Tuesday, May 31, 2005

O "Non" visto daqui

Perguntava-me um amigo sobre o que penso do "não" francês ao Tratado Constitucional. Do que tenho lido nestes dias, gostaria de ter escrito estes dois textos:
"Sem Rumo na Tempestade", Vital Moreira no PÚBLICO (sem link)
"On a Perdu", Filipe Moura no BdE II

A Sociedade Harmoniosa

"President Hu Jintao's ideas of creating a harmonious society have more to do with the Buddhist 'middle way' than with Marxism"

Laurence Brahm no "South China Morning Post"

Monday, May 30, 2005

Ainda e sempre a Ameaça: um alerta

Escreve Nicholas D. Kristof no New York Times,
"So it's time for Americans to take a deep breath. Poisonous trade disputes with China will only aggravate the risks ahead, strengthen the hard-liners in Beijing and leave ordinary Chinese feeling that Americans are turning into China-bashers. Sadly, they'll have a point."

A retórica da "Ameaça-China" só leva à escalada do "security dilema", ao endurecimento da linha dura do regimes chinês e ao recrudescimento dos sentimentos "anti-americanos" entre a população. Afinal o objectivo não era integrar a China no sistema internacional, de modo a através de um "spill over effect" contribuir para a abertura do regime?

Retaliação

O Governo chinês respondeu à letra à decisão da União Europeia de levar o caso do comércio têxtil à Organização Mundial do Comércio e às medidas proteccionistas impostas pelos Estados Unidos. Pequim retirou as tarifas à exportação de 81 categorias de produtos têxteis. Começa a escalar a guerra comercial. De repente europeus e norte-americanos lembraram-se que a liberalização do comércio de têxteis pode trazer problemas às indústrias locais, quando o Uruguay Round já foi há 10 anos - tempo suficiente para preparar o sector têxtil para este impacto - e sabendo que as medidas de salvaguarda só podem vigorar até 2008. É certo que a China nem sempre joga com as armas justas no comércio internacional, mas há que lembrar também que o proteccionismo e a guerra comercial levam a um beco sem saída.

Thursday, May 26, 2005

A tempo

Ainda estou a tempo de dar as boas-vindas ao interessante "The Guest of Time".

EUA-Afeganistão

Um olhar chinês sobre o assunto: "To be US "strategic partner" or the partner of "US strategy"?

China-Uzebequistão: amigos como sempre

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Depois de na terça feira, o governo de Pequim ter afirmado estar em sintonia com o presidente do Uzebequistão na luta contra o "terrorismo e os separatistas", os chefes de estado dos dois países assinaram hoje 15 acordos, entre eles um avaliado em 600 milhões de dólares com vista à cooperação petrolífera.
Quanto à repressão sangrenta da revolta de Andijan, o porta-voz da diplomacia chinesa afirmou que esse é um problema interno do governo ce taskhent. Por isso, Pequim não interfere.
Apesar das críticas internacionais, a China mantém o apoio firme a Islam Karimov, considerando que o fundamental é manter a estabilidade na região. Recorde-se que a Pequim e Taskhent fazem parte da Organziação de Cooperação de Xangai juntamente com o a Rússia e as outras repúblicas da ásia Central - uma organização que luta contra o separatismo, extremismo religioso e a criminalidade transfronteiriça.
Por isso a posição chinesa é clara. Apoia o Uzebequistão na luta para proteger a estabilidade e prosperidade comum da região e segiundo o ministério dos negócios estrangeiros chinês para manter a estabilidade é preciso, em primeiro lugar, combater as forças desestabilizadoras.

Tuesday, May 24, 2005

"See China, Learn What Europe Must Become"

Em Agosto do ano passado, Umberto Eco escreveu: "Europe will vanish from the world stage unless it becomes a united superpower"

