Wednesday, June 14, 2006

Organização de Cooperação de Xangai

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O General Loureiro dos Santos alude, na edição de hoje do Público (14 de Junho de 2006, sem link) à importância da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), cuja cimeira decorre esta semana, encarando esta organização que junta a Rússia, a China e as antigas repúblicas soviéticas da Ásia Central., como a NATO do Leste. Esta análise contradiz o que Pequim tendo vindo a sublinhar repetidamente: "Even when it comes to collaboration in security, SCO does not posture itself against the US or NATO as some people have claimed. It has no imaginary or imagined enemy; real enemies of the organization are terrorism, splittism and extremism as well as poverty, ignorance and backwardness".
Loureiro dos Santos considera ainda que “A sua pretensão é expulsar da Eurásia as inetrferências que lhe são estranhas. O que permitiria erigir uma nova ordem internacional de natureza multipolar, na qual as potências da ilha mundial integrem o círculo que governa o mundo, sobre os escombros da actual ordem internacional unipolar”.
Não desmerecendo a observação de Loureiro dos Santos, considero que será importante entender a OCX à luz da nova Grande Estratégia da China para as relações Internacionais, patente desde o final do século XX e tendo em conta as contradições da aliança sino-russa.
Evan S. Medeiros e M. Taylor Fravel consideram que desde meados dos anos noventa a China deu início a uma série de contactos, acordos parecerias que reflectem uma nova “flexibilidade e sofisticação” no seu comportamento com actor global. Na perspectiva destes autores, a postura chinesa tem sempre como pano de fundo promover os seus interesses económicos, reforçar a sua segurança e limitar a influência dos Estados Unidos na vizinhança da China, em especial na Ásia Central e no Sudeste Asiático. De entre os vários motivos que impelem esta nova abordagem ao contexto internacional, em nosso entender as necessidades de consumo e abastecimento da economia doméstica, em especial a questão do acesso a recursos e fontes energéticos as e a recursos naturais em geral são aspectos que assumem preponderância no relacionamento com a Ásia Central, a América do Sul, o Médio Oriente e África.
Deste modo, a China decidiu encetar um caminho mais amplo e complexo na sua relação com o mundo, baseada numa atitude multifacetada e multidireccional.
Acerca dos objectivos e do futuro da OCX Ariel Cohen deixa no ar questões que me parecem pertinentes, quando analisada a questão numa lógica triangular EUA-Rússia-China, salientando a posição de Moscovo.
"In the future, does Russia want to be a member of the community of democracies or a junior partner in a coalition led by China? Talking about Eurasia, one quickly touches the third rail of the debate between Westernizers and Eurasianists, which has been going on for a century and a half. Do the Russian elites, who are culturally European, want to be politically European as well? The majority of them did a hundred years ago, as well as in the early 1990s. Does Russia want to be politically like Uzbekistan or Pakistan? Or like the U.S. and Canada? Or maybe like Korea, Taiwan, and India? After all, democracy ceased to be a Western invention a long time ago".


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