É um fim anunciado, que não deixa, por isso, de surpreender. Para perceber a saída de Tung Chee-Hwah do cargo de chefe do executivo de Hong Kong, é necessário entender o que se passou na antiga colónia britânica na última década. Existem por isso factores remotos e próximos que explicam a mais que provável demissão de Tung Chee-Haw. Começamos pelos primeiros. O último governador de Hong Kong sob a "Union Jack", Chris Patten, também ex Comissário Europeu das Relações Externas, deixou o terreno minado para o homem encarregue de ser o primeiro chefe do executivo da era da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK) da República Popular da China. Envolto em constantes polémicas com o governo de Pequim, na altura em que eram acertados os detalhes para a transição de soberania, Patten permitiu o alargamento da representatividade social e política no Conselho Legislativo (Parlamento) e criou condições para o crescimento de forças políticas favoráveis ao sufrágio directo universal, como o "The Frontier" de Emily Lau ou o famigerado Partido Democrata do veterano Martin Lee - dores de cabeça constantes para Pequim.
O nome escolhido pelo governo central para ter a honra de servir sob a bandeira da China a partir de 1 de Julhod e 1997, foi Tung Chee-hwa, um respeitado e bem sucedido empresário da indústria naval que tinha trabalhado em tempos nos Estados Unidos para a General Electric. Conservador, obediente e com fama de workaholic, Tung parecia ser o homem certo para a missão. A verdade é que, sete anos depois, após 5oo mil pessoas na rua a protestar contra o Governo (em 2003) e inúmeros sinais de incompetência, até Pequim reconhece que, afinal, ele sofre de uma patológica inabilidade política para chefiar o governo da Pérola Finaceira do Extremo Oriente.
Friday, March 04, 2005
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