Tuesday, September 06, 2005

Acordo China-União Europeia

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Mais uma vez os laços políticos e os interesses económicos mútuos prevaleceram nas negociações sobre as toneladas de produtos têxteis chineses que estavam retidos nas alfândegas europeias. Resta saber se não vai ser necessário um novo acordo dentro de alguns meses... Trata-se de uma boa notícia para os importadores e para os distribuidores. Já os produtores, em especial os portugueses, não pensarão o mesmo. Mesmo admitindo que a China joga com armas menos éticas no comércio internacional de têxteis (e não só), qualquer ímpeto proteccionista afigura-se apenas como um paliativo para adiar o inevitável: o fim total das quotas, sem quaisquer medidas restritivas, nem limitações quer na fonte, quer á chegada a partir de 2007. Tudo isto tinha sido preparado desde o Uruguay Round, já lá vão mais de dez anos. É claro que a "destruição do aparelho produtivo" é muito preocupante para Portugal. Mas as empresas têxteis deviam ter-se preparado para este cenário. Agora talvez seja demasiado tarde. Mesmo assim há casos de excepção de companhias que estao a conseguir criar marcas no mercado internacional. Por fim, a China é muito mais que uma ameaça; trata-se como sabemos igualmente de uma janela de oportunidades. Mas desenganem-se aqueles que julgam que entrar no mercado chinês é como "faca a cortar manteiga"; é preciso estratégia. E, infelizmente, na generalidade as empresas de Portugal, país que esteve deste lado do mundo durante mais de 400 anos, carecem dessa mais valia. De qualquer modo, saliento que é uma assunto delicado que não se compadece nem com proteccionismos fora de prazo nem com profissões de fé cegas num (im) perfeito comércio livre internacional.

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