Tuesday, February 27, 2007

Democracy?

First, the economic development and the social harmony.



Vale a pena ler o que escreveu o primeiro-ministro Wen Jiabao no Diário do Povo.

"Premier says promoting fairness and social justice is a major task", Diário do Povo.
"China needs world peace to continue developing', China Daily.
"Wen: China Democracy 100 Years Off", Time.

1. É ilustrativa a forma diferente como o texto de Wen Jiabao é tratado no Diário do Povo - órgão oficial do Partido Comunista Chinês - e na revista norte-americana Time.

2. A declaração de Wen Jiabao deve ser entendida como um ponto de partida para o discurso que vai efectuar na sessão anual da Assembleia Nacional Popular, na próxima semana, e, no fundo, como um manifesto político-ideológico da Quarta Geração.
É interessante notar que a carga marxista-leninista-com-características-chinesas volta ter mais peso no discurso da liderança da República Popular da China. "A construção do socialismo está ainda na primeira fase", afirma, deixando no ar a ideia (ilusão?) que o capitalismo da RPC - socialismo de mercado com características chinesas -consistirá numa fase transitória de desenvolvimento das forças produtivas.
Trata-se também - arrisco eu - de um discurso mais à la Deng Xiaoping do que tipicamente uma abordagem típica de Jiang Zemin.
No entanto, já avisava Simon Leys, isto de deslindar os discursos dos lideres da RPC assemelha-se à " arte de interpretar inscrições inexistentes escritas com tinta invisível numa página em branco".

3. Existe, nomeadamente no "Ocidente", um consenso segundo o qual mais cedo ou mais tarde os regimes autoritários evoluirão para sistemas de democracia liberal. Essa não é, como se esperaria, a visão da liderança chinesa. Em "China's New Rulers" Andrew Nathan e Ano Bruce Gilley deixam isso bem claro:

"The Chinese leader´s views about the long-term future are not clearly stated in the documents. We know there are some informed Chinese who think China should eventually adopt some form of liberal, constitutional democracy. But reading beteween the lines of the statements of the Fourth Generation leaders, we sense a different view. Some of them want to soften authoritarian rule, make ir more responsive and use the media and some political institutions, such as elections and courts, as tools to discipline the lower bureaucracy. But they think their society is too complex and turbulent to be governable by a truly open, competetive form of democracy. They think Chinese society needs strong guidance both for domestic development and for foreign policy". (pp 262-263)

Monday, February 26, 2007

II Fórum Internacional de Sinologia

Começa hoje, na Delegação Económica e Comercial de Macau em Portugal, Avenida 5 de Outubro, n. 115. Até 1 de Março particpam neste encontro vários especialistas entre eles Óscar Soares Barata, Joaquim Gonçalves Guimarães, Li Xiaoyun , Anne Cheng, He Weifang , Heitor Romana, Dora Martins, Zhang Xiaoming, Luís Filipe Barreto, Moisés Silva Fernandes, Carmen Mendes, entre outros, debatem as migrações internas e externas chinesas, o sistema político chinês, a cultura, a História, Macau, a medicina tradicional chinesa, música, cinema, o sistema judicial, entre outros temas.
De 8 a 11 de Março o Fórum continua no Auditório Municipal de Vila Nova de Gaia.
Em suma, para que estiver desse lado do mundo, a não perder!

Sunday, February 25, 2007

Leituras Pós-Dominicais

"Critiques of the Theory of International Regimes: The Viewpoints of Main Western Schools of thought", Men Honghua , IR China.
"In search of the perfect Malaysian ", Michael Vatikiotis no Asia Times.
"Europe's space wars", Economist.

A Quinta Geração II


Além do já referido Li Keqiang, Li Yuanchao é visto pelos "China watchers" como um dos mais fortes valores da "Quinta Geração". Actualmente é secretário do Partico Comunista na província de Jiangsu e membro do Comité Central. Se conseguir ascender ao Politburo do Comité Central no XVI Congresso, que terá lugar no último semestre deste ano, posicionar-se-á como um dos prováveis sucessores de Hu Jintao.
Willy Lam, no China Brief, escreve que

"Since coming back to serve in his rich native province in 2000, the Beida economics graduate has broken new ground in the sensitive area of administrative and political reform. For example, the party boss has encouraged open competition for candidates applying for posts up to the level of vice-directors of provincial departments. (...) Li has also earned plaudits for relatively enlightened policies on culture and the environment. For example, he raised eyebrows by saying that city planners should discourage the construction of glitzy skyscrapers, which spoil the landscape and lead to wastage of material and energy".