Em Macau nada Mao

Macau é um local especial, mesmo único no mundo. Em 27 quilómetros quadrados vivem cerca de 450 mil pessoas, num território com um regime jurídico, um sistema político e uma realidade sócio-económica distinta da China Continental (primeiro sistema). Fruto da herança colonial portuguesa, Macau, ou melhor, a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) tem ,de jure, e até certo ponto, de facto, uma cultura em que o Ocidente e o Oriente se cruzam. Até aqui nada de novo. A propaganda oficial já desde os tempos da Administração portuguesa propagava este território como uma “placa giratória”, “ponto de encontro”, “plataforma”. Mas muitas vezes estas palavras escondem um vazio de ideias e de projecto para o enclave – é que para outros Macau podia resumir-se a “putas e vinho (Jogo) verde”.
Passados cinco anos e meio da transição de soberania como está Macau? Bem e recomenda-se. Basta olhar para onéon das estatísticas que sinalizam uma economia a crescer exponencialmente (em 2004, o PIB avançou mais de 20 por cento). Mas há um preço que começa a ser pago. A cidade está a rebentar pelas costuras, há um preocupante desleixo na qualidade urbanística, a especulação imobiliária está leonina, e aumentam as assimetrias sociais, além de não existir um regime democrático e da economia estar cada vez mais ultradependente face aos casinos, já para não falar na insanidade de alguns dos novos projectos.
No futuro paira um espectro: o fim da Paz social levada a cabo por Edmund Ho, o aclamado chefe do Executivo. Os desafios são tremendos e depois dos primeiros cinco anos repletos de sucesso, com uma transição pacífica, sem sobressaltos, próspera, o segundo mandato de Ho será certamente mais sinuoso com pressões de vários lados: das operadores de Las Vegas que estão a assentar arrais; do inefável Stanley Ho; dos especuladores e de outros chacais; das tríades; e acima de tudo de uma sociedade ansiosa por também colher uma fatia do invejável crescimento económico e, que, provavelmente vai começar a insurgir-se contra a decadência na qualidade de vida. Mas é sempre complexo falar desta terra, um local com tantas especificidades, idiossincrasias – como João Aguiar bem escreve, “Um pequeno universo difícil de aprisionar dentro de modelos que não sejam o seu…podemos ignorá-lo, desprezá-lo, mascará-lo, podemos fazer tudo excepto capturá-lo dentro dos limites estreitos da lógica comum. É um dragão, porque a China é terra de dragões. E é feito de fumo porque basta-lhe um momento ou um sopro para que a sua forma se altere e o que ontem foi deixe hoje de ser.” (in “O Dragão de Fumo”).
E às vezes é tão simples...

Na blogosfera

A rede chinesa no Blasfémias

"Em Itália, a região do Prato, uma região tradicionalmente têxtil, é agora dominada por empresas chinesas, que têm o apoio das autoridades locais. A região está a transfomar-se num interposto comercial da China na Europa.Conclusão: as autoridades portuguesas, em vez de perseguirem os chineses, deviam dar-lhes as boas vindas e rezar para que eles transformem o Vale do Ave na porta de entrada do têxtil chinês na União Europeia. "

Monday, May 23, 2005

VIVA

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(montagem: Ed. Brito)
VIVA O MARXISMO-BENFIQUISMO DE MERCADO. SOMOS CAMPEÕES CARAGO!!!!!!!!!!!

Friday, May 20, 2005

Guerra das Estrelas?

(Numa galáxia bem perto daqui, dentro de alguns anos...)
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A China está contra a militarização do espaço que estará a ser planeada pelos Estados Unidos. Para o ministério chinês dos negócios estrangeiros o espaço é património da humanidade e deve ser usado para benefíco de todos.
Um dia depois da publicação de notícias de que a Casa Branca estava a estudar uma proposta da Força Aérea que abriria a porta à militarização do espaço, a China responde com a defesa de um espaço para todos, um bem comum que deve ser usado para a paz.

O jornal "New York Times" escreveu na quarta-feira que o Pentágono defende a instalação de armas no espaço para defender os sistemas de satélites norte-americanos. Segundo a imprensa norte-americana, os planos incluiriam novos programas de armas espaciais, com espelhos móveis, raios laser ou ondas de radiofrequência. A Casa Branca já negou que esteja a planear a militarização do espaço, mas confirmou que prepara alterações aos documentos legislativos sobre o assunto.

Certo é que Washington admite que pretende proteger os sistemas espaciais que detém e está por isso a preparar uma nova directiva.

Perante este cenário, Pequim insurgiu-se contra uma eventual militarização do espaço. O porta- voz da diplomacia chinesa diz que o espaço é um património da humanidade que deve ser usado pacificamente, para benefício de todos.

