Na Cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, o presidente russo jogou tudo para conseguir o a poio dos restantes chefes de estado desta organização que integra a Rússia, China, Cazaquistão, Uzebequistão, Tajiquistão e Quirguistão.
Apesar dos parceiros de Moscovo terem referido numa declaração oficial que apoiam a “um papel activo” da Rússia na questão da Geórgia, mas salientam também que desejam que a crise sejam resolvida por meios pacíficos e que deve ser tida em conta a integridade territorial das partes envolvidas.
Uma declaração que na verdade não corresponde ao que Dimitri Medveded pretendia. Afinal a China e as quatro antigas repúblicas soviéticas da Ásia Central não apoiam o reconhecimento da independência da Abecásia e da Ossétia do Sul.
Não é de admirar a oposição de Pequim à atitude de Moscovo. Oficialmente, a China procura não fazer decorações sobre o assunto e permanecer neutral, mas certamente que em Zhongnanhai o apoio ao separatismo não agrada à estratégia chinesa de promoção do respeito pela integridade territorial das nações e de não ingerência nos assuntos internos dos países soberanos. Tanto mais que a RPC tem as suas potenciais Ossétiasdo Sul e Abecásias (Tibete e Xinjiang).
Este posicionamento das quatro antigas repúblicas soviéticas reflecte também uma influência crescente da China sobre este espaço regional que Moscovo considera “naturalmente” a sua esfera de influência.
O Financial Times Deutchland sintetiza bem o que está em jogo:
“"The war itself found little resistance outside the EU and the US. But officially recognizing separatists is like spitting in the soup of governments all over the world. Lots of countries contain minorities who dream of independence. Encouraging them with unilateral diplomatic action isn't a good way to make friends".
Pequim tem promovido o reforço dos laços com Moscovo. Essa é uma pedra de toque da política externa chinesa, mas apoiar a independência da Ossétia do Sul e da Abecásia seria um abalo forte na retórica de Paz e Desenvolvimento, respeito pela integridade territorial dos estados e resolução dos conflitos por via do diálogo e consulta, Palavras que povoam a retórica da diplomacia chinesa.
Ler também:
"Security Group Refuses to Back Russia’s Actions", NYT.
"'Russia Made a Tactical Error'", Der Spiegel
P.S. Este erro táctico de Moscovo vem no seguimento de um primeiro erro de avaliação do aventureiro Mikheil Saakashvili.
Saturday, August 30, 2008
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