"Beijing spring: Democracy is in the air", Kent Ewing no Asia Times.
"China-Japan: Cautious Steps Across the Divide", Wenran Jiang, Yale Global.
"The people's republic in the grip of popular capitalism", The Economist.
Sunday, April 29, 2007
Friday, April 27, 2007
Reshuffle
As mudanças anunciadas hoje no governo de Pequim só surpreendem pelo timing. Alguns analistas esperavam que só no final de 2007,/início de 2008 viessem a acontecer.
The new foreign minister, like his predecessor, is a career diplomat regarded as an expert on U.S. affairs - signaling the importance China places on steady relations with the superpower.
``China emphasizes major-power foreign policy, and the U.S. is the most important major power,'' said Shen Dingli, dean of the Institute of International Studies at Fudan University in Shanghai. ``Other countries can rest assured that foreign policy will not change.''
"China Names New Foreign Minister ", The Guardian
The new foreign minister, like his predecessor, is a career diplomat regarded as an expert on U.S. affairs - signaling the importance China places on steady relations with the superpower.
``China emphasizes major-power foreign policy, and the U.S. is the most important major power,'' said Shen Dingli, dean of the Institute of International Studies at Fudan University in Shanghai. ``Other countries can rest assured that foreign policy will not change.''
"China Names New Foreign Minister ", The Guardian
Wednesday, April 25, 2007
O 25 de Abril em Macau
Chegou atrasado dois dias. Alguns dizem que demorou 25 anos...
"Revolução chegou atrasada ao Oriente", Jornal Tribuna de Macau
Obrigado Capitães!
"Revolução chegou atrasada ao Oriente", Jornal Tribuna de Macau
Obrigado Capitães!
O Congresso e a Diwudai
Em momentos de transição de poder, a leitura dos sinais que nos chegam fica ainda mais complexa. Embora a transição, de facto, de poder da Quarta para a Quinta Geração (Diwudai) só se consubstancie em 2012, é este ano que deverá emergir o núcleo duro que tomará o leme da RPC entre 2012 e 2022 - partindo, obviamente, do princípio que o mecanismo institucionalizado de transição de poder iniciado por Deng Xiaoping não sofrerá alterações. O 17º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), marcado para o último trimestre de 2007, será o momento-chave.
Artigo Publicado no jornal Hoje Macau. Também disponível no Sínico Esclarecido.
Tuesday, April 24, 2007
Leituras Pós-Dominicais
"Among China's elite, talk of 'democracy'", Joseph Khan no IHT.
"China’s Lesson for India", Cheng Hu na Globalist.
"The Sinicizing of the South Pacific ", Bertil Lintner no Asia Times.
"China’s Lesson for India", Cheng Hu na Globalist.
"The Sinicizing of the South Pacific ", Bertil Lintner no Asia Times.
Monday, April 23, 2007
Friday, April 20, 2007
Maverick Wen
"But wearing a mask is an important survival technique in China's treacherous one-party politics, and if anything, Wen has proved his skills as a survivor. This, remember, is a man who stood beside Zhao Ziyang in Tiananmen Square at the height of the student protests. Zhao, the party chief at the time, was disgraced and effectively served out a life sentence under house arrest. Wen, his aide, went on to the become the third-highest figure in the Chinese hierarchy, and is on his way to becoming its most gifted politician."
Howard French no Internationa Herald Tribune.
Tuesday, April 17, 2007
Lendo e Re Lendo
A propósito de "China´s Trapped Transition" de Minxin Pei.