Thursday, May 19, 2005

China homofóbica

"China has blocked a popular website devoted to providing information and support to the nation's large but closeted homosexual population, even as the nation fights an exploding AIDS epidemic, the site's manager said on Wednesday.
The site which sees 50,000 to 65,000 visits a day mainly from mainland Chinese, had been blocked since April 11, manager Damien Lu said." Ler aqui

O "Império do Meio" contra ataca

São palavras fortes e incisivas. O Ministro do Comércio afirma que Washington e Bruxelas estão a violar o princípio de livre comércio da Organização Mundial do Comércio.
Bo Xilai acusa os Estados Unidos e os países da União Europeia de terem um peso e duas medidas. Por um lado querem que a China abra o mercado à entrada de produtos competitivos, por outro fecham as portas a outros em que os chineses têm vantagem, como é o caso dos têxteis.
No último dia da conferência da revista Fortune, em Pequim,
O ministro do Comércio chinês defendeu ainda que o rápido crescimento das exportações têxteis chinesas, com o final do sistema de quotas, desde 1 de Janeiro, foi provocado pelos Estados Unidos e UE.
Bo Xilai considera que "alguns países" desenvolvidos falharam em seguir o estipulado pela Organização Mundial do Comércio em 1995, de reduzir gradualmente o sistema de quotas têxteis e vestuário em dez anos
Estas palavras surgem um dia depois da União Europeia avançou terça-feira com medidas de urgência em relação a duas categorias de têxteis, t-shirts e fio de linho, que aumentaram 187 por cento e 56 por cento, respectivamente, desde Janeiro.
No caso de a China não aceitar fazer uma auto-redução das exportações destes produtos, a UE avançará com imposição de medidas de salvaguarda.
Os Estados Unidos, por seu lado, já avançaram, sexta-feira, com a imposição de medidas de salvaguarda contra três categorias de têxteis chineses, incluindo calças e roupa interior de algodão, que aumentaram a uma taxa de 366 a 1.500 por cento, desde Janeiro.

Wednesday, May 18, 2005

Quase me esquecia

Que o início oficioso deste blogue aconteceu há um ano. Embora a coisa tenha recomeçado a sério com regularidade e assumidamente no dia 23 de Janeiro deste ano.
Na altura, no dia 18 de Maio de 2004, publicava aqui um texto que tinha escrito para a revista "Via Latina" da Secção de Jornalismo da Associação Académica de Coimbra. O Sínico Esclarecido republica o texto.

Os E.U.A e o yuan

Os Estados Unidos estão a apertar o cerco ao valor do yuan. Segundo um relatório do Departamento do Tesouro Ao não valorizar o renmimbi, a China está as distorcer o mercado e a colocar em risco a economia chinesa e os parceiros comerciais. No entanto, o documento evita classificar a China de estado manipulador do valor da moeda, o que abriria caminho para que Congresso aplicar sanções..
Por um lado a China é acusada de estar a distrocer as condições de mercado no comércio internacional so não valorizar o renmimbi, por outro o relatório procura não ser duro ao ponto de chamar ao governo de Pequim manipulador.
A divulgação relatório do Departamento do Tesouro foi atrasado um mês porque dentro da administração havia divisões quanto á maneira como se devia lifdar com o problema; uns defendem uma posição firme, outros preferem uma maior contenção. O resultado final acabou por ser um meio termo.
Na apresentação do relatório, o secretário norte americano do tesouro sublinhou que Washinton não está a pedir a flutuação livre do yuan, mas apenas uma mais flexibilização. John Snow disse mesmo que pretende apenas um alrgamento da banda de negociação entre o dólar e o yuan que se mantém no intervalo rígido em 8.28 renmimbis por dólar. Este relatório foi divulgado no dia em que a casa de investimento JP Morgan considerou que a apreciação da moeda da República Popular da China está "iminente" e prevê que possa ocorrer "até ao início de Setembro".

