Thursday, January 01, 2009

2008-2009

A passagem do ano constitui sempre um motive para os balanços dos 365 ou 366 dias que passaram e para uma antevisão do dos doze meses quê se avizinham. Na verdade as unidades temporais históricas muitas vezes não coincidem com a contagem do universalmente aceite calendário gregoriano. Isso tem sido vincado pelos historiadores quando olham para os séculos e marcam o início e o fim, por exemplo, do século XX histórico. Eric Hobsbawn em “A Era dos Extremos: O Século Breve” marca o início do século no começo da I Guerra Mundial e o seu fim no desmantelamento da União Soviética. O mesmo raciocínio podia ser aplicado aos anos. Nesse caso a falência do banco Lehman Brothers e a grave crise financeira internacional seria a marca d’água. Em todo o caso, seguindo o calendário de Janeiro a Dezembro somos levados a olhar para 2008 como um ano “atípico”, para utilizar um lugar comum para um ano incomum. No que diz respeito à China foi o ano das tempestades de neve, do perigo da hiperinflação, dos “acontecimentos no Tibete, da tocha olímpica a correr mundo, das manifestações, do Leite contaminado com melamina, da terceira missão espacial tripulada e acima de tudo de uns Jogos Olímpicos muito bem-sucedidos. Para a economia os tempos têm sido de nuvens cinzentas, sobretudo desde Setembro, quando o recuo dos mercados de consumo no Ocidente e a crise do crédito começaram a ditar o fecho de centenas e centenas de unidades de produção., na altura em que se celebravam os 30 anos das reformas económicas.

Para Macau, 2008 foi o ano que marcou o fim da era do “céu é o limite” no sector do jogo. 2009 será um ano crucial, como já não havia desde 1999. Edmund Ho passará o testemunho na chefia do governo. Será também eleita uma nova Assembleia Legislativa, no ano em que a RAEM completa a primeira de cinco décadas. Para a China, 2009 será também um ano de aniversários redondos: os 60 anos da fundação da República Popular e os 20 anos da repressão de Tiananmen. Há um ano, na antecipação de 2008, citava o artigo 2008: The year a new superpower is born”, de Cahal Milmo. Este ano, Pequim terá imensos desafios dentro de portas e muitos esperam que a RPC assuma um papel mais activo no futuro governance que sair dos escombros da actual crise internacional e que possa também desempenhar uma função de maior peso na segurança internacional. Algo que dependerá não só do caminho que Pequim escolher nesta encruzilhada, mas também da postura da futura Administração Obama.

Termino este primeiro texto do ano, em consonância com o resto do post, em tom genérico, desejando aos leitores e visitantes deste canto da blogosfera um 2009 Feliz.

No comments: