Friday, August 05, 2005

BCM vendido II

É certo que desde sempre as empresas portugueses estiveram a leste (geograficamente demasiado a oeste) das oportunidades que a China oferece. A aposta empresarial de Portugal em Macau e na China, tão propalada nos anos anteriores à transição de administração, acabou por ser para inglês ver e chinês ouvir. A venda do BCM ao grupo Dah Sing Banking de Hong Kong enquadra-se neste cenário desolador. É certo que logo a seguir ao dia 20 de Dezembro de 1999, o BCP estava a planear “ver-se livre” deste peso que é ter um Banco com 50 mil clientes numa Região Administrativa Especial da China. Mas porque é que ter um banco que dá algum lucro (6.4 milhões de euros, talvez peanuts em termos de banca) e que opera à beira-China (numa Região Administrativa Especial) é considerado algo de “não estratégico”? Segredos Orientais?
Percebe-se que o negócio é bom; que entrar no mercado da China continental é complicado e inexequível para um banco português, mesmo coma dimensão do BCP e que agora o maior banco privado de Portugal está a virar-se para o mercado da Europa de leste. Mesmo assim, considerar o BCM um activo não estratégico faz-me confusão. Alguém pode dizer uma palavrinha sobre isto?

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