China-Angola

São 12 acordos nas áreas da comunicação social, energia, águas, obras públicas e agricultura. Sem revelar o montante do empréstimo, o o ministro angolano das Finanças salientou que os acordos representam "um passo significativo" na aplicação do financiamento concedido pelo Eximbank e que são "um exemplo magnífico" das actuais relações de cooperação entre Angola e a China.
A mesma ideia foi também transmitida pelo vice-presidente do Eximbank. Su Zhong considerou que os acordos individuais de crédito assinados marcam uma "nova época" na cooperação entre os dois países.
Já em abril, o governo angolano tinha revelado que esperava adjudicar em breve os contratos relativos à primeira fase do crédito concedido pelo Eximbank, no valor de mil milhões de dólares, ou seja, metade do total deste empréstimo. Depois desta fatia, virá uma segunda fase, também no valor de mil milhões de dólares que poderá ser solicitada pelas autoridades angolanas logo que estejam concluídas todas as formalidades previstas na primeira fase.
Esta linha de crédito, com um prazo de reembolso de 12 anos, é a principal fonte de financiamento do programa de investimentos públicos do governo angolano para o período 2005-2007.
O acordo entre o banco chinês e o governo angolano permite que as empresas chinesas possam subcontratar empresas angolanas, desde que o valor desse contrato não ultrapasse 30 por cento do valor global do projecto.
(com Lusa)

Tuesday, May 17, 2005

Managing China

A propósito do texto de Robert Kagan "The Illusion of Managing China", bem destacado pelo Sinédrio,

"Yes, the Chinese want the prosperity that comes from integration in the global economy, but might they believe, as the Japanese did a century ago, that the purpose of getting rich is not to join the international system but to change it?"

O "Chinese Defence White Paper" refere que

The relations among the major powers are undergoing significant and profound readjustments; various kinds of partnerships are gradually developing along the line of institutionalization; and each country is enhancing its consciousness of independence, unity for strength, and coordinated development. (…) The sustained development of the multipolarity tendency and economic globalization has further deepened their mutual reliance and mutual condition and helped toward world peace, stability and prosperity. The factors for safeguarding world peace are growing constantly.

Yong Deng em "Escaping from peryphery, China's National Identity in World Politics" salienta que

"the prevailing security dilemma has led Beijing to view international institutions from a realpolitik perspective without basing its participation upon an embrace of generalized liberal principles of conduct entailed in multilateralism."

E seguindo a lógica da transição de poder de A.F.K. Organski - "power transition theory", poderemos ter razões para considerar que na altura em que houver uma situação próxima da paridade entre o poder hegemónico e o que o desafia, a probabilidade de haver um conflito é elevada. No entanto será importante lembrar, por um lado, os avanços da China no engagement com as organizações multilaterais, como é o caso da OMC, por outro, lembrar que nem sempre a transição de poder gerou guerra (apesar disso ter acontecido em muitas situações ao longod a história). Perante esta bifurcação, Zhiqun Zhu alerta que "punishing China unilaterally will only create a dissatisfied China; incorporating China into the multilateral international arena where China's own intererts hinge on abiding by inernational rules will more likelly make China a satisfied power".

Artigos definidos

"The Chinese are coming. Let's greet them", Jerome Monot
"The Illusion of 'Managing' China", Robert Kagan

Monday, May 16, 2005

Blame China

Se no "South Park", o bode espiatório era o vizinho do norte - "Blame Canada" - nos dias que correm a China serve de arma de arremesso, desculpa e "raison d'être" de muitos problemas da economia norte-americana (e não só)

  • Se a balança comercial cada vez mais desfavorável, "Blame China" por causa do valor do renmimbi
  • Se os empregos desaparecem e as empresas voam para o Oriente, deslocalizando a produção, "Blame China" por oferecer condições laborais ao gosto das empresas que procuram custos de produção mais baixos para poderem competir no mercado.
  • Se a Coreia do Norte continua teimosamente arreigada ao programa nuclear, "Blame China", por não fazer o suficiente nas negociações.
Não querendo com isto negligenciar o "factor e efeito China", vale a pena pensar no que é possível fazer para melhorar a competitividade das economias e a saúde das finanças públicas (olhe-se para os défices galopante nos EUA), em vez de constantemente apontar o dedo. É isto que o que defende William Pesek Jr. no I.HT -um texto interessante para um debate mais alargado.

China e Vaticano

Estará mesmo o Vaticano disponívela sacrificar Taiwan pela China? O "Telegraph" diz que é provável..

The Vatican is moving quickly to improve relations with Communist China, which has not recognised the Holy See since Chairman Mao drove out the papal nuncio more than half a century ago

Sunday, May 15, 2005

賓菲加

É assim que se escreve Benfica em Chinês...

P.S. Desculpem deitar este foguete antes da festa, mas é irresistível!