Minxin Pei não é optimista. Assume-o desde logo na introdução “China’s Trapped Transition”. Este académico chinês, residente nos EUA e investigador do Carnegie Endowment, coloca em causa o argumento segundo o qual, em regimes autoritários, a abertura à economia de mercado gera forças que pressionam as elites a acelerar as reformas políticas rumo à democratização. Logo no início do livro, Pei é claro: “(...) the autoritanian ruling elites can reap political gains from the increasing economic growth because such growth helps legitimize their rule and their policies” (P.9). Para Pei a China está a gerar estados-mafia a nível provincial que fogem quase por completo à cadeia de comando de Pequim e que funcionam à margem do incipiente estado de direito chinês. A transição está armadilhada porque o estado se torna num predador; em vez de cumprir o seu papel de alguma redistribuição da riqueza e de modernização da economia, no verdadeiro sentido, ou seja em termos de inovação e competitividade além do factor da mão de obra extensiva. O autor argumenta com base em estatísticas oficiais e independentes, estudos de opinião e entrevistas que, não só a legitimação, como a legitimidade está num processo sem retorno de erosão e que as reformas económicas na década de noventa fracassaram. O conluio entre o partido, o estado e as empresas recém-privatizadas agudiza uma situação de corrupção que considera ser endémica. “(a developmental autocarcy’s overriding goal of self-perpetuation is ultimately imperiled by the self-destructive dynamics found in nearly all autocracies: low political accountability, unresponsiveness, collusion and corruption” (p.208). O resultado de tudo isto, antecipa, pode ser o colapso de um regime em decadência ética, económica (apesar do crescimento do PIB) política e que acima de tudo não tem capacidade para satisfazer as necessidades de uma parte significativa da população para quem o crescimento económico tem passado ao lado da sua sobrevivência.
Do lado contrário da barricada intelectual sobre a transição da China coloca-se o sinólogo norte-americano Andrew Nathan. Numa recensão publicada na Foreign Affairs de Julho/Agosto de 2006, o académico autor de “China’s New Rulers” desmonta a argumentação de Pei. Elogia o seu trabalho de recolha e análise dos dados - “his description of these problems is accurate, but his interpretation is questionable” (p.177).
Nathan considera que existe uma capacidade regeneradore no Partido Comunista Chinês capaz de resistir à disrupção. Ou seja, a sua capacidade continuada de manter apoio popular através da combinação de um crescimento económico pujante, repressão e propaganda engenhosa e sucessos na política externa que agradem às facções nacionalistas. No entender de Nathan o que está à prova na China é a capacidade de um regime autoritário. Argumentando que existem passos dados por Pequim no reconhecimento dos desafios, problemas e limitações de um modelo de desenvolvimento económico e social pouco sustentável, Nathan afirma que Pei ignora que actualmente são os próprios órgãos de informação estatal a denunciar situações de destruição do ambiente falta de harmonia social e desequilíbrios campo/cidade e oeste/este. Mais importante, “Pei ignores the central fact of Chinese political life today: the power and unity of the central party elite”.
Comecei por ler a crítica de Nathan ao livro antes de “entrar” na obra de Minxin Pei. Condicionado? Talvez. De facto, o enquadramento teórico e algumas conclusões de “China’s Tarpped Transition” apontam para um beco sem saída. A questão é se na verdade a China está mesmo a seguir esse caminho ou se, em alternativa, ainda se encontra numa bifurcação ou mesmo num Entroncamento. “Learning by doing” espera o maquinista. E os passageiros o que pensam ? E os que perderam o comboio?
Minxin Pei não é optimista. Assume-o desde logo na introdução “China’s Trapped Transition”. Este académico chinês, residente nos EUA e investigador do Carnegie Endowment, coloca em causa o argumento segundo o qual, em regimes autoritários, a abertura à economia de mercado gera forças que pressionam as elites a acelerar as reformas políticas rumo à democratização. Logo no início do livro, Pei é claro: “(...) the autoritanian ruling elites can reap political gains from the increasing economic growth because such growth helps legitimize their rule and their policies” (P.9). Para Pei a China está a gerar estados-mafia a nível provincial que fogem quase por completo à cadeia de comando de Pequim e que funcionam à margem do incipiente estado de direito chinês. A transição está armadilhada porque o estado se torna num predador; em vez de cumprir o seu papel de alguma redistribuição da riqueza e de modernização da economia, no verdadeiro sentido, ou seja em termos de inovação e competitividade além do factor da mão de obra extensiva. O autor argumenta com base em estatísticas oficiais e independentes, estudos de opinião e entrevistas que, não só a legitimação, como a legitimidade está num processo sem retorno de erosão e que as reformas económicas na década de noventa fracassaram. O conluio entre o partido, o estado e as empresas recém-privatizadas agudiza uma situação de corrupção que considera ser endémica. “(a developmental autocarcy’s overriding goal of self-perpetuation is ultimately imperiled by the self-destructive dynamics found in nearly all autocracies: low political accountability, unresponsiveness, collusion and corruption” (p.208). O resultado de tudo isto, antecipa, pode ser o colapso de um regime em decadência ética, económica (apesar do crescimento do PIB) política e que acima de tudo não tem capacidade para satisfazer as necessidades de uma parte significativa da população para quem o crescimento económico tem passado ao lado da sua sobrevivência.
