14, 2005

Selvagens, Cisnes

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Ontem à noite acabei de ler o livro Cisnes Selvagens, de Jung Chang. Nas últimas semanas, esta obra escrita em 1991 foi a minha companhia pela noite dentro. Trata-se de uma livro essencial para quem, como eu, está ávido por compreender a, por vezes, impenetrável China. Que por tão perto que está de mim, se torna frequentemente intangível. Escrito (e traduzido) num registo pessoal, simples e directo, mas ao mesmo tempo cheio de implícitos (con) textuais, Cisnes Selvagens conta a história de três filhas da China: a avó, a mãe e a própria Jung Chang. Através da vida delas, entramos numa viagem de seis décadas da China: do caos da primeira república (A República China) dominada pelos senhores da Guerra, passando pela ocupação japonesa, pela guerra civil entre comunistas e nacionalistas até às várias fases da República Popular da China – Grande Salto em Frente, Revolução Cultural e o período imediatamente posterior à morte de Mao Zedong. Jung Chang consegue neste livro ao mesmo tempo lançar o olhar severamente crítico que tem sobre a China de Mao e revelar o que estava por detrás do fanatismo dos jovens guardas vermelhos e dos rebeldes. É um livro que retrata os sonhos caídos em desgraça, a falência dos amanhãs que cantam e a irracionalidade e brutalidade de um período cujas marcas ainda se fazem sentir na China e hoje. Não sendo uma análise rigorosa ou científica – nem o pretende ser, naturalmente – ler este livro é uma boa maneira de perceber certos comportamentos que nos parecem desprovidos de humanidade quando lemos sobre a história da China no século XX, até ao final dos anos 70. Da mesma autora, juntamente com Jon Halliday, será também importante ler com atenção "Mao: The Unknown Story"

1 comment:

Nic said...

vinha-te recomendar o do Mao, mas vejo que ja esta' na tua lista!