Eleições em Taiwan

Apesar de serem eleições para uma Assembleia "ad hoc", cuja missão é tratar de assuntos constitucionais, certo é que o Partido Democrático Progressista do presidente Chen Shui-Bian pode respirar de alívio. Mesmo com uma participação de apenas 23 por cento dos eleitores da Ilha Formosa, a linha independentista pode cantar vitória, uma vez que conseguiu resistir aos estudos de opnião que davam conta de uma descida da popularidade do governo e de um Kuomintang em ascenção depois das visitas à República Popular da China. Mesmo assim, os analistas defendem nque numa situação de grande afluência o campo anti-indepednência venceria, como aconteceu em Dezembro do ano passado nas eleições legislativas.

Os resultados:

Partido Democrático Progressista (independentista).................127 assentos
Kuomintang ( partidiários de uma aproximação à China)..........117
União da Solidariedade de Taiwan (independentista radical)..... 18
Partido O Povo Primeiro (aliado do Kuomintang)........................17


Esta Assembleia tem como missão principal fazer alterações à Constituição que podem passar pelo direito á realização de referendos sobre a soberania de Taiwan e a redução do número de deputados da Assembleia Nacional (o parlamento).

Saturday, May 14, 2005

Friday, May 13, 2005

Artigos definidos e outros textos

"China-EU vibrant partnership lessens friction on arms embargo, textile trade"
"The 'Talibanization' of Central Asia", por M K Bhadrakumar
"Realismo vs Idealismo ou Realismo + Idealismo?" n'O Sinédrio

O Povo Primeiro

A China garante que caso os dirigente de Taiwan coloquem de lado o cenário da independência, vai cessar a ameaça militar contra a Ilha Formosa.
Este foi um dos pontos do comunicado conjunto resultante do econtro de James Soong, líder do Partido o Povo Primeiro com o Presidente Hu Jintao.
James Soong regressa hoje a Taiwan com uma promessa na bagagem. Se Taipé colocar de lado o cenário da independência, Pequim compromete-se a acabar com a ameaça militar.
Questionado sobre como é que iria convencer o líder pró- independentista de Taiwan, Chen Shui-bian, a colocar de lado a ideia de autonomia da ilha, Ó líder do Partido o Povo Primeiro respondeu que "basta as autoridades de Taiwan concretizarem promessas anteriores".
Soong citou uma declaração conjunta entre o Partido o Povo Primriro e o líder taiwanês, no dia 24 de Fevereiro.
Nesse documento, Chen Shui-bian comprometeu-se a não declarar a independência da ilha ou realizar referendos sobre temas sensíveis como a soberania do território.
O encontro entre Hu Jintao e James Soong foi alvo de grande cobertura mediática.
O aperto de mão entre Hu Jintao e James Soong, líder do Partido O Povo Primeiro, bem como um breve discurso inicial dos dois políticos, foram transmitidos em directo pela televisão para todo o país.
Nas declarações, Hu Jintao e James Soong enfatizaram a mensagem de que o diálogo entre as duas margens "é uma resposta à expectativa de "paz" de todos os chineses e taiwaneses.
Soong declarou a Hu que o PPP "nunca considerou que a independência de Taiwan devesse ser a escolha da ilha, porque só poderá trazer guerra e desgraça".

