"Chen could be Taiwan's Nixon", por Jianwei Wang
"Spotlight: 2 moguls team up on Macao", David Lague
"Is it American democracy or American arbitrariness?"
Saturday, April 30, 2005
Histórico
Xinhua
Quem diria? O secretário-geral do Partido Comunista Chinês e o Presidente do Kuomintang a apertarem a mão em Pequim. O que é que isto quer dizer? Para Pequim é um trunfo exibido para consumo externo e interno. Para dentro, mostra que é possível caminhar no médio/longo-prazo para a reunificação. Afinal os partidos que travaram a guerra civil são chineses, um criou a República da China, o outro a República Popular da China. E O grande obstáculo a um entendimento é a democratização de Taiwan. Se a ilha Formosa continuasse a ser o feudo ditatorial do Kuomintang seria mais fácil chegar a um acordo do género "um país três sistemas". Mas com a democratização e a ascensão ao poder do independentista Chen Shui Bian que ostenta uma retórica anti-China, a situação complica-se. Mesmo assim, para os que advogam a reunificação pacífica esta visita deixa uma boa réstia de esperança. A nível externo, mostra ao mundo que a paz é possível entre os dois lados do estreito, em especial se o Kuomintang estiver no poder. Para o Kuomintang, a missão ao continente é de alto risco. Mas às vezes é preciso ser audacioso para colher os frutos. Se é verdade que os nacionalista enfrentaram protestos em Taipé contra esta viagem, também é visível que Chen Shui Bian, presidente de Taiwan e pró-independentista, ficou ainda mais isolado. O KMT mostrou que só ele próprio pode fazer a paz com a China e que é inevitável uma aproximação política em virtude da interdependência económica. É a lógica de criar uma "win-win situation". Até às eleições de 2009 para a presidência da Formosa ainda muita água vai correr no estreito, mas para já o KMT toma a dianteira claramente, embalado pelos resultados das legislativas de Dezembro de 2004. O caminho de confronto escolhido por Chen Shui Bian é um beco sem saída. E é curioso ver como o próprio Chen esta a emendar a mão depois de ter criticado a viagem - é que 63 por cento dos taiwaneses (dados apresentados por Lien Chan) quer mais cooperação com a China e uma resolução pacífica do diferendo. Mesmo assim, no que diz respeito à reunificação ainda há um logo caminho a percorrer.
Thursday, April 28, 2005
Quem disse reformador?
Apresentado ao mundo, há dois anos, quando foi designado Presidente da República Popular da China, como um reformador tímido, Hu Jintao tem mostrado uma outra faceta. Este artigo é implacável:
"According to a party scholar who advises the leadership: `Hu spent all those years while waiting to take office thinking and planning what he was going to do, so he's not going to back off now.'' But he said Hu's populist approach has also raised expectations among ordinary Chinese - expectations the party bureaucracy is having trouble meeting."
Breves da economia à Beira-China
1- O Banco Mundial prevê que a economia chinesa cresça 8.3 por cento em 2005. A inflacção deverá chegar aos 3 e meio por cento. O relatório do Banco Mundial refere que os preços vão manter-se dentro do previsto pelo governo, enquanto as autoridades mantiverem as medidas de restrição ao crédito e restantes medidas de controlo macroeconómico.
2-De visita à Filipinas, Hu Jintao abriu as portas à cooperação económica. No total foram assinados 14 acordos no valor de mil e seiscentos milhões de dólares em investimentos e empréstimos. Dois dos mais avultados entendimentos foram na área da indústria ferroviária. A China e as Filipinas acordaram também na cooperação nas áreas da defessa, luta anti-terrorista, exercícios militares e protecção ambiental.
3- A Motorola pôs em marcha um novo centro de Investigação e Desenvolvimento em Pequim para telemóveis de terceira geração. A segunda maior empresa produtora de telemóveis do mundo conta já com 16 centros de investigação na China num investimento total que ascende a 450 milhões de dólares.
2-De visita à Filipinas, Hu Jintao abriu as portas à cooperação económica. No total foram assinados 14 acordos no valor de mil e seiscentos milhões de dólares em investimentos e empréstimos. Dois dos mais avultados entendimentos foram na área da indústria ferroviária. A China e as Filipinas acordaram também na cooperação nas áreas da defessa, luta anti-terrorista, exercícios militares e protecção ambiental.
3- A Motorola pôs em marcha um novo centro de Investigação e Desenvolvimento em Pequim para telemóveis de terceira geração. A segunda maior empresa produtora de telemóveis do mundo conta já com 16 centros de investigação na China num investimento total que ascende a 450 milhões de dólares.
Wednesday, April 27, 2005
Gunder Frank R.I.P.
Foi já há alguns dias, a 23 de Abril, mas só agora dei conta da morte de Andre Gunder Frank, intelectual, economista e historiador. Ao longo dos seus 76 anos de vida escreveu 40 livros, 140 capítulos em livris editados e mais de 300 artigos. Pessoalmente, marcou-me o "ReOrient: Global Economy in the Asian Age". Com contradicões (quem as não tem), mas também com uma grande dose de honestidade intelectual, Gunder Frank foi dos mais inovadores intérpretes do Marxismo na segunda metade do século XX.
Em Janeiro de 2005, Gunder Frank publicou este artigo no "Asia Times": "The Naked Hegemon", ou o Rei Vai Nú.... A Z net, revista on line inspirada por Noam Chomsky traz este artigo sobre a vida de Gunder Frank. O autor conta o encontro com aquele que é provavelmente o mais influente intelectual libertário do mundo:
"I brought Gunder and Chomsky together in 1998 at Noam's office, as they both graciously agreed to serve on my dissertation committee. One of Gunder's first utterances was, "you were right about my Leninism and I should have read the anarchist reading list you sent me thirty years ago." In his fatalistic way, though, Gunder declared, "but I would not have listened anyway." This was Gunder with his usual contradictions and honesty following a purer historical materialism, in which things don't happen until the underlying conditions permit".
Tuesday, April 26, 2005
Chamem a Polícia que eles são Campeões!
A Polícia de Segurança Pública sagrou-se campeã (parabéns!) do campeonato de futebol de Macau. O Kuan Tai e Kei Lun desceram ao segundo escalão. Agora quatro equipas disputam os dois lugares que dão acesso à "Superliga de Macau": os Bombeiros, o Hoi Fai, o Kin Chun e aAutoridade Monetária e Cambial. O Monte Carlo e o Lam Pak, clássicos do futebol macaense tiveram uma época mais discreta. Este artigo faz um resumo da época.
