Por Matthew Oresman
“A surpreendente e rápida tomada do poder por parte da oposição no Quirguistão tem implicações relevantes para vários países e regiões na zona, incluindo a China, que tem observado estes acontecimentos de perto. Enquanto a Rússia e os Estados Unidos mantém bases militares no Quirguistão, a China é a única potência que de facto tem uma fronteira com o país.
A China tem reagido à revolução com um silêncio estratégico. Pequim deixou que Moscovo tomasse a dianteira na resposta aos desenvolvimentos e tem-se coibido de manifestar as suas preferências em público.
Enquanto o novo governo ganha forma, a China vai pesar vários factores na decisão de qual vai ser o próximo passo, incluindo a formação do novo executivo de Bishek, em especial no que diz respeito à atitude que vai ter para com a diáspora Uigur, as ameaças de segurança criadas pelo vácuo de poder e o efeito de um Quirguistão potencialmente democrático nos interesses estratégicos regionais de Pequim.
O primeiro factor que vai condicionar a posição de Pequim é a formação e composição do novo governo quirguize. Por agora, tudo indica que os futuros líderes não têm interesse em mudar a natureza das relações que têm com a China. No entanto, há que sublinhar que toda uma retórica anti-China tem estado na base do discurso da oposição.
As revoltas de Asky, em 2002, visavam criticar duramente o que os oposicionistas consideravam ser uma cedência desmesurada de territórios à China nas negociações, mas, de facto, no coração dos protestos estava o descontentamento face ao ex presidente Askayev".
(continua)
Tradução adaptada do texto “Keeping China on the edge”, publicado hoje (12-14-2005) pelo South China Morning Post.
Tuesday, April 12, 2005
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment