Thursday, April 21, 2005

China-Japão: Detente à vista

O presidente chinês Hu Jintao e o primeiro-ministro japonês Junishiro Koizumi podem encontrar-se nesta sexta-feira em Jakarta durante a conferência Ásia-África, evento comemorativo dos 50 anos da Conferência de Bandung. O objectivo é acalmar os ânimos e enviar uma mensagem de pelo menos algum desanuviamento depois de duas semanas de protestos Anti-Japão na China evido aos manuais escolares que omitem os crimes de guerra praticados pelo exército impeial nipónico nos anos 1930 e 1940. Depois do ministro chinês dos Negócios Estrangeiros ter pedido o fim das manifestações, a chancelaria de Tóquio lançou a proposta dos líderes se econtrarem para amainar a tensão sino-nipónica. Isto surge no dia em que foram conhecidos os números do comércio externo do Japão para o ano fiscal de 2004. Como seria de esperar, a China ultrapassou os Estados Unidos como o maior parceiro comercial do Japão. Já ontem a maior asssociação de empresários japoneses avisava para os perigos de uma escalada na tensão entre os dois países. Não admira: a China tem sido o principal leitmotiv da recuperação da economia do "País do Sol Nascente". Recordando um debate já ensaiado neste blogue, a interdependência comerial e económica fala mais alto, no entanto não podemos afastar o que do ponto de vista geopolítico divide Pequim e Tóquio: a remilitarização japonesa e a possibilidade do Japão ter um lugar permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. E, em última análise, a balança de poderes na zona da Ásia Oriental.

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