Saturday, February 24, 2007

Retratos

do trabalho (Abrupto glosado) no Mercado Filipino, em Kota Kinabalu, Malásia.









Fevereiro de 2007.

Sunday, February 18, 2007

Pausa e Leituras


Caros leitores,
Durante a próxima semana rumarei para Sul, pelo que o Sínico ficará quase inactivo até 24 de Fevereiro.
Entretanto ficam algumas sugestões de leitura:

"Nationalism, Internationalism and Chinese Foreign Policy", Chen Zhimin no Journal of Contemporary China.
"It may not be golden, but the Pig is here", Kent Ewing , no Asia Times.
"North Korean Nuclear Agreement: Back to the Future?", Shim Jae Hoon, Yale Global.
"America’s China Worries - I, II e III", Joan Johnson-Freese, Yale Global.

Saturday, February 17, 2007

Está à porta


O senhor Porco. Faça o favor de entrar!
Kung Hei Fat Choi
Gong Xi Fa Cai

Feliz Ano Novo Lunar do Porco.

Thursday, February 15, 2007

CFA: A Praga sinófoba


O artigo de opinião “A praga chinesa”, assinado por Clara Ferreira Alves (CFA), é de tal forma ofensivo, demostra um grau de ignorância e de xenofobia que a sua leitura, por si só, bastaria para que tirássemos as devidas conclusões. De qualquer modo, não resisto a transcrever aqui algumas pérolas de uma autora cuja credibilidade, rigor e lucidez de análise estão há muito em processo de erosão acelerada.

“As lojas chinesas são inestéticas, são concorrência desleal e estão a matar o equilíbrio do mercado e das lojas tradicionais portuguesas”.

“Se esta frase parece racista é provavelmente porque ela é racista. Não tenho simpatia pelas condições humanas e de trabalho na China, não me embasbaco com as Avenidas Madison de Pequim, e acho a sociedade chinesa cruel, fechada e desinteressante, remota em relação aos nossos gostos e conceitos. Os chineses são impenetráveis e a sua cultura de massas representa o que de mais «kitsch» a Humanidade consegue fabricar e vender pelo puro prazer do consumo gratuito”

“A população chinesa tem neste momento um problema de falta de homens, simplesmente porque se entreteve, durante décadas, a exterminar as mulheres e a matar o sexo feminino. Tudo, na China, é estranho à sensibilidade europeia, e não é pelo facto de a China ser uma potência emergente que se tornou uma sociedade mais humana ou mais amável.”

“Quem sustenta e apoia estes imigrantes que não sabem falar português e que não são de Macau nem são sobras do império, e lhes diz para vir inundar zonas economicamente deprimidas com quinquilharia ambulante. A China, além de poluir a terra (e toda a gente sabe que já não se consegue respirar em Hong Kong), polui o mundo com o seu modelo de negócio”.

Clara Ferreira Alves, "A Praga Chinesa", Revista Única, Expresso, 9 de Fevereiro de 2007.

Esta perspectiva de CFA ilustra, infelizmente, a visão afunilada e etnocênctrica de alguns "fazedores de opinião". Não me parece que valha a pena falar a CFA da cultura chinesa, das tradições milenares, confucionismo, do processo de desenvovlimento económico e social da China no período pós-Mao Zedong, de como a entrada de produtos mais baratos da China libertou verbas de consumidores europeus para adquirirem bens de valor acrescentado, de como o próprio pequeno comércio chinês está já a gerar postos de trabalho a portugueses em Portugal, da ascenção de uma classe média que representa uma grande oportunidade para a exportação de produtos europeus, do facto de, em 25 anos mais de 300 milhões de pessoas terem saído do estado de pobreza extrema na China, fruto das reformas económicas, da vida cultural e artística vibrante de Xangai, Pequim, Guangzhou, Harbin, etc, ect, ect.

P.S. Ler também Maria João Belchior no China em Reportagem e Carlos Oliveira no Além do Bojador.

P.S. 2 João Vasconcelos Costa também escreve sobre o assunto no Bloco de Notas.



Friday, February 09, 2007

Mensagem descodificada

Sim.

China-EUA em África

Curioso. Enquanto a China prossegue a sua ofensiva económica em África, os Estados Unidos anunciam a criação de um novo comando militar unificado para o continente africano. Os chineses procuram seduzir com o "soft power" do comércio e do investimento, ao passo que Washington acciona novos mecanismos do "hard power" militar.
Afinal quem representa a verdadeira ameaça?

Beidou GPS ganha forma

O lançamento de um quarto satélite de navegação "Beidou" por parte da China indica que Pequim pretende acelerar o processo de criação de um sistema de navegação e posicionamento por satélite próprio, alternativo ao GPS e ao Galileo. Já escrevi por aqui que, em meu entender, a participação da China no Galileo - o projecto europeu alternativo ao norte-americano GPS -tem como objectivo - entre outros -a transferência de tecnologia para que os chineses possam ter um sistema próprio e autónomo.
O blog projecto Galileo continuará a acompanhar este processo.

Thursday, February 08, 2007

A propósito

da visita de Hu Jintao a Moçambique, que teve hoje início, vale a pena ler a carta aberta de Marcelo Mosse ao presidente da República Popular da China:

"Carta Aberta a Hu Jintao", via blog Moçambique para todos.

Ver também,

"Broader prospect of co-op between China, Mozambique ", Xinhua.

Wednesday, February 07, 2007

Parabéns

Ao Fórum Luso-Asiático que completa hoje 10 anos.

Index

1 - Cang Sang by Xiao Jian tells the story of a man in northern Shaanxi from the 1911 Revolution to the Great Leap Forward.

2- Object: The Road to Politics by a People's Congress Member by journalist Zhu Ling tells of the 12-year struggle of activist Yao Lifa to run for a seat in the local legislature.

3- Past Stories of Peking Opera Stars by Zhang Yihe is an account of the lives and deaths of seven Peking Opera artists.

4- The Family History of an Ordinary Chinese by Guo Ya describes the experiences of a normal Chinese family during the war of liberation, the Cultural Revolution and other eras.

5- The Other Stories of History: My Days at the Supplement Division of the People's Daily by Yuan Ying is a memoir of time working for the People's Daily.

6- Era of History edited by Kuang Chen is a historic series on major events from the 1950s to the 1980s.

7 - This is How it Goes@sars.com by Hu Fayun tells the story of a woman who fell in love with the internet at the cost of her relationship with a vice-mayor during the Sars outbreak.

8- The Press by Zhu Huaxiang uses fictional characters to tell of the intrigues and behind-the-news stories of China's media industry.

Lista de oito livros na "lista negra" de Pequim, banidos na China continental - South China Morning Post (19-01-2007), via Asia Media. Tentarei encontrá-los deste lado, no segundo sistema.

Tuesday, February 06, 2007

A quinta geração I


Este é Li Keqiang, líder do Partido em Liaoning e considerado o primus inter pares dos "pretegés" de Hu Jintao. Caso o presidente ganhe o braço de ferro sobre o Grupo de Xangai é bastante provável que seja designado para o Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês no Outono deste ano no Congresso do PCC; se assim for, estamos perante um candidato à sucessão. Sobre Li Keqiang, Willy Lam escreve que

"[He] has risen so fast through the hierarchy that party insiders have dubbed him the potential “core of the Fifth-Generation leadership,” a reference to senior cadres now in their late 30s to early 50s".
(...)
"Yet Beijing’s political observers have only given Li a mediocre rating. They point to his six-odd years in Henan, first as vice-party secretary, then as governor and party secretary"
(...)
"t is true that during his tenure the economy of Henan, China’s largest province in terms of population, has improved in lockstep with the rest of the country.
(...)
"Party Secretary Li was also ineffective in deterring grassroots officials from pocketing funds and donations that central authorities and foreign NGOs had given AIDS victims in 2003 and 2004."

Willy Lam, "The Fifth Generation of Chinese Communist Party", China Brief, Volume 6 , Issue 3 (February 01, 2006).



Incrível!

Não é que deixei passar em claro o segundo aniversário do Sínico?! Em jeito de balanço, hoje ultrapassámos os 30 mil page views (17,763 unique visitors). Obrigado a todos os que visitam este canto da blogosfera.

Monday, February 05, 2007

Leituras Pós-Dominicais

"China jumps in", Stephanie Kleine-Ahlbrandt and Andrew Small no IHT.

"CHINA’S DEFENSE WHITE PAPER: WHAT IT DOES (AND DOESN’T) TELL US", Christopher Griffin,e Dan Blumenthal no China Brief da Jamestown Foundation.

"China's Poison for the Planet", Andreas Lorenz e Wieland Wagner no Spiegel Online.

Sócrates na China e em Macau: breves notas

1 - As declarações de Manuel Pinho não foram felizes, mas não me restam dúvidas que houve um empolamento do caso. Para isso contou também o ainda o mais inábil esclarecimento do ministro e as palavras do primeiro-ministro.

2 - Sócrates teve um discurso repetitivo e redondo, mas certinho, sem "gaffes". O balanço da sua prestação é positivo. O governo português fez o número que se esperava: assinou acordos, fez declarações de intenção e teve um discurso de sintonia com Pequim. Agora já se sabe: o executivo apenas é facilitador - os negócios são com as empresas.

3 - A classe empresarial jura que, agora sim, agora é que as empresas portuguesas vão olhar para a China como uma prioridade. Quanto a isto, convém dizer que me pareceu que não havia grande trabalho de casa feito; por outro lado, este discurso já tinha sido ouvido noutras comitivas empresariais que viajaram com Soares, Cavaco Silva e Guterres nos anos noventa ou com Sampaio há dois anos.

4 - Existe uma contradição entre o discurso de aumento do investimento português na China e a eventual vontade da EDP em vendera participação que tem na CEM. Ainda há menos de dois anos o BCP vendeu o BCM, já para não falar da saída da PT da TV Cabo Macau. Embora estejamos perante casos diferentes, o resultado é o mesmo: esvaziamento da presença empresarial portuguesa em Macau, quando a RAEM cresce como cresce...

5 – Dizer à China que “Portugal é uma porta de entrada para a Europa e para África”, como referiu José Sócrates num discuso, no sábado, em Macau, é o mesmo que entregar as chaves de casa a alguém que já lá está dentro. Talvez empresas chinesas abram as portas a companhias portuguesas para investimentos conjuntos na Europa e em África. Boa ideia, não?

6 – Quais questões?

Sócrates dixit: (Portugal e China têm) "relações maduras, desenvolvidas e com confiança mútua, partilhando os mesmos pontos de vista em relação às principais questões mundiais".

Friday, February 02, 2007

Bem Vindo a Macau, Senhor Primeiro-Ministro

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Não se esqueça:
Macau
Um País Dois Sistemas
Macau Governado pelas suas gentes
Transição exemplar
Amizade luso-chinesa secular
Plataforma com os países de língua portuguesa
Porta de entrada
Placa Giratória
Sociedade Harmoniosa

Thursday, February 01, 2007

JoaKim Jong-nan da Silva Barreiros

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"O cônsul-geral de Portugal em Macau negou hoje que Kim Jong-nam, filho mais velho do líder norte-coreano, seja detentor de um p assaporte português emitido em Macau tal como foi avançado pelo diário de Hong K ong South China Morning Post".

(...)

Numa busca efectuada na base de dados do Consulado de Macau não existe nenhum passaporte português emitido tanto em nome do senhor Kim Jong-nam como n os nomes de Pang Xiong e de Kim Chul", referiu o embaixador Pedro Moitinho de Al meida em declarações à agência Lusa, aludindo a outros dois nomes alegadamente u sados pelo filho de Kim Jung-il.
Nesse sentido, o diplomata considera que a existir qualquer documento d e viagem português com referência à emissão no consulado de Macau "só pode ser f also".


Lusa. Macau.

Kim Jong Il Jr, conterrâneo e compatriota

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Coreia Norte: Filho de Kim Jong-il tem passaporte português, vive em Macau

"Lusa, Pequim - Kim Jong-nam, o filho mais velho do líder norte-coreano K im Jong-il, vive em Macau e tem passaporte português, diz hoje a cadeia de telev isão sul-coreana YTN, numa informação que a embaixada norte-coreana em Pequim re cusou comentar.
"Não sabemos nem comentamos", disse à Agência Lusa um funcionário da embaixada d a Coreia do Norte em Pequim. A televisão sul-coreana afirma que Kim Jong-nam regressou no domingo a Macau, vi ndo de Pequim, onde se submeteu a exames médicos. Contactada pela Agência Lusa, a representação de Macau em Pequim afirmou também desconhecer as viagens de Kim Jong-nam, ou se o filho primogénito do ditador nor te-coreano vive no antigo território sobre administração portuguesa.
O jornal "South China Morning Post", de Hong Kong, afirma também que Kim Jong-na m "viaja com passaportes de Portugal e da República Dominicana".
A presença de Kim em Macau estará relacionada, afirma a YTN, com o congelamento de 24 milhões de dólares em várias contas bancárias de Kim Jong-il no Banco Delt a Ásia (BDA) em Macau.
Em Setembro de 2005, os Estados Unidos mandaram suspender todas as transacções n orte-coreanas com este banco de Macau depois de o acusar de distribuir moeda fal sa na Coreia do Norte e de branquear dinheiro.
A cadeia televisiva YTN disse hoje que Kim Jong-nam abriu uma conta bancária em 2005 num banco de Hong Kong, com o nome de Kim Chul, e agora a entidade bancária pediu explicações ao filho do líder norte-coreano.