Do lado contrário da barricada intelectual sobre a transição da China coloca-se o sinólogo norte-americano Andrew Nathan. Numa recensão publicada na Foreign Affairs de Julho/Agosto de 2006, o académico autor de “China’s New Rulers” desmonta a argumentação de Pei. Elogia o seu trabalho de recolha e análise dos dados - “his description of these problems is accurate, but his interpretation is questionable” (p.177).
Nathan considera que existe uma capacidade regeneradore no Partido Comunista Chinês capaz de resistir à disrupção. Ou seja, a sua capacidade continuada de manter apoio popular através da combinação de um crescimento económico pujante, repressão e propaganda engenhosa e sucessos na política externa que agradem às facções nacionalistas. No entender de Nathan o que está à prova na China é a capacidade de um regime autoritário. Argumentando que existem passos dados por Pequim no reconhecimento dos desafios, problemas e limitações de um modelo de desenvolvimento económico e social pouco sustentável, Nathan afirma que Pei ignora que actualmente são os próprios órgãos de informação estatal a denunciar situações de destruição do ambiente falta de harmonia social e desequilíbrios campo/cidade e oeste/este. Mais importante, “Pei ignores the central fact of Chinese political life today: the power and unity of the central party elite”.
Comecei por ler a crítica de Nathan ao livro antes de “entrar” na obra de Minxin Pei. Condicionado? Talvez. De facto, o enquadramento teórico e algumas conclusões de “China’s Tarpped Transition” apontam para um beco sem saída. A questão é se na verdade a China está mesmo a seguir esse caminho ou se, em alternativa, ainda se encontra numa bifurcação ou mesmo num Entroncamento. “Learning by doing” espera o maquinista. E os passageiros o que pensam ? E os que perderam o comboio?
Monday, April 16, 2007
Transição e gradualismo na China
A visão de Minxin Pei:
"Prospects for a peaceful and gradual transition to democracy may also grow dim because these negative effects will hinder the development of the social, economic and political infrastructures conductive to a peaceful democractic transition. Regime transition may still be possible, but such a transition, when it comes, is more likely to be tumultous and disruptive."
Pei, Minxin, China's Trapped Transition: The Limits of Developmental Autocracy, Harvard University Press. 2006. p.166
"Prospects for a peaceful and gradual transition to democracy may also grow dim because these negative effects will hinder the development of the social, economic and political infrastructures conductive to a peaceful democractic transition. Regime transition may still be possible, but such a transition, when it comes, is more likely to be tumultous and disruptive."
Pei, Minxin, China's Trapped Transition: The Limits of Developmental Autocracy, Harvard University Press. 2006. p.166
Leituras Pós-Dominicais
"A new breed of migrants fans out ", Bertil Lintner no Asia Times.
"China and the US: To Hedge or Engage", David Shambaugh e Karl F. Inderfurth.
"Tenho nome de camponês", Maria João Belchior no China em Reportagem.
"China and the US: To Hedge or Engage", David Shambaugh e Karl F. Inderfurth.
"Tenho nome de camponês", Maria João Belchior no China em Reportagem.
Saturday, April 14, 2007
Declaração Conjunta - 20 anos
Há 20 anos (e um dia) era escrita a primeira página da história da Região Administrativa Especial de Macau.
A Rádio Macau emitiu ontem um programa especial sobre a efeméride.
Ler:
"E assim nasceu a RAEM", Carlos Picassinos no Hoje Macau.
Thursday, April 12, 2007
Wen Jiabao em Tóquio
Foto:IHT
Não deixa de ser interessante notar que enquanto os media chineses classificam esta visita de Wen Jiabao como uma missão para "quebrar o gelo", ao passo que um porta-voz do governo japonês garantiu que "não há qualquer gelo para quebrar".
Perante a Dieta - o parlamento nipónico - o chefe de governo da China disse:
"If Prime Minister (Shinzo) Abe's visit to China last October can be described as an ice breaker, then I hope my visit to Japan will be an ice thawer. I came to Japan for friendship and cooperation"
"Chinese prime minister addresses Japan's Diet", International Herald Tribune.
Cartoon: The Economist.
