Wednesday, June 29, 2005

ITER e GALILEO

Esta semana vieram a lume duas boas notícias para dois dos ptojectos de "Grande Ciência" em que a União Europeia está envolvida, com destaque para a França.No caso do Galileo, o consórcio liderado pela frabcesa Alcatel e pela EADS ganhou o concurso para o início da construção do sistema europeu de navegação Rádio-Satélite Galileo que vai ser uma alternativa ao norte americano GPS. Trata-se do maior projecto de cooperação científica de sempre da União Europeia, envolvendo também parceiros externos. O Galileo promete não só revolucionar vários sectores da economia como agricultura, pescas, aviação, navegação marítima, trânsito, como garantir independência aos 25 nas operações de manutenção de paz e noutras actividades que envolvam as forças de segurança. Os "europeístas" encaram o Galileo como um instrumento para que os europeus se libertam das amararras de Washington. Os "transatlanticistas" depois de algum cepticismo sempre deram o aval ao projecto em especial depois da UE e dos EUA terem assinado o acordo de interoperabilidade entre o Galileo e o GPS.Quanto ao ITER, o reactor termonuclear de energia de fusão, a França ganhou a corrida ao Japão para ser sede de um projecto que poderá ser a saída para os problemas de energéticos de hoje.Finalmente os cinco países envolvidos, , Japão, Coreia do Sul, China, União Europeia e Estados Unidos, chegaram a um entendimento após anos de avanços e recuos nas negociações. Num e noutro caso a França leva a dianteira. No Galileo as empresas aeronáuticas francesas estão em força num projecto especialmente acarinhado por Jacques Chirac; no ITER, os franceses conseguiram que Cadarache fosse o local escolhido depois de várias concessões feitas ao Japão que apresentava a candidatura rival.Mas nos dois casos venceu também o Multilateralismo: No Galileo foi possível desapertar o nó e tornar compatíveis os dois sistemas -Galileo e ITER- através de um acordo de interoperabilidade; no ITER, as cinco grandes potências mundiais entenderam-se finalmente.Mas, como seria de esperar, ainda é cedo para tocar os sinos. Em projectos desta natureza, em que estamos lidar com activos geotratégicos e geoeconómicos vitais para o futuro, alguma água turva passará debaixo da ponte. Esperemos é que seja sempre possível fazer a tal ponte...

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