Laurence Brahm
South China Morning Post28-02-2006
"Podemos esperar que emirjam duas características. Em primeiro lugar, Pequim vai rapidamente desenvolver (já está a fazê-lo, n.t.) relações próximas com nações produtoras de energia. Em segundo, vai “afundar-se”, embora relutantemente, em esforços multilaterais que evitem crises que possam ser instigadas por poderes mais agressivos.
Uma nova ênfase será criada nos laços com países que tinham sido negligenciados durante a era de Deng e Jiang. Vão ser reforçadas e aproximadas as relações económicas e não só com países da América Latina, Ásia Central e Médio Oriente. O processo já começou: basta reparar nas novas ligações coma Venezuela e a Bolívia devido aos seus recursos em petróleo e gás natural.
A nova estratégia vai inevitavelmente envolver assuntos políticos e sociais na relação da China com as outras regiões, incluindo questões como as reformas económicas e ao nível do desenvolvimento sustentável. Vai envolver-se amais na estabilidade das outras nações para garantir a sua própria segurança. Pode encontrar-se numa posição em que está a financiar a recuperação económica e social ou mesmo a construção de instituições políticas noutros países.
Pequim será forçada a abandonar a sua visão do mundo, centrada numa atitude de ”cabeça na areia”, e tornar-se assertiva na prevenção de conflitos em várias partes do mundo. Pode mesmo tornar-se num agente de resolução de conflitos nalgumas partes do mundo como o Médio Oriente, Sudeste Asiático e Ásia central, para salvaguardar o seu fornecimento de energia.
O Irão é o desafio mais imediato e óbvio. O petróleo constitui uma larga percentagem do comércio entre a China e o Irão que se cifra em 10 mil milhões de dólares. Segundo as novas condições de um acordo, a China ao comprar 10 milhões de toneladas de gás natural nos próximos 25 anos poderá multiplicar por dez o valor actual do comércio bilateral.
Se um certo país está considerar um ataque militar unilateral contra as unidades de produção de energia nuclear do Irão, isso afectará severamente o fornecimento de energia da China. E isto faz com que a China tenha um interesse velado na promoção na pa no Médio Oriente.
Em muitos aspectos é uma posição única para fazer a ponte e o diálogo. A Coreia do Norte é um exemplo real – o primeiro – disto mesmo. Será o Irão próximo teste?"
Traduzido e adaptado por JCM.
Sunday, March 05, 2006
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