Analisa e bem o Paulo Gorjão que a principal razão para esta estratégia chinesa de cooperação com os países de língua portuguesa tem a ver coma necessidade de diversificar a rede de fontes energéticas. A título de exemplo, recentemente, a Sonagol, petrolífera estatal de Angola e a Sinopec, congénere chinesa, assinaram três acordos de fornecimento e exploração.
Essa linha tem sido seguida na cooperação de Pequim com os países da região do Golfo Pérsico, com nações da Ásia central (através da Organização de Cooperação de Xangai) e com acordos bilaterais com o Cazaquistão para o transporte de petróleo e gás natural do Mar Cáspio para a zona Noroeste da República Popular, além dos laços já frimados com vários países africanos.
Acerca da estratégia da China para os países de língua portuguesa, há que realçar que o "Fórum para a Cooperação Económica e Comercial", lançado em Outubro de 2003 em Macau, procura criar um mecanismo formal na Região Admistrativa Especial de Macau (RAEM) de modo a, por um lado, fazer de Macau uma plataforma de ligação para os países lusófonos, aproveitando o facto do português ser aqui língua oficial (a par do chinês) e tirando partido das ligações históricas a Portugal e a aos países lusófonos; por outro, é uma maneira de dar sentido político, na terminologia chinesa "face", a Macau, um território sobejamente conhecido pelo Jogo e afins, ao qual faltava uma dimensão mais estratégica. Certo é que, como seria de esperar, os grandes negócios continuam a fazer-se nos eixos "Pequim-Luanda" e "Pequim-Brasília". O que não retira a importância ao Fórum. Muitos já perceberam que pode ser uma boa porta de entrada para o mui apetecido mercado chinês. Quase todos, porque Lisboa às vezes parece negligenciar as potencialidades de um legado de mais de 400 anos de presença deste lado do mundo.
Adenda: São Tomé e Príncipe é o único país da CPLP que não faz parte do Fórum porque tem ligações dilpomáticas com Taiwan.
Monday, April 04, 2005
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