1 - As declarações de Manuel Pinho não foram felizes, mas não me restam dúvidas que houve um empolamento do caso. Para isso contou também o ainda o mais inábil esclarecimento do ministro e as palavras do primeiro-ministro.
2 - Sócrates teve um discurso repetitivo e redondo, mas certinho, sem "gaffes". O balanço da sua prestação é positivo. O governo português fez o número que se esperava: assinou acordos, fez declarações de intenção e teve um discurso de sintonia com Pequim. Agora já se sabe: o executivo apenas é facilitador - os negócios são com as empresas.
3 - A classe empresarial jura que, agora sim, agora é que as empresas portuguesas vão olhar para a China como uma prioridade. Quanto a isto, convém dizer que me pareceu que não havia grande trabalho de casa feito; por outro lado, este discurso já tinha sido ouvido noutras comitivas empresariais que viajaram com Soares, Cavaco Silva e Guterres nos anos noventa ou com Sampaio há dois anos.
4 - Existe uma contradição entre o discurso de aumento do investimento português na China e a eventual vontade da EDP em vendera participação que tem na CEM. Ainda há menos de dois anos o BCP vendeu o BCM, já para não falar da saída da PT da TV Cabo Macau. Embora estejamos perante casos diferentes, o resultado é o mesmo: esvaziamento da presença empresarial portuguesa em Macau, quando a RAEM cresce como cresce...
5 – Dizer à China que “Portugal é uma porta de entrada para a Europa e para África”, como referiu José Sócrates num discuso, no sábado, em Macau, é o mesmo que entregar as chaves de casa a alguém que já lá está dentro. Talvez empresas chinesas abram as portas a companhias portuguesas para investimentos conjuntos na Europa e em África. Boa ideia, não?
6 – Quais questões?
Sócrates dixit: (Portugal e China têm) "relações maduras, desenvolvidas e com confiança mútua, partilhando os mesmos pontos de vista em relação às principais questões mundiais".
Monday, February 05, 2007
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