Wednesday, May 11, 2005

O Nó Górdio ou o Embargo Embargado

A presença em Pequim de Benita Ferrero-Waldner, comissária para as relações externas da União Europeia, suscita uma breve contextualização e análise sobre um dos dois espinhos que tem ensombrado as relações entre Pequim e Bruxelas (o outro diz respeito ao comércio de têxteis)
Depois de um trade love affair, o passo lógico nas relações entre o bloco europeu a o “Império do Meio” seria a resolução de um problema que tem sido uma pedra no sapato no relacionamento entre as duas partes: o embargo à venda de armas decidido pela União após o massacre de Tiananmen em 1989. A este propósito a China lembra que o fim do embargo foi uma “promessa”, ou pelo menos, declaração de intenções não só de líderes europeus, chefes de estado e governo, como de altos responsáveis da Comissão Europeia ou mesmo do Conselho – como foi o caso de Romano Prodi e Javier Solana ou mesmo mais recentemente de Durão Barroso. Mais: na argumentarão de Pequim, não faz sentido colocar a China no mesmo saco do Zimbabwe, em especial numa altura em que as relações económicas comerciais estão mais intensas que nunca. Por outro lado, em Pequim, há quem veja a atitude europeia como hipócrita, uma vez que quando dava jeito ir a Pequim negociar a venda de AirBuses e abrir caminho para contratos e investimentos, os líderes europeus esqueciam a violação dos direitos humanos e prometiam que tudo iam fazer para terminar com o embargo o mais rapidamente possível. Agora parece quase impossível fazê-lo antes do final da presidência luxemburguesa da U.E. que termina a 30 de Junho. Depois é Londres que toma conta da presidência do Conselho, o que dificultará ainda mais a ambição chinesa.
Na resposta, os dirigentes europeus realçam que o objectivo continua a ser o fim da proibição, mas que, com a recente aprovação da Lei Anti-Secessão e devido aos lentos progressos no respeito pelos direitos humanos, seria complicado convencer os estados-membros a aceitar o levantamento do embargo, em especial, por um lado, os transatlanticistas, e, por outro, os países nórdicos que tomam, por norma, uma posição de força face a questões que envolvam o desrespeito pelos direitos do homem.
No meu entender, estes dados permitem perceber uma parte do problema, mas não a sua totalidade. Existem outros factores ao nível doméstico e da estrutura internacional que tem que ser tidos em conta, a começar pela influência dos Estados Unidos. Recordo que a mudança de atitude de alguns estados, de renitentes apoiantes para opositores do fim do embargo aconteceu aquando da missão europeia da Administração Bush. É claro que para os Estados Unidos a modernização do armamento chinês constitui um perigo, que, apesar de ser inevitável, deve ser atrasado. A retórica da “ameaça-China” está a voltar em força a muitos “think-tanks” (não é que tenha estado ausente) – como é o caso do último número da “Atlantic Monthly” – à medida que a China se constitui como o poder regional da zona da Ásia Oriental. Repare-se no que escreve Robert Kaplan na supracitada publicação norte-americana:

In any naval encounter China will have distinct advantages over the United States, even if it lags in technological military prowess. It has the benefit, for one thing, of sheer proximity. Its military is an avid student of the competition, and a fast learner. It has growing increments of "soft" power that demonstrate a particular gift for adaptation. While stateless terrorists fill security vacuums, the Chinese fill economic ones.

Monday, May 09, 2005

Estado de Direito

O New York Times conta a história de Li, um homem que passou dois anos na prisão Nº 2 de Shandong, ou melhor num campo de re-educação, sem direito a advogado ou julgamento. Apenas por alegadamente ter pertencido à Falun Gong.Um exemplo entre centenas, milhares...
"Issue in China: Many in Jails Without Trial"

Saturday, May 07, 2005

ASEM

Este fim de semana decorre, em Quioto, no Japão, a reunião ministerial do Asia Europe Meeting (ASEM). O embargo à venda de armas à China e a situação na Coreia do Norte são dois dos principais tópicos da agenda.
A própósito deste encontro, destaco aqui o papel deste Fórum de Diálogo entre a Uião Europeia e a Ásia Oriental, sugiro a leitura de um pequeno ensaio da minha autoria que está disponível num novo blogue-irmão deste: O Sínico Esclarecido. É lá que vou colocar alguns ensaios e artigos mais extensos que considero relevantes para o enquadramento e compreensão da realidade político-económica da China, Ásia Oriental e de outros aspectos das Relações Internacionais.

Thursday, May 05, 2005

Early Morning Post

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Ao fundo, o Mar do Sul da China, ou será o Delta do Rio das Pérolas?

Wednesday, May 04, 2005

Um panda para mim, um panda para ti

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The Standard, 04-05-2005.
O presidente de Taiwan convidou o presidente Hu Jintao a ver com os próprios olhos se a Ilha formosa é um país soberano e independente. Este convite surgiu no último dia da visita de Lien Chan à China. O líder do Kuomintang, principal partido da oposição, levou na bagagem de volta para Taiwan dois presentes das autoridades chinesas: um casal de pandas e promessas de mais cooperação económica.
Quanto aos pandas, as opiniões dividem-se dentro do Partido Democrático Progressista. O deputado Hsu Kuo Yung diz que se Taiwan aceitar os animais, simbolicamente, admite que é um governo local da República Popular da China. Já Chen Shui Bian disse que a única coisa que interessa é o respeito pela protecção da vida de animais selvagens.

