Tuesday, January 20, 2009

Obama e a China

No dia em que, no altar de Washington, Obama é empossado como presidente dos EUA - um momento pleno de simbolismo e emoção - vale a pena começara a olhar para qual será a abordagem da nova Administração face a Pequim. Por mais estranho que possa parecer, neste campo, o legado de Bush acaba por ser encarado por vários analistas como relativamente positivo, sobretudo se tivermos em conta o segundo mandato.
No início deste ano, a China tem estado a celebrar com pompa e circunstância os 30 anos das relações oficias bilaterais. As visitas e Jimmy Carter, que iniciou os laços entre Washington e Pequim, e de Henry Kissinger, ex secretário de estado que impulsionou a aproximação entre os dois lados no início dos anos 1970, foram alvo de grande atenção mediática. A mensagem que Pequim quis deixar bem clara à nova administração é: As relações estão provavelmente no nível mais elevado de sempre. Isto apesar dos vários obstáculos que ainda persistem.
Os sinais que existem indicam que vai haver uma continuidade. Os desafios são evidentes e é certo que esta será uma relação cada vez mais complexa. Será também, passe o lugar comum, (já o é) a relação bilateral mais importante deste século.

Para David Lampton, académico e especialista em relações sino-americanas,

"I think both leaderships, going back to Nixon and Mao and up to the current, have really realized that we have both conflicting and overlapping interests, and on balance, that we can get more from cooperation than from a breakdown into conflict,"


Zhu Feng tem uma perspectiva cautelosa, mas moderadamente optimista:

"The US will not rush to embrace China as an ally. The reason is simple. Obama's America will continue to guard against potential "challengers" like China. As long as China keeps growing, there is no hope that Beijing will lose the "competitor" label in Washington. Instead, America will continue hedging against a perceived Chinese threat by increasing its military presence in the Pacific, ramping up military alliances, and refusing to share any dual use nuclear technology. But from an economic and diplomatic viewpoint, overstating the competition between the US and China would only damage Obama's credentials at home and abroad. So both countries will be more inclined to cooperate".

Yuan Peng, Director do Institute of American Studies, do Institute of Contemporary International Relations, analisa o que está em causa no futuro próximo das relações sino-americanas. Yuan destaca os desafios:

"The top risk is Sino-U.S. trade and economic relations. Both countries face economic challenges. Obama will be busy bailing out the market, stimulating domestic employment and improving living standards. In the meantime, the Chinese Government will engage in solving problems like unemployment among recent college graduates and rural workers, revitalizing the economy, maintaining economic growth and increasing domestic demand. Concerns on both sides will inevitably jeopardize bilateral trade and limit the flexibility of their policies".

2 comments:

CS said...

Se me permite eu acho que o aliado preferencial será a Índia como defendo neste livro http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/01/livro-sobre-presidncia-de-obama.html

José Carlos Matias (馬天龍) said...

Caro Carlos Santos,
Claro que permito... Obrigado pelo seu comentário e parabéns pelo livro