Algumas leituras sobre esta visita e o que ela significa para as relações sino-japonesas:
"Ways to End the Sino-Japanese Chill", a análise de Minxin Pei.
"Peace breaking out", a antevisão da visita sob a perspectiva da The Economist.
"Chinese premier's 'ice-melting' Japan visit ", Hisane Masaki no Asia Times.
Wednesday, April 11, 2007
Tuesday, April 10, 2007
Hermenêutica
Foto: Xinhua
Quando entregou a "carta de nomeação" do cargo de Chefe do Executivo de Hong Kong a Donald Tsang, o primeiro-ministro Wen Jiabao citou uma passagem dos "Anacletos" de Confúcio:
"Benevolence is the responsability he has taken upon himsel: is it not heavy? Only after his death does it end: is it not long?"
Há dois anos quando Tsang foi empossado, pela primeira vez, o mesmo Wen tinha parafraseado outro ensinamento do Mestre:
"A scholar must not be without perspective, for his task is ardous and the road ahead is long"
O exercício da leitura nas entrelinhas, do implícitito, do não-dito está a intrigar os analistas em Hong Kong.
Sunday, April 08, 2007
Leituras Domicais
"Peace breaking out", Economist.
"U.S. allowed Ethiopian arms deal with North Korea", International Herald Tribune.
"Anticipating Chinese Leadership Changes at The 17th Party Congress", Cheng Li.
Saturday, April 07, 2007
Friday, April 06, 2007
Meanwhile in Macau...
Esta semana o Chefe do Executivo de Macau anunciou uma série de medidas na Assembleia Legislativa, apanhado de surpresa deputados e muitos observadores e cidadãos. Entre as medidas referidas destaca-se a suspensão doe esquema de aquisição de residência por compra de imóveis e a intenção do executivo de levara a cabo concursos públicos para concessão de terrenos com fins habitacionais. Outra medida sugerida diz respeito à descida idade mínima para concessão de pensão de velhice para os 60 anos.
O jornal Hoje Macau titula "Cedência ou talvez não", na edição de quarta-feira, referindo que as medidas anunciadas eram bandeiras levantadas pelos deputados da "oposição". O Jornal Tribuna de Macau fala de "uma mão cheia de reformas". Fazer leituras políticas em Macau não é tarefa fácil; as dúvidas sobrepõem-se às certezas. As medidas são positivas e podem sinalizar o regresso de Edmund Ho ao leme, depois de dois anos em que pareceu estar mais distante e sem controlo sobre alguns dossiers mais sensíveis.
Todavia seria "wishful thinking" pensar que, em Macau, o grau de intervenção do governo na economia e na sociedade possa aproximar-se de um "estado social". As medidas propostas advêm sobretudo de uma pressão que se tem feito sentir não apenas por parte dos sectores mais críticos (deputados da Associação Novo Macau Democrático ou Pereira Coutinho), mas igualmente dos "tradicionais" (Kai Fong e Operários). Não sendo crível que na RAEM possa ser edificado um "estado providência" - nem a lógica do "Segundo Sistema" o sugere, nem a actual liderança o pretende - seria positivo que emergisse uma rede de "sociedade providência", com a intervenção adequada do executivo para que se alcance a tão propalada "sociedade harmoniosa", no contexto "Um País, Dois Sistemas", num território "governado pelas suas gentes", que funciona como um a"plataforma". E já chega de lugares comuns, até porque este (Macau) sempre foi algo incomum. E específico.
Wednesday, April 04, 2007
Kissinger na China
1- O Boston Globe (via Reuters) escreve que, para Kissinger, a emergência da China configura um risco de conflito com os Estados Unidos: "China's inevitable rise risks conflict: Kissinger"
2- A Xinhua refere que Kissinger defende que as relações sino-americanas deverão evoluir para um novo patamar de entendimento nas questões inertancionais: "Kissinger: Sino-U.S. ties to shape new int'l understanding"
Monday, April 02, 2007
Leituras Dominicais
"China's 'fifth generation' leaders come of age", Cheng Li no Asia Times.
"For Chinese schools, a creative spark", Ann Hulbert no IHT.
"The Trouble with Japanese Nationalism", Francis Fukuyama, Project Syndicate
"For Chinese schools, a creative spark", Ann Hulbert no IHT.