Momentos Etéreos

José Duarte, mago do jazz e da Rádio, conta no programa "A menina dança", na Antena 1 uma "estória" dos escombros da história da China Popular.

Estava o grande Timoneiro Mao Zedong a dormir a sua sesta e chega o seu general que o acorda e afirma, "Camarada Mao, o exercito de tawian invadiu a china".
"A sério?", respondeu Mao... "E em que hotel estão?


Depois passou um tema chinês que um amigo lhe tinha trazido...

Tuesday, May 03, 2005

Galileo em Português

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O português Pedro Pedreira foi eleito esta segunda-feira, em Bruxelas, director executivo da empresa que vai montar e gerir o projecto europeu Galileo que irá concorrer com o GPS norte-americano na área do posicionamento por satélite.

Impedido

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Cheng Yizhong antigo editor chefe do jornal "Southern Metropolis" foi impedido pelas autoridades chinesas de se deslocar ao Senegal para receber um prémio das Nações Unidas para a Liberdade de Imprensa.
Cheng, que deveria participar esta terça-feira numa cerimónia em Dacar, para receber os cerca de 19 mil euros referentes ao Prémio de Liberdade de Imprensa Mundial de 2005 da UNESCO/Guillermo Cano, foi responsável editorial por um jornal que revelou vários escândalos na República Popular da China. A UNESCO concedeu-lhe o prémio pela coragem que demonstrou e pelos novos caminhos que desbravou no jornalismo chinês.
De acordo com o "South China Morning Post",Cheng Yizhong afirma em comunicado que "sente muita pena" e pedido "muitas desculpas" por não poder ir a Dacar.
No mesmo comunicado, Cheng apelou aos jornalistas do continente chinês para "falarem a verdade" de forma a "aumentar a transparência política" no país e lamentou que a imprensa na China esteja cheia de "medos e mentiras".
JCM com Lusa

Mercado comum?

Lien Chan guardou para o último dia a carta mais valiosa. O líder do Kuomintang lançou a ideia de um mercado comum entre os dois lados do estreito de Taiwan. Em Xangai, perante comunidade empresarial de Taiwan com negócios no continente, Lien Chan denfendeu que um mercado comum poderia criar condições para um desenvolvimento económico em paz e cooperação, aprofundando a integração das economias da China e da ilha fromosa. Apesar de reconhecer que não será fácil avançart com a medidad destas, o homem forte da oposição de Taiwan considera que o novo mecanismo de cooperação económica deve ser lançado em breve de modo a criar uma situação favorável para todos.
Para já o Kuomintang e o Partido Comunista Chinês concordaram em desenvolver uma plataforma para promover o desenvolvimento pacífico, e as trocas económicas entre os doia lados do estreito, ao nível do comércio e da cultura.
Mas a ideia de um mercado comum entre a China e Taiwan está a ser mal recebida nalguns sectores da ilha Formosa. É o o caso do influente jornal Taipei Times. Em editorial, o diário diz que um mercado comum é uma má ideia. Em priemrio lugar porque criar nesta zpna um mecanismo semelhante ao que existe na União Europeia não faz sentido porque as estruturas económicas são muito diferentes. Em segundo, porque a China continetal não respeita princípios básicos da coexistância pacífica, direitos humanos, demcocracia e estado de direito.

Monday, May 02, 2005

Luta Interna?

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Este artigo do "Asia Times" chama a atenção para algo que tem andado arredado das análises sobre o Partido Comunista Chinês: a recorrente luta interna entre conciliadores e duros. Esta reflexão surge a propósito das recentes manifestações anti-Japão.

Trabalhadores Modelo

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A lista de "trabalhadores modelo" escolhidos pela China comunista este ano inclui empresários chineses privados com grandes fortunas e o desportista mais rico do país, Yao Ming.
Para os responsáveis pela nomeação dos candidatos, a escolha de nomes como o magnata chinês Liu Yonghao, ou o basquetebolista Yao Ming, a jogar nos Estados Unidos, preenche todos os requisitos, apesar de ter gerado controvérsia no país.
São ricos, mas têm dado "grandes contributos" nos respectivos sectores de actividade e preenchem o pré-requisito fundamental para receber o título: são "patriotas" e "apoiam" a liderança do Partido Comunista Chinês. (Lusa)