Saturday, April 30, 2005

Histórico

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Xinhua
Quem diria? O secretário-geral do Partido Comunista Chinês e o Presidente do Kuomintang a apertarem a mão em Pequim. O que é que isto quer dizer? Para Pequim é um trunfo exibido para consumo externo e interno. Para dentro, mostra que é possível caminhar no médio/longo-prazo para a reunificação. Afinal os partidos que travaram a guerra civil são chineses, um criou a República da China, o outro a República Popular da China. E O grande obstáculo a um entendimento é a democratização de Taiwan. Se a ilha Formosa continuasse a ser o feudo ditatorial do Kuomintang seria mais fácil chegar a um acordo do género "um país três sistemas". Mas com a democratização e a ascensão ao poder do independentista Chen Shui Bian que ostenta uma retórica anti-China, a situação complica-se. Mesmo assim, para os que advogam a reunificação pacífica esta visita deixa uma boa réstia de esperança. A nível externo, mostra ao mundo que a paz é possível entre os dois lados do estreito, em especial se o Kuomintang estiver no poder. Para o Kuomintang, a missão ao continente é de alto risco. Mas às vezes é preciso ser audacioso para colher os frutos. Se é verdade que os nacionalista enfrentaram protestos em Taipé contra esta viagem, também é visível que Chen Shui Bian, presidente de Taiwan e pró-independentista, ficou ainda mais isolado. O KMT mostrou que só ele próprio pode fazer a paz com a China e que é inevitável uma aproximação política em virtude da interdependência económica. É a lógica de criar uma "win-win situation". Até às eleições de 2009 para a presidência da Formosa ainda muita água vai correr no estreito, mas para já o KMT toma a dianteira claramente, embalado pelos resultados das legislativas de Dezembro de 2004. O caminho de confronto escolhido por Chen Shui Bian é um beco sem saída. E é curioso ver como o próprio Chen esta a emendar a mão depois de ter criticado a viagem - é que 63 por cento dos taiwaneses (dados apresentados por Lien Chan) quer mais cooperação com a China e uma resolução pacífica do diferendo. Mesmo assim, no que diz respeito à reunificação ainda há um logo caminho a percorrer.

1 comment:

Nic said...

o silencio pode ser escolhido por aqueles que nao sao pagos para negociar e nao por um presidente que so demonstra assim nao estar a altura do cargo que ocupa.