É recorrente olhar para a China como "the next big threat!", especialmente se tivermos em conta o que aconteceu aon longo da história com os poderes emergentes. Paul Kennedy em "The Rise and Fall of Great Powers" ou Jacek Krugler e Douglas Lemke em "Parity and War" analisam que ao longo dos tempos tem havido situações em que o poder hegemónico em queda e a potência emergente entram em conflito. Outros como George Modelski e William R. Thompson estabelecem a correlação entre a evolução da economia global e os poderes políticos em "Leading Sectors and World Powers".
No que diz respeito à China vão aparecendo alguns livros mais sensacionalistas como "The Coming Conflict with China", de Richard Bernstein e Ross H. Munro e artigos de "think tanks" ansiosos por se transformarem em self-fulfilling prophecies. Todas estas contribuições são enriquecedoras, mas naturalmente terão que ser articuladas com outras perspectivas. Neste vastíssimo campo de estudos, sublinho o papel de um dos académicos que mais e melhor olha para a política interna e externa da China: David Shambaugh. Num artigo elucidativo publicado na International Security - "China Engages Asia" - o co-editor de "Chinese Foreign Policy: Theory and Practice" (uma das bíblias dos estudiosos da política externa chinesa) argumenta:
“All Asian Nations and the United States must adjust to the new realities presented by China’s regional ascent. China need not to be feared or opposed, although some states may hedge against the potential for Chinese dominance. China«s interests and regional preferences may well coincide with those of its neighbours and the United States, providing opportunities for collaboration. The nascent tendency of some Asian states to bandwagon with Beijing is likely to become more manifest over time”
Acerca do papel dos modelos teóricos dominantes nas relações internacionais no entendimento do que se passa na Ásia e na relação de vários países asiáticos com a China – sempre tendo como contraponto ou complemento dos EUA, - Shambaugh sabiamente observa:
“Analysts and policymakers therefore need to employ multiple analytic tools and policy instruments to effectively understand and navigate the Asian region in the coming years. Realist theory seems particularly incapable of explaining such a complex and dynamic environment, and it tends to offer oversimplified (and sometimes dangerous) political prescriptions. Nor does liberal institutionalism fully suffice as an analytic paradigm. There are phenomena in Asia today that neither realist nor liberal international relations theory is able to capture, thus requiring deep grounding in area studies to be comprehended".
Ler "China Engages Asia", aqui.
Friday, March 31, 2006
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