"The Trouble with Japanese Nationalism", Francis Fukuyama, Project Syndicate
Sunday, April 01, 2007
Blame China
Não pretendendo ignorar que a China nem sempre joga no comércio internacional com as armas mais justas e correctas, não posso deixar de ficar algo apreensivo com a decisão dos Estados Unidos de impor barreiras alfandegárias.
Na justificação, o secretário do Comércio dos EUA, Carlos Gutierrez, admitiu que "China's economy has developed to the point that we can add another trade remedy tool, such as the countervailing duty law. The China of today is not the China of years ago," .
A nova legislação dirige-se a produtos que sejam na China alvo de subsídios que distorcem o seu valor de mercado nas trocas internacionais. No caso da indústria do papel as tarifas vão variar entre 10 e 20 por cento. Mas o mais significativo prende-se com a possibilidade de as companhias norte-americanas poderem invocar, noutros sectores de actividade, que a existência de indústrias subsidiadas como um motivo suficiente para que novas tarifas sejam criadas.
A argumentação de Washington diz respeito aos facto de a China não ser considerada uma economia de mercado. É interessante verificar que vários países asiáticos e mesmo a Austrália já concederam o estatuto de economia de mercado á China. A União Europeia ainda não o fez - esse é dos espinhos do relacionamento sino-europeu. Contudo como se verificou no caso dos têxteis e dos sapatos os dois lados estão a resolver as disputas comerciais pela via do diálogo. Os EUA não. Existem várias razões para que Washington não o faça. Por um lado, o fenómeno de outsourcing, do fecho de portas de manufacturas que ou se mudam para outros mercados com mão-de-obra mais competitiva (neste caso mais barata), como a China, o Vietname entre outros países, ou pura e simplesmente encerram as actividades. A vitória do Partido Democrata nas eleições para o Senado e Congresso também não ajuda, uma vez que existem fortes tensões proteccionistas entre os democratas, em especial face à China.
Esta medida foi anunciada pelos EUA um dia depois de um alto funcionário do Departamento do Comércio ter dito que a China estava a demorar demasiado tempo a abrir vários sectores do mercado. Podemos estar perante uma mudança na política adoptada por Hank Paulson, secretário do Comércio dos EUA, de uma abordagem negociada e com base no diálogo com Pequim para uma atitude de maior confrontação e de diplomacia económica de megafone.
Na justificação, o secretário do Comércio dos EUA, Carlos Gutierrez, admitiu que "China's economy has developed to the point that we can add another trade remedy tool, such as the countervailing duty law. The China of today is not the China of years ago," .
A nova legislação dirige-se a produtos que sejam na China alvo de subsídios que distorcem o seu valor de mercado nas trocas internacionais. No caso da indústria do papel as tarifas vão variar entre 10 e 20 por cento. Mas o mais significativo prende-se com a possibilidade de as companhias norte-americanas poderem invocar, noutros sectores de actividade, que a existência de indústrias subsidiadas como um motivo suficiente para que novas tarifas sejam criadas.
A argumentação de Washington diz respeito aos facto de a China não ser considerada uma economia de mercado. É interessante verificar que vários países asiáticos e mesmo a Austrália já concederam o estatuto de economia de mercado á China. A União Europeia ainda não o fez - esse é dos espinhos do relacionamento sino-europeu. Contudo como se verificou no caso dos têxteis e dos sapatos os dois lados estão a resolver as disputas comerciais pela via do diálogo. Os EUA não. Existem várias razões para que Washington não o faça. Por um lado, o fenómeno de outsourcing, do fecho de portas de manufacturas que ou se mudam para outros mercados com mão-de-obra mais competitiva (neste caso mais barata), como a China, o Vietname entre outros países, ou pura e simplesmente encerram as actividades. A vitória do Partido Democrata nas eleições para o Senado e Congresso também não ajuda, uma vez que existem fortes tensões proteccionistas entre os democratas, em especial face à China.
Esta medida foi anunciada pelos EUA um dia depois de um alto funcionário do Departamento do Comércio ter dito que a China estava a demorar demasiado tempo a abrir vários sectores do mercado. Podemos estar perante uma mudança na política adoptada por Hank Paulson, secretário do Comércio dos EUA, de uma abordagem negociada e com base no diálogo com Pequim para uma atitude de maior confrontação e de diplomacia económica de megafone.
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