O Kuomintang está de novo China
Vai ser o primeiro encontro em 56 anos dos líderes dos partidos que disputaram a guerra civil. Antes de partir para a China, o presidente do Kuomintang, o principal partido da oposição em Taiwan, falou de uma jornada para a paz. De resto, na conferência de imprensa, em Taipé, Lien Chan e o estado maior do Kuomintang exibiram as letras da palavra “peace”. Outros dos objectivos é procurar abrir caminho ao estabelecimento das ligações postais e de passageiros por via marítima e Aérea. Esse foi de resto já um tema em foco nos encontros do vice-presidente do Kuomintang em Março. Agora o objectivo é dar um passo mais firme no diálogo entre comunistas e nacionalistas. Para isso o encontro com Hu Jintao, presidente da China e secretário geral do Partido Comunista Chinês assume especial importância. Quem não via com bons olhos esta iniciativa é o presidente de Taiwan. O independentista Chen Shui Bian chegou a ameaçar o Kuomintang com acções legais por causa das visitas à China. Agora Chen já considera que a viagem pode ser positiva para as relações entre os dois lados do estreito. Lien Chan chega hoje a Nanjing onde vai prestar homenagem ao fundador do Kuomintang e da República da China, Sun Yat Tsen. Na quinta feira encontra-se me Pequim com Jia Qinglin, membro do comité permanente do comité central do Partido Comunista. O ponto alto da visita acontece na sexta feira quando Lien Chan se encontrar com Hu Jintao. No sábado a comitiva do Kuomintang viaja para Xian, onde vai visitar o túmulo da sua avó e no dia 2 de Maio chega a Xangai onde vai manter encontros com empresários de Taiwan que têm negócios na China.
Saturday, April 23, 2005
Correlação Índia-China segundo John Nye
"Como me disse um estrategista indiano durante uma visita recente "Por volta de 2030, vemos os EUA, a China e a Índia como as três maiores potências na política mundial. Não queremos um mundo dominado pela China ou pelos Estados Unidos, mas, se tivéssemos de escolher, seria mais fácil para nós viver com os últimos."Assim, apesar de o melhoramento das relações entre a China e a Índia ser bem-vindo, é pouco provável que anuncie o início de uma aliança entre a Índia e a China contra os EUA. É mais provável que represente antes outra movimentação na antiga tradição indiana de gerir os equilíbrios regionais de poder".
John S. Nye, no "DN".
Parace-me acertada a análise, em especial esta última frase.
O texto reflecte uma perspectiva indiana e norte-americana sobre o assunto. Do ponto de vista chinês, tudo o que implique lançar laços de interdependência com os vizinhos poderosos, em especial aqueles que têm relações mais próximas com os Estados Unidos, é encarado como uma teia cuja ruptura pode gerar prejuízos económicos e comerciais avultados. A China joga em vásrias direcções a carta mais sedutora: um mercado de consumo em crescimento exponencial e condições de investimento muito atractivas.
John S. Nye, no "DN".
Parace-me acertada a análise, em especial esta última frase.
O texto reflecte uma perspectiva indiana e norte-americana sobre o assunto. Do ponto de vista chinês, tudo o que implique lançar laços de interdependência com os vizinhos poderosos, em especial aqueles que têm relações mais próximas com os Estados Unidos, é encarado como uma teia cuja ruptura pode gerar prejuízos económicos e comerciais avultados. A China joga em vásrias direcções a carta mais sedutora: um mercado de consumo em crescimento exponencial e condições de investimento muito atractivas.
Friday, April 22, 2005
Mes Amis Chinois
The Standard, 22-04-2005. Jean Pierre Raffarin diz ainda acreditar no fim do embargo durante a presidência luxemburguesa da União Europeia. No primeiro dia da vista a Pequim, o primeiro-ministro francês apoiou também a lei anti-secessão aprovada pela Assembleia Nacional Popular. Para Raffarin, o diploma é compatível com a política externa francesa. França é o país da UE que tem feito mais campanha para o bloco europeu remover o embargo imposto após a repressão sangrenta dos protestos pró-democracia de Tiananmen, em 1989. Os estados-membros anunciaram, em Dezembro, do ano passado que iam tomar uma decisão sobre o embargo até ao fim da presidência rotativa europeia do Luxemburgo, que acaba a 30 de Junho. Mas com a adopção da controversa lei anti-secessão de Taiwan e a forte pressão dos Estados Unidos, os 25 podem agora adiar essa decisão. O alto responsável europeu para a política externa, Javier Solana, disse esta semana que a UE continua empenhada em remover o embargo, mas disse que uma decisão sobre o assunto poderá ser em 2005 ou poderá ser em 2006. O primeiro-ministro francês está em Pequim também para abrir caminho a negócios coma China. Antes da conferência de imprensa conjunta com Hu Jintao, Raffarin assistiu à assinatura de contratos para a venda de 10 aviões da Airbus a companhias aéreas chinesas. Na lista das novas encomendas, a China Eastern Airlines comprou cinco A319 e a Shenzhen Airlines encomendou outros cinco aviões A319 e A320. O valor destas compras ascende a cerca de 4 mil e 500 milhões de yuans. Durante a cerimónia de assinatura dos acordos, foram também concluídos outros negócios que envolvem um total de 20 encomendas no valor de 24 mil milhões de yuans.
Thursday, April 21, 2005
China-Japão: Detente à vista
O presidente chinês Hu Jintao e o primeiro-ministro japonês Junishiro Koizumi podem encontrar-se nesta sexta-feira em Jakarta durante a conferência Ásia-África, evento comemorativo dos 50 anos da Conferência de Bandung. O objectivo é acalmar os ânimos e enviar uma mensagem de pelo menos algum desanuviamento depois de duas semanas de protestos Anti-Japão na China evido aos manuais escolares que omitem os crimes de guerra praticados pelo exército impeial nipónico nos anos 1930 e 1940. Depois do ministro chinês dos Negócios Estrangeiros ter pedido o fim das manifestações, a chancelaria de Tóquio lançou a proposta dos líderes se econtrarem para amainar a tensão sino-nipónica. Isto surge no dia em que foram conhecidos os números do comércio externo do Japão para o ano fiscal de 2004. Como seria de esperar, a China ultrapassou os Estados Unidos como o maior parceiro comercial do Japão. Já ontem a maior asssociação de empresários japoneses avisava para os perigos de uma escalada na tensão entre os dois países. Não admira: a China tem sido o principal leitmotiv da recuperação da economia do "País do Sol Nascente". Recordando um debate já ensaiado neste blogue, a interdependência comerial e económica fala mais alto, no entanto não podemos afastar o que do ponto de vista geopolítico divide Pequim e Tóquio: a remilitarização japonesa e a possibilidade do Japão ter um lugar permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. E, em última análise, a balança de poderes na zona da Ásia Oriental.
Wednesday, April 20, 2005
Sobe Sobe PIB Sobe
A economia chinesa registou uma subida de 9.5 % no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado. Parece que as restrições ao crédito e outras medidas de controlo macroeconómico criadas para evitar um sobreaquecimento e provável "aterragem difícil" não estão a resultar muito.
Tuesday, April 19, 2005
A China e o Galileo
A participação da China no Projecto Galileo, o sistema de navegação rádio-satelite da União Europeia e da ESA, é um assunto muito interessante, uma vez que implica vários factores geopolíticos, securitários, militares, económicos e comerciais. É um tema que vai ser recorrente neste blogue. Para já, olhamos para este artigo no International Herald Tribune:
"China's acquisition of the Galileo system is seen by these analysts as a major setback to U.S. efforts to limit China's access to advanced military technology. Critics of China's participation in the Galileo project say that the EU is, in effect, assisting China's military modernization despite the embargo."
Singapura abre as portas a casinos
O Governo de Singapura deu a luz verde à abertura de dois casinos na cidade estado. No final deste ano vão ser escolhidos os operadores. Para já sabe-se que o projecto estará pronto em 2009 e deverá atrir um investimento total de 5 mil milhões de dólares.
Quem está na corrida para construir um casino em Singapura é a Melco. A empresa controlada por Stanley Ho tem na manga um projecto no valor de dois mil e quinehtos milhões de dólares .
Trata-se de uma joint venture da Melco com a Australia Publishing and Broadcasting. O chefe da Melco, Lawrence Ho diz ao jornal the Standard que está a trabalhar cpara construir um projecto integrado com um resort, um casino e um centro de convenções e instalações desportivas.
Macau tem agora um concorrente na Região Ásia-Pacífico. Será que Singapura vai tirar um pedaço do bolo das receitas do jogo da Região Administrativa Especial de Macau? Por aqui há a convicção que Singapura não representa ameaça para um mercado que não pára de crescer.
Monday, April 18, 2005
China-Austrália: soltem o comércio
Camberra e Pequim assinaram um memorando de entendimento com vista ao estabelecimento de uma zona de livre-comércio. A estratégia chinesa é clara: firmar acordos de geometria variável com poderes regionais ou grupos de países que mal podem esperar para tirar partido de uma fatia do apetecível mercado chinês, cuja classe média com poder de compra está em emergência. Além do reforço do investimento, o reforços dos laços comerciais é um passo lógico.
Assim, além da Austrália (cujo processo está em fase adiantada), Pequim está a preparar acordos de livre comércio com os países da Assocação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e com a Índia (este ainda numa fase muito embrionária). A China procura assim tirar partido, do ponto de vista economico-comercial, de um "win-win game" e, simultaneamente, reforçar a posição junto de aliados estratégicos dos EStados Unidos- países do sudeste asiático, Austrália e índia.
Assim, além da Austrália (cujo processo está em fase adiantada), Pequim está a preparar acordos de livre comércio com os países da Assocação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e com a Índia (este ainda numa fase muito embrionária). A China procura assim tirar partido, do ponto de vista economico-comercial, de um "win-win game" e, simultaneamente, reforçar a posição junto de aliados estratégicos dos EStados Unidos- países do sudeste asiático, Austrália e índia.
China Espacial
Um novo centro de investigação e produção espacial começou hoje a ser construído em Xangai, no Leste da China, e deverá ficar concluído em 2010, informa hoje o jornal China Daily.
O edifício, pertencente à Academia de Tecnologia Aeroespacial de Xangai (SAST, na sigla inglesa), contará com um museu, uma centro de ensaios e funções logísticas.
A SAST forneceu o propulsor e o sistema de comunicações da nave "Shenzhou V" no primeiro voo espacial tripulado da história chinesa, realizado em 2003, e está a preparar o módulo propulsor e os sistemas de abastecimento energético e de comunicações do próximo voo tripulado na "Shenzhou VI".
Segundo um responsável da instituição, todos os centros de investigação e produção espacial de Xangai serão transferidos para a nova base, que abrangerá uma área de 80 hectares.
(Lusa)
Sunday, April 17, 2005
Punk Patriótico
Mais protestos anti-Japão na China.
"New anti-Japan protests erupt in China" no International Herald Tribune
"China's fury doesn't wash, but why the froth?" por Marc Erikson
"A memória que serve para fazer a guerra", Jorge Almeida Fernandes, no Público.
Friday, April 15, 2005
PE contra fim do embargo. Alemanha vacila
A votação foi esmagadora 431 contra 85. O Parlamento Europeu condenou a possibilidade dos 25 levantarem o embargo à venda de armas á China.
Os eurodeputados lamentam que as relações com a China tenham progredido apenas no aspecto económico e comercial sem progressos significativos nos direitos humanos e democracia. Por isso, o Parlamento de Estrasburgo pede aos Estadso membros da União que não terminem com a proibição e que encontrem meios para favorecer o diálogo, encorajar o desarmamento e apoiem Taiwan como modelo de democracia para a China.
Os deputados europeus defenderam ainda a adopção de um código europeu para reger as normas de exportações de armas.
Entretanto, a Alemanha veio defender que esta pode não ser a altura indicada para avançar com o levantamento do embrago. O ministro alemão dos negócios estrangeiros disse que quer que se chegue a um consenso sobre o assunto, mas para isso é preciso que todos votenma favor, o quenão vai acontecer no futuro próximo. Joschka Fisher alertou ainda que a China também tem que fazer algo para que o embargo seja levantado. Por exemplo assinar todas as convenções internaciansi de defensa e respeito pelos direitos humanos e reduzir as detenções arbitrárias por alegado delito de opinião. Mas o chefe de governo amelão tem uma posição diferente da do chefe da diplomacia. Gerard Schroeder argumentou no Parlamento germânico que o fim do embargo à venda de armas à China será uma mediada simbólica. O objectivo não é aumentar o volume de venda de armamento a Pequim, garante do líder do governo de Berlim.
O embargo à venda de armas e o futuro das relações entre a União Europeia e a China vai ser hoje discutido numa reunião informal de ministros dos negócios estrangeiros dos 25 no Luxemburgo.
Os eurodeputados lamentam que as relações com a China tenham progredido apenas no aspecto económico e comercial sem progressos significativos nos direitos humanos e democracia. Por isso, o Parlamento de Estrasburgo pede aos Estadso membros da União que não terminem com a proibição e que encontrem meios para favorecer o diálogo, encorajar o desarmamento e apoiem Taiwan como modelo de democracia para a China.
Os deputados europeus defenderam ainda a adopção de um código europeu para reger as normas de exportações de armas.
Entretanto, a Alemanha veio defender que esta pode não ser a altura indicada para avançar com o levantamento do embrago. O ministro alemão dos negócios estrangeiros disse que quer que se chegue a um consenso sobre o assunto, mas para isso é preciso que todos votenma favor, o quenão vai acontecer no futuro próximo. Joschka Fisher alertou ainda que a China também tem que fazer algo para que o embargo seja levantado. Por exemplo assinar todas as convenções internaciansi de defensa e respeito pelos direitos humanos e reduzir as detenções arbitrárias por alegado delito de opinião. Mas o chefe de governo amelão tem uma posição diferente da do chefe da diplomacia. Gerard Schroeder argumentou no Parlamento germânico que o fim do embargo à venda de armas à China será uma mediada simbólica. O objectivo não é aumentar o volume de venda de armamento a Pequim, garante do líder do governo de Berlim.
O embargo à venda de armas e o futuro das relações entre a União Europeia e a China vai ser hoje discutido numa reunião informal de ministros dos negócios estrangeiros dos 25 no Luxemburgo.
China-Índia-Japão
"Sinais Contraditórios"
" aproximação entre a China e a Índia - as duas nações mais populosas do mundo representando as duas 45% da população mundial - dois países em vias de desenvolvimento que melhor estão colocados para liderar os respectivos sub-espaços regionais parece mostrar a atenuação de rivalidades e de nacionalismos exacerbados."
"É difícil entender que factos lamentáveis que aconteceram há 70 anos possam azedar, de uma forma tão dramática, o relacionamento entre os dois vizinhos, a ponto de tornarem qualquer aproximação desejável mas improvável. Sempre se dirá que a história pode ter várias leituras: os vencedores lêem-na de uma maneira, os derrotados de outra. Por isso importa, para lá do terçar das razões e das paixões, seguramente legítimas, fazer um apelo à memória colectiva"
Arnaldo Gonçalves no "Jornal Tribuna de Macau.
" aproximação entre a China e a Índia - as duas nações mais populosas do mundo representando as duas 45% da população mundial - dois países em vias de desenvolvimento que melhor estão colocados para liderar os respectivos sub-espaços regionais parece mostrar a atenuação de rivalidades e de nacionalismos exacerbados."
"É difícil entender que factos lamentáveis que aconteceram há 70 anos possam azedar, de uma forma tão dramática, o relacionamento entre os dois vizinhos, a ponto de tornarem qualquer aproximação desejável mas improvável. Sempre se dirá que a história pode ter várias leituras: os vencedores lêem-na de uma maneira, os derrotados de outra. Por isso importa, para lá do terçar das razões e das paixões, seguramente legítimas, fazer um apelo à memória colectiva"
Arnaldo Gonçalves no "Jornal Tribuna de Macau.
Thursday, April 14, 2005
Tensão crescente
Uma provocação. É assim que o ministério chinês dos negócios estrangeiros classifica a atitude de Tóquio. O governo japonês aprovou a exploração de gás natural e petróleo numa área reclamada por Pequim e Tóquio no Mar da China Oriental. O ministro japonês da economia anuncou que vai começar a avaliar os pedidos de empresas interessadas em explorar gás e petróleo numa área classificada pelo Japão como zona económica exclusiva. Questionado se esta situação não vai piorar as relações coma China depois da polémica dos manuais de história, o primeiro-ministro nipónico Junishiro Koizumi defendeu que se trta de assuntos diferentes. O governo japonês adiantou ainda que já informou a China do projecto. Mas Pequim não aceita estas justificações. O porta-voz da diplomacia Chinesa disse que além de ser uma provocação, esta atitude do Japão desrespeita os direitos da China e as normas das relações internacionais. Por isso, o governo chinês já apresentou um protesto junto de Tóquo e reserva-se ao direito de retaliar diplomaticamente. Em causa está uma zona do Mar da China Oriental, que a China já começou a explorar parcialmente em 2003. Em 1999, um estudo japonês estimava que existem 200 mil milhões de metros cúbicos de gás natural nessa zona. Este assunto é por demais importante, uma vez que a China e o Japão são dos dos maiores importadores de energia do mundo. Precisam por isso de diversificar as fontes, e de reforçar a exploração doméstica. Esta polémica surge numa altura em que a história está a assombrar as relações sino-nipónicas, depois da aprovação dos manuais de história que supostamente omitem crimes de geurra japonmeses durante da IIGuerra Mundial e das manifestações anti-Japão do passado fim de semana na China. Quanto a esse assunto, o governo de Tóquio disse que os japoneses já reflectiram sobre os erros do passado e pediram desculpas aos países asiáticas invadidos nos anos 30 e 40.
Wednesday, April 13, 2005
Diálogo & Cooperação
Membros do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular reuniram-se ontem com 82 juristas de Hong Kong para discutir que interpretação deve ser feita da Lei Básica de Hong Kong acerca do mandato do próximo chefe de governo que vai ser "eleito" em Julho por um Comité Eleitoral. Com este gesto Pequim quis dar um sinal: o governo central está aberto ao diálogo e à cooperação com a comunidade jurídica de Hong Kong. O governo chinês deu a entender nas semanas anteriores que quer que o próximo líder do executivo sirva apenas por dois anos (o tempo que faltava ao ex chefe do governo, Tung Chee-hwa, para terminar o mandato), ao passo que vários grupos de juristas e peritos legais da Região têm afirmado que a Lei Básica indica que o escolhido deve gozar de um mandato de cinco anos. Ontem estiveram reunidas as duas partes. No final do encontro mantido em Shenzhen, Pequim não alterou a posição depois de um diálogo "frutuoso" e os representantes da comunidade jurídica disseram que o governo chinês não teve uma argumentação bem fundamentada no disposto na Lei Básica. É assim, diálogo e cooperação. Um país dois sistemas.
Branco é...
Pequim, 13 Abr (Lusa) - A China publicou hoje um novo documento para defender a sua política em matéria dos direitos humanos, numa altura em que tenta obter o levantamento do embargo de venda de armas imposto pela União Europeia.
Num Livro Branco de 41 páginas, o governo lembra que 2004 foi o ano em que a questão dos direitos humanos passou a fazer parte da constituição chinesa e sublinha as campanhas desenvolvidas para combater os abusos dos direitos cometidos no sistema judicial.
Estes casos referem-se a detenções ilegais, extorsões de confissões sob tortura ou sevícias sobre os presos, assinala o documento.
Numa secção dedicada aos direitos políticos e civis, o Livro Branco afirma que as liberdades fundamentais dos cidadãos estão garantidas e protegidas.
"As liberdades de informação, de expressão e de imprensa são respeitadas", assegura o documento, que acrescenta que também a liberdade religiosa está garantida.
A publicação do documento, que já tinha tido uma primeira edição no ano passado, surge numa altura em que Pequim tenta obter da União Europeia o levantamento do embargo à venda de armas, imposto desde o massacre de Tiananmen, em 1989.
Vários países europeus têm-se mantido reticentes quanto ao levantamento do embargo devido à falta de progresso da China em matéria de direitos humanos, denunciada por numerosas organizações internacionais.
JPA.
Lusa/fim
Num Livro Branco de 41 páginas, o governo lembra que 2004 foi o ano em que a questão dos direitos humanos passou a fazer parte da constituição chinesa e sublinha as campanhas desenvolvidas para combater os abusos dos direitos cometidos no sistema judicial.
Estes casos referem-se a detenções ilegais, extorsões de confissões sob tortura ou sevícias sobre os presos, assinala o documento.
Numa secção dedicada aos direitos políticos e civis, o Livro Branco afirma que as liberdades fundamentais dos cidadãos estão garantidas e protegidas.
"As liberdades de informação, de expressão e de imprensa são respeitadas", assegura o documento, que acrescenta que também a liberdade religiosa está garantida.
A publicação do documento, que já tinha tido uma primeira edição no ano passado, surge numa altura em que Pequim tenta obter da União Europeia o levantamento do embargo à venda de armas, imposto desde o massacre de Tiananmen, em 1989.
Vários países europeus têm-se mantido reticentes quanto ao levantamento do embargo devido à falta de progresso da China em matéria de direitos humanos, denunciada por numerosas organizações internacionais.
JPA.
Lusa/fim
Tuesday, April 12, 2005
A Ler
"A hipocrisia do comércio justo", de Teresa de Sousa, no PÚBLICO
"A China é rapidamente arvorada em "parceiro estratégico" quando se quer vender Airbus e comboios de alta velocidade ou mesmo armamento sofisticado. Passa a ser um reles violador dos direitos sociais, uma ameaça ao "justo" comércio internacional, quando se trata dos têxteis."
e
India sits pretty with US and China", B. Raman no Asia Times.
"A China é rapidamente arvorada em "parceiro estratégico" quando se quer vender Airbus e comboios de alta velocidade ou mesmo armamento sofisticado. Passa a ser um reles violador dos direitos sociais, uma ameaça ao "justo" comércio internacional, quando se trata dos têxteis."
e
India sits pretty with US and China", B. Raman no Asia Times.
A China e o Quirgistão II
Por Matthew Oresman
"E enquanto, desde então (revolta de Asky) , a oposição raramente tem exibido essa retórica anti-China, a situação política pode restringir um discurso amigável para com a China, se um dos candidatos nas eleições ressuscitar o velho sentimento contra Pequim.
Em segundo, o governo central chinês vai prestar muita atenção ao modo como o novo governo quirguize vai lidar com a diáspora Uigur do Quirguistão. Com cerca de 50 mil uigures a viverem lá, ainda por cima com os milhares de mercadores e traficantes que cruzam a fronteira com Xinjiang, o Quirguistão representa uma das maiores comunidades uigures fora da China. Sob um novo, mais democrático governo, os grupos uigures podem desenvolver-se politicamente de modo mais fácil. E se lhes for permitido, pode tentar influenciar a situação em Xinjiang de modo agressivo ou organizar a diáspora de modo mais efectivo.
Em terceiro lugar, Pequim, como sempre, está preocupada com a potencial instabilidade criada por um vazio de poder no Quirguistão. A situação instável pode permitir que grupos fundamentalistas islâmicos se infiltrem de modo mais profundo e que redes de traficantes de droga estabeleçam a sua presença mais eficazmente.
Finalmente, a China está a observar os desenvolvimentos tendo em vista o significado deste processo de transição política na influência que exerce na região. Analistas em Pequim têm deixado transparecer receios que a revolução no Quirguistão se consubstancie numa oportunidade para Washington reforçar a sua presença e influência, à medida que o futuro poder democrático lança pontes como novos parceiros. Pequim suspeita que os Estados Unidos tenham sido a “mão escondida” por detrás desta reviravolta.
Neste momento, a China está a ter uma atitude de “esperar para ver”. É provável que continue a seguir a liderança russa e apenas quando a situação se voltar contra si é que Pequim vai decidir agir".
Matthew Oresman é o director do “China Eurasia Forum”.
Tradução adaptada do texto “Keeping China on the edge”, publicado hoje (12-14-2005) pelo South China Morning Post.
"E enquanto, desde então (revolta de Asky) , a oposição raramente tem exibido essa retórica anti-China, a situação política pode restringir um discurso amigável para com a China, se um dos candidatos nas eleições ressuscitar o velho sentimento contra Pequim.
Em segundo, o governo central chinês vai prestar muita atenção ao modo como o novo governo quirguize vai lidar com a diáspora Uigur do Quirguistão. Com cerca de 50 mil uigures a viverem lá, ainda por cima com os milhares de mercadores e traficantes que cruzam a fronteira com Xinjiang, o Quirguistão representa uma das maiores comunidades uigures fora da China. Sob um novo, mais democrático governo, os grupos uigures podem desenvolver-se politicamente de modo mais fácil. E se lhes for permitido, pode tentar influenciar a situação em Xinjiang de modo agressivo ou organizar a diáspora de modo mais efectivo.
Em terceiro lugar, Pequim, como sempre, está preocupada com a potencial instabilidade criada por um vazio de poder no Quirguistão. A situação instável pode permitir que grupos fundamentalistas islâmicos se infiltrem de modo mais profundo e que redes de traficantes de droga estabeleçam a sua presença mais eficazmente.
Finalmente, a China está a observar os desenvolvimentos tendo em vista o significado deste processo de transição política na influência que exerce na região. Analistas em Pequim têm deixado transparecer receios que a revolução no Quirguistão se consubstancie numa oportunidade para Washington reforçar a sua presença e influência, à medida que o futuro poder democrático lança pontes como novos parceiros. Pequim suspeita que os Estados Unidos tenham sido a “mão escondida” por detrás desta reviravolta.
Neste momento, a China está a ter uma atitude de “esperar para ver”. É provável que continue a seguir a liderança russa e apenas quando a situação se voltar contra si é que Pequim vai decidir agir".
Matthew Oresman é o director do “China Eurasia Forum”.
Tradução adaptada do texto “Keeping China on the edge”, publicado hoje (12-14-2005) pelo South China Morning Post.
A China e o Quirguistão I
Por Matthew Oresman
“A surpreendente e rápida tomada do poder por parte da oposição no Quirguistão tem implicações relevantes para vários países e regiões na zona, incluindo a China, que tem observado estes acontecimentos de perto. Enquanto a Rússia e os Estados Unidos mantém bases militares no Quirguistão, a China é a única potência que de facto tem uma fronteira com o país.
A China tem reagido à revolução com um silêncio estratégico. Pequim deixou que Moscovo tomasse a dianteira na resposta aos desenvolvimentos e tem-se coibido de manifestar as suas preferências em público.
Enquanto o novo governo ganha forma, a China vai pesar vários factores na decisão de qual vai ser o próximo passo, incluindo a formação do novo executivo de Bishek, em especial no que diz respeito à atitude que vai ter para com a diáspora Uigur, as ameaças de segurança criadas pelo vácuo de poder e o efeito de um Quirguistão potencialmente democrático nos interesses estratégicos regionais de Pequim.
O primeiro factor que vai condicionar a posição de Pequim é a formação e composição do novo governo quirguize. Por agora, tudo indica que os futuros líderes não têm interesse em mudar a natureza das relações que têm com a China. No entanto, há que sublinhar que toda uma retórica anti-China tem estado na base do discurso da oposição.
As revoltas de Asky, em 2002, visavam criticar duramente o que os oposicionistas consideravam ser uma cedência desmesurada de territórios à China nas negociações, mas, de facto, no coração dos protestos estava o descontentamento face ao ex presidente Askayev".
(continua)
Tradução adaptada do texto “Keeping China on the edge”, publicado hoje (12-14-2005) pelo South China Morning Post.
“A surpreendente e rápida tomada do poder por parte da oposição no Quirguistão tem implicações relevantes para vários países e regiões na zona, incluindo a China, que tem observado estes acontecimentos de perto. Enquanto a Rússia e os Estados Unidos mantém bases militares no Quirguistão, a China é a única potência que de facto tem uma fronteira com o país.
A China tem reagido à revolução com um silêncio estratégico. Pequim deixou que Moscovo tomasse a dianteira na resposta aos desenvolvimentos e tem-se coibido de manifestar as suas preferências em público.
Enquanto o novo governo ganha forma, a China vai pesar vários factores na decisão de qual vai ser o próximo passo, incluindo a formação do novo executivo de Bishek, em especial no que diz respeito à atitude que vai ter para com a diáspora Uigur, as ameaças de segurança criadas pelo vácuo de poder e o efeito de um Quirguistão potencialmente democrático nos interesses estratégicos regionais de Pequim.
O primeiro factor que vai condicionar a posição de Pequim é a formação e composição do novo governo quirguize. Por agora, tudo indica que os futuros líderes não têm interesse em mudar a natureza das relações que têm com a China. No entanto, há que sublinhar que toda uma retórica anti-China tem estado na base do discurso da oposição.
As revoltas de Asky, em 2002, visavam criticar duramente o que os oposicionistas consideravam ser uma cedência desmesurada de territórios à China nas negociações, mas, de facto, no coração dos protestos estava o descontentamento face ao ex presidente Askayev".
(continua)
Tradução adaptada do texto “Keeping China on the edge”, publicado hoje (12-14-2005) pelo South China Morning Post.
Monday, April 11, 2005
Nacionalismos no Oriente Extremo ou as mil e uma feridas por sarar
A recente exaltação nacionalista na China e no Japão contrasta com a intensificação e interdependência comercial e a nível de investimentos entre as duas potências do Extremo Oriente. Este paradoxo suscita um debate interessante sobre a relação entre o Presente em que cada vez mais as economias se tornam, de modo complexo, dependentes entre si, fazendo emergir de facto, um bloco econímico regional; e o Passado, marcado pelo imperialismo nipónico cujo apogeu aocnteceu aquando da ocupação japonesa da China (1931-1945). Os optimistas realçam que as relações económicas e comerciais vão criar inevitavelmente um spill over effect e assim, desanuviar as tensões entre os dois lados, já os pessimistas alertam para o path-dependence factor das relações sino-japonesas. As manifestações deste fim-de-semana vêm, por enquanto dar alguma razão aos segundos. O mesmo é válido quando analisamos as atitudes do governo de Junishiro Koizumi, quando este aprova um manual de história que já sabia ia irritar os chineses, quando fala recorrentemente da vontade de remilitarizar o Japão ou quando presta homenagem junto a túmulos de soldados imperiais acusados de crimes de guerra.
Na nova versão dos manuais de história japoneses, a China é culpada pelo começo da guerra sino-japonesa de 1894-1895 e o massacre de Nanjing executado, em 1937-1938, pelo exército imperial nipónico é descrito como inconclusivo e em debate. Isto quando entidades independentes têm mais que confirmadas as mortes de cerca de 300 mil chineses, a maioria dos quais civis e prisioneiros de guerra, além dos relatos de cerca de 20 mil violações perpetradas por japoneses a mulheres chinesas. Imagine se agora a Alemanha que viesse autorizar o ensino nas escolas de teses revisionistas sobre o Holocausto... Esta comparação pode parecer exagerada, mas serve para dar uma dimensão das feridas provocadas pelo exército nipónico durante a ocupação na memória colectiva da identidade chinesa.
É claro que o governo central de Pequim faz uso dessa memória com objectivos políticos a nível interno, para cimentar o sentimento de unidade patriótica a um regime que vive em crise de legitimidade ideológica, e do ponto de vista externo, para enviar uma mensagem forte à comunidade internacional, quando se discute a possibilidade do Japão ter acesso a um assento permanente no Conselho de Segurança. Neste cenário, de tendência revisionista de Tóquio e de apelo patriótico e à memória nacionalista da China, fervem os sentimentos que vimos ser extravazados com a complacência das autoridades chinesas, neste fim de semana. E, naturalmente, esta memória serve de impulso a outras causas anti-nipónicas na China, como a oposição firme à remilitarização do Japão, a uma eventual entrada de Tóquio no Conselho Permanente de Segurança da ONU, ou em torno da disputa pela soberania das ilhas Diaoyu.
Sunday, April 10, 2005
Relações sino-nipónicas (a História, sempre a História)
Passou-nos ao lado a aprovação de um livro de história por parte do governo japonês, que segundo as autoridades chinesas e sul-coreanas passa uma esponja e ignora as atrocidades cometidas pelos militares nipónicos durante a II Guerra Mundial.
Este sábado, milhares de Chineses protestaram contra Tóquio, por um lado, por causa da aprovação dos manuais de história, por outro, contra a possibilidade do Japão ter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
O Diário do Povo pergunta:"Will China & Japan move toward confrontation?"
Este sábado, milhares de Chineses protestaram contra Tóquio, por um lado, por causa da aprovação dos manuais de história, por outro, contra a possibilidade do Japão ter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
O Diário do Povo pergunta:"Will China & Japan move toward confrontation?"
Saturday, April 09, 2005
Leituras para o fim de semana
"Sino-India ties marred by the 'P' word" By Sudha Ramachandran
"Chinese begin to worry U.S. militarily", By Jim Yardley and Thom Shanker
"Europa e China", José Manuel Fernandes, no Público.
"Chinese begin to worry U.S. militarily", By Jim Yardley and Thom Shanker
"Europa e China", José Manuel Fernandes, no Público.
Friday, April 08, 2005
Mercado Bombástico
A China e a Índia estão a analisar a criação de uma zona de comércio livre, iniciativa que trará o primeiro ministro chinês, Wen Jiabao, a uma visita oficial à Índia na próxima semana. A concretizar-se o projecto representa a maior zona de livre comércio do mundo com mais de dois mil milhões de pessoas.
Thursday, April 07, 2005
Paz, Cooperação, Desenvolvimento: Só boas ideias.
No início da visita ao Paquistão, o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao deixou claro que a China procura o caminho da paz e do desenvolvimento. Adiantou ainda que,
"A truly Asian century will never materialize unless Asia develops as a whole (...)
No matter how international climate might change, the Chinese people will always be a trustworthy and reliable partner for the Asian peoples"
Wednesday, April 06, 2005
Personalidades dos séculos
A propósito do que postou o João Sousa André, no também desterrado e interessante À Deriva,
Se Karl Marx foi a figura mais influente do século XX, será Deng Xioaping a mais determinante do século XXI?
A afirmação em jeito de pergunta do JSA faz sentido, uma vez que se o Século XXI for mesmo o "Século da China", Deng Xiaoping terá tido um grande contributo ao ser o arquitecto do "renascimento" chinês depois dos conturbados anos de Mao Zedong. Ao teorizar sobre o "socialismo de mercado com características chinesas", Deng arranjou uma forma retórica airosa para manter um aparelho de estado "comunista", numa economia que caminha gradualmente para o capitalismo, ao ponto de hoje o comunismo já quase só se fazer sentir na bandeira, no hino e na designação do país e do partido e na estrutura estatal. Deng é o impulsionador das reformas económicas que abriram a China ao mundo, por isso merece um lugar de destaque já no século XX. Quanto à influência no século XXI, enfrentamos um problema: é que o pensamento "Denguista" é aplicável e absorvível apenas na China, ao contrário da trave-mestra de Marx: "trabalhadores de todo o mundo uni-vos contra a exploração capitalista". De qualquer modo, fica aqui um interessante ensinamento do "Pequeno Timoneiro", em 1982:
"If we want to change the international economic order, we must, above all, settle the question of relations between the South and the North, but at the same time we have to find new ways to increase South-South cooperation." (in "Deng Xiaoping's "Selected Works")
Quem sabe se não é por aí?
Guerras Comerciais ou como a liberalização só dá jeito de vez em quando
Esta semana está a ser rica em termos de trade conflicts:
Segunda-feira: O Comité de aplicação dos acordos têxteis (Committee for the Implementation of Textile Agreements, CITA) dos Estados Unidos lançou segunda-feira um inquérito para estabelecer se o mercado americano foi perturbado no caso dos têxteis e estabelecer a responsabilidade da China, que beneficia desde Janeiro último do final das quotas neste sector.
2. Terça-Feira: A China denunciou o lançamento pelos Estados Unidos de um procedimento de salvaguarda contra o aumento das importações têxteis chinesas qualificando-o de medida proteccionista contrária à liberalização do comércio mundial.
3. Quarta-feira: A Comissão Europeia vai divulgar em que condições vai recorrer às cláusulas de salvaguarda contra as importações têxteis chinesas, pedidas pelas associações empresariais europeias, mas considera ser cedo para este género de medidas.
Ou seja, o que dita políticas mais proteccionistas ou mais liberais quanto ao comércio é o interesse nacional(comunitário) e não qualquer profissão de fé no comércio livre mundial. Até porque não dá lá muito jeito que o comércio seja livre em condições competitivas tão desiguais. De qualquer modo fica o registo: norte americanos e europeus não abraçam a teoria das vantagens comparativas nem a consequente vantagem na especialização, como "arma" num mercado liberalizado a nível mundial. Mas é assim a vida, de incoerências está o inferno, perdão, o mercado cheio.
Segunda-feira: O Comité de aplicação dos acordos têxteis (Committee for the Implementation of Textile Agreements, CITA) dos Estados Unidos lançou segunda-feira um inquérito para estabelecer se o mercado americano foi perturbado no caso dos têxteis e estabelecer a responsabilidade da China, que beneficia desde Janeiro último do final das quotas neste sector.
2. Terça-Feira: A China denunciou o lançamento pelos Estados Unidos de um procedimento de salvaguarda contra o aumento das importações têxteis chinesas qualificando-o de medida proteccionista contrária à liberalização do comércio mundial.
3. Quarta-feira: A Comissão Europeia vai divulgar em que condições vai recorrer às cláusulas de salvaguarda contra as importações têxteis chinesas, pedidas pelas associações empresariais europeias, mas considera ser cedo para este género de medidas.
Ou seja, o que dita políticas mais proteccionistas ou mais liberais quanto ao comércio é o interesse nacional(comunitário) e não qualquer profissão de fé no comércio livre mundial. Até porque não dá lá muito jeito que o comércio seja livre em condições competitivas tão desiguais. De qualquer modo fica o registo: norte americanos e europeus não abraçam a teoria das vantagens comparativas nem a consequente vantagem na especialização, como "arma" num mercado liberalizado a nível mundial. Mas é assim a vida, de incoerências está o inferno, perdão, o mercado cheio.
100 aldeias da luz
A China vai desalojar à volta de 400.000 pessoas para construir o gigantesco projecto de desvio de águas do sul para o norte do país, anunciou hoje o governo.
Os desalojados chineses serão retirados de 100 localidades ao longo de sete províncias.
A obra, que arrancou em Dezembro de 2002, envolve a construção de três canais com mais de 1.000 quilómetros de comprimento para abastecer o seco norte do país, incluindo Pequim, com água dos abundantes rios do sul da China.
Esta será uma segunda grande deslocação forçada de população na China, depois de mais de um milhão de pessoas terem sido retiradas das suas casas para dar lugar ao gigantesco reservatório da Barragem das Três Gargantas do Iangtsé, no sudoeste do país.
(Lusa e China Daily)
Tuesday, April 05, 2005
O Dragão na loja de porcelanas II
A questão teórica diz respeito aos tempos de turbulência que se poderão fazer sentir numa possível era de transição de poder. Para os chamados realistas ofensivos como Mershmeirer a emergência de um poder numa estrutura internacional de cariz anárquico levará a uma competição "agressiva", a despeito da política interna. No extremo oposto, a chave da questão estará no modo como o comportamento da China vai ser modificado através da sua integração no sistema dominante (entrada para a OMC e participação em várias organizações e Fóruns multilaterais). Ou no limite se vai haver um "spill over effect" desse engagement. Este é um debate fascinante e há várias perspectivas em confronto - realistas, neorealistas, liberal-institucionalistas, teóricos da paz democrática, globalistas, neomarxistas, construtivistas ou mesmo bifurcacionistas. Noutra ocasião poderemos olhar para estas visões que competem no campo das teorias das relações internacionais. Por agora centramos a atenção na participação da China em estruturas multilaterais. Desde 1989, Pequim tem "abraçado" fóruns e lançado parcerias: em 1990 entrando para o Asia Pacific Economic Cooperation (APEC), em 1996 juntou-se ao ASEAN Regional Forum, em 1996 lançou o "Shanghai Five", mais tarde "Organização de Cooperação de Xangai", no mesmo ano foi país fundador do Asia-Europe Meeting (ASEM) e a coroação desta nova dinâmica da política externa Chinesa aconteceu em 2001 com a entrada na Organização Mundial de Comércio.
Uma das dúvidas que persiste é até que modo a entrada da China em organizações multilaterais deste tipo vai socializar Pequim e transformar a política interna e a política externa. Como sempre quando encetamos mini-análises neste blogue terminamos sempre com mais perguntas do que quando começamos. Mesmo assim finalizo com a citação de dois artigos na revista académica chinesa "Guoji Wenti Yanjiu" (pedindo emprestado o contributo de Wang Hongying em "Multilateralism in Chinese Foreign Policy: The limits of Socialization?":
Em 1995 um artigo expressava um forte cepticismo quanto ao multilateralismo. A organizações multilaterais eram vistas como meios para os Estados Unidos e aliados imporem os seus valores e interesses na Ásia e evitarem a emergência de um competidor sério - a China. Em 1998, a mesma revista, publicava um artigo em que o multilateralismo era elogiado, uma vez que servia a intenção de estimular a criação de um mundo Multipolar, constringindo a hegemonia norte-americana.
Em suma, será um multilateralismo com características chinesas.
Uma das dúvidas que persiste é até que modo a entrada da China em organizações multilaterais deste tipo vai socializar Pequim e transformar a política interna e a política externa. Como sempre quando encetamos mini-análises neste blogue terminamos sempre com mais perguntas do que quando começamos. Mesmo assim finalizo com a citação de dois artigos na revista académica chinesa "Guoji Wenti Yanjiu" (pedindo emprestado o contributo de Wang Hongying em "Multilateralism in Chinese Foreign Policy: The limits of Socialization?":
Em 1995 um artigo expressava um forte cepticismo quanto ao multilateralismo. A organizações multilaterais eram vistas como meios para os Estados Unidos e aliados imporem os seus valores e interesses na Ásia e evitarem a emergência de um competidor sério - a China. Em 1998, a mesma revista, publicava um artigo em que o multilateralismo era elogiado, uma vez que servia a intenção de estimular a criação de um mundo Multipolar, constringindo a hegemonia norte-americana.
Em suma, será um multilateralismo com características chinesas.
O Dragão em lojas de procelanas I
Escreve Joana Amaral Dias , num artigo a ler no DN, que "nova obsessão norte-americana chama-se China". Não diria propriamente nova, uma vez que a utilização da "Ameaça-China" tem sido recorrente, em especial depois de Tiananmen, e, avulso ao longo dos últimos anos. Na literatura recente lembro-me do sensacionalista "The Coming Conflict with China", de Richard Bernstein e Ross Murno, em 1997. A nível oficial, apesar do discurso de "emergência pacífica" da liderança chinesa, sou levado a concordar com Avery Goldstein quando diz que "desde 1996, o desafio central de Pequim tem sido construir uma política externa que reforce a segurança do país e facilitar a sua emergência para o grupo dos grandes poderes numa era de hegemonia Americana", ou com Yong Deng: "A China intensificou a abertura do acesso ao mercado com o objectivo de enfraquecer a pressão da Europa-Estados Unidos e Japão para liberalização política e comercial da China". Uma das grandes preocupações de Pequim é dissipar o espectro da "Ameaça-China", da cena internacional, embora as situações por resolver de Taiwan, ilhas Diaoyu ou arquipélago Spartly comprometam a missão da diplomacia chinesa (já para não falar de questões internas como o Tibete e mesmo Xinjiang). Além do mais, o louco crescimento económico, o aumento dos gastos militares, a par da percepção, em estudos e previsões, que o século XXI vai ser mesmo o Século da China, são factores que deixam no ar dúvidas quanto ao modo como o poder hegemónico vai lidar com os que o desafiam. ( Continua)
Monday, April 04, 2005
China e Países Lusófonos (com adenda)
Analisa e bem o Paulo Gorjão que a principal razão para esta estratégia chinesa de cooperação com os países de língua portuguesa tem a ver coma necessidade de diversificar a rede de fontes energéticas. A título de exemplo, recentemente, a Sonagol, petrolífera estatal de Angola e a Sinopec, congénere chinesa, assinaram três acordos de fornecimento e exploração.
Essa linha tem sido seguida na cooperação de Pequim com os países da região do Golfo Pérsico, com nações da Ásia central (através da Organização de Cooperação de Xangai) e com acordos bilaterais com o Cazaquistão para o transporte de petróleo e gás natural do Mar Cáspio para a zona Noroeste da República Popular, além dos laços já frimados com vários países africanos.
Acerca da estratégia da China para os países de língua portuguesa, há que realçar que o "Fórum para a Cooperação Económica e Comercial", lançado em Outubro de 2003 em Macau, procura criar um mecanismo formal na Região Admistrativa Especial de Macau (RAEM) de modo a, por um lado, fazer de Macau uma plataforma de ligação para os países lusófonos, aproveitando o facto do português ser aqui língua oficial (a par do chinês) e tirando partido das ligações históricas a Portugal e a aos países lusófonos; por outro, é uma maneira de dar sentido político, na terminologia chinesa "face", a Macau, um território sobejamente conhecido pelo Jogo e afins, ao qual faltava uma dimensão mais estratégica. Certo é que, como seria de esperar, os grandes negócios continuam a fazer-se nos eixos "Pequim-Luanda" e "Pequim-Brasília". O que não retira a importância ao Fórum. Muitos já perceberam que pode ser uma boa porta de entrada para o mui apetecido mercado chinês. Quase todos, porque Lisboa às vezes parece negligenciar as potencialidades de um legado de mais de 400 anos de presença deste lado do mundo.
Adenda: São Tomé e Príncipe é o único país da CPLP que não faz parte do Fórum porque tem ligações dilpomáticas com Taiwan.
Essa linha tem sido seguida na cooperação de Pequim com os países da região do Golfo Pérsico, com nações da Ásia central (através da Organização de Cooperação de Xangai) e com acordos bilaterais com o Cazaquistão para o transporte de petróleo e gás natural do Mar Cáspio para a zona Noroeste da República Popular, além dos laços já frimados com vários países africanos.
Acerca da estratégia da China para os países de língua portuguesa, há que realçar que o "Fórum para a Cooperação Económica e Comercial", lançado em Outubro de 2003 em Macau, procura criar um mecanismo formal na Região Admistrativa Especial de Macau (RAEM) de modo a, por um lado, fazer de Macau uma plataforma de ligação para os países lusófonos, aproveitando o facto do português ser aqui língua oficial (a par do chinês) e tirando partido das ligações históricas a Portugal e a aos países lusófonos; por outro, é uma maneira de dar sentido político, na terminologia chinesa "face", a Macau, um território sobejamente conhecido pelo Jogo e afins, ao qual faltava uma dimensão mais estratégica. Certo é que, como seria de esperar, os grandes negócios continuam a fazer-se nos eixos "Pequim-Luanda" e "Pequim-Brasília". O que não retira a importância ao Fórum. Muitos já perceberam que pode ser uma boa porta de entrada para o mui apetecido mercado chinês. Quase todos, porque Lisboa às vezes parece negligenciar as potencialidades de um legado de mais de 400 anos de presença deste lado do mundo.
Adenda: São Tomé e Príncipe é o único país da CPLP que não faz parte do Fórum porque tem ligações dilpomáticas com Taiwan.
O outro lado: a margem (na periferia da Nova China)
As disparaidades socio-económicas numa China em rápida transformação:
"Average annual incomes for farmers rose 12 percent last year, but still total just 2,936 yuan, or $355, per person, according to Du. By contrast, the government says annual incomes in China's booming cities average more than $1,000 per person."
"Average annual incomes for farmers rose 12 percent last year, but still total just 2,936 yuan, or $355, per person, according to Du. By contrast, the government says annual incomes in China's booming cities average more than $1,000 per person."
A Nova Revolução Cultural
Todas as manhãs, Wang Jian Shuo e a sua esposa saem do seu condominio nos subúrbios de Xangai, entram no seu Fiat e guiam o veículo até ao seu local de emprego na cidade. Há dois anos, viviam num decrépito e apertado apartamento no centro de Xangai e Wang, um engenheiro da Microsoft viajava de autocarro ou comboio.
Mais sobre esta história paradigmática da vida na nova China, ou melhor numa parte dela..
Mais sobre esta história paradigmática da vida na nova China, ou melhor numa parte dela..
Bloggers for democracy
O "Standard" traz hoje um artigo sobre o papel do movimento de bloggers pela democractização de Hong Kong
Ficam aqui algumas ligações:
http://glutter.org/
www.t-salon.net
www.chattergarden.com
Andrea Leung desesperançada escreve:
Hong Kong has no future. It's not its own master.All the things are decided at the top.
A este propósito recordo aqui as palavras de Lee Kuan Yew, "pai fundador" e primeiro chefe do governo de Singapura:
you have a master in China, you have subsidiary masters in Hong Kong, and what Hong Kong was led to believe it wanted in the last few years of Chris Patten and Tiananmen, is what the leaders in Beijing cannot give.
Ficam aqui algumas ligações:
http://glutter.org/
www.t-salon.net
www.chattergarden.com
Andrea Leung desesperançada escreve:
Hong Kong has no future. It's not its own master.All the things are decided at the top.
A este propósito recordo aqui as palavras de Lee Kuan Yew, "pai fundador" e primeiro chefe do governo de Singapura:
you have a master in China, you have subsidiary masters in Hong Kong, and what Hong Kong was led to believe it wanted in the last few years of Chris Patten and Tiananmen, is what the leaders in Beijing cannot give.
Sunday, April 03, 2005
Perigo Amarelo?
Escreve Paulo Pereira no Blogo Social Português:
"curiosamente, o perigo amarelo não está no Comunismo (como temia a minha mãezinha), mas na eventualidade de 1 bilião de chineses se converter ao capitalismo"
Uma pormenor: queres dizer mil milhões. Portanto, o que vai acontecer quando mil e trezentos milhões de chineses se converterem ao capitalismo? Ao certo não sei, mas por lá já vou vendo muita gente nestes sítios:
"curiosamente, o perigo amarelo não está no Comunismo (como temia a minha mãezinha), mas na eventualidade de 1 bilião de chineses se converter ao capitalismo"
Uma pormenor: queres dizer mil milhões. Portanto, o que vai acontecer quando mil e trezentos milhões de chineses se converterem ao capitalismo? Ao certo não sei, mas por lá já vou vendo muita gente nestes sítios:
Friday, April 01, 2005
Aprendendo com Sun Tzu I
Na "Arte da Guerra"
"Do not repeat the tactics which have gained you one victory, but let your methods be regulated by the infinite variety of circumstances"
"Do not repeat the tactics which have gained you one victory, but let your methods be regulated by the infinite variety of circumstances"
E no Afeganistão, o que se passa?
Três anos e meio depois da invasão norte-americana, Ramtanu Maitra analisa a situação e a estratégia de Washington no "grande xadrez" geopolítico da Ásia Central. No